Um homem nu coberto de lama descansa em uma praia. Perto dali, um rapaz com dreadlock nos cabelos lê, recluso, o Livro do Êxodo. Mais adiante, uma mulher faz soar uma nota calma de uma típica tigela de canto tibetano.
É pôr do sol no Mar Morto, onde a Nova Era se funde a uma visão bíblica que parece entrar em extinção, segundo reportagem da Reuters. Suas águas ricas em sal estão desaparecendo enquanto suas costas são devoradas por sumidouros (uma espécie de erosão), tornando a praia de Metzoke Dragot uma das últimas manchas intocadas naquele que é o ponto mais baixo do planeta, a 400 metros abaixo do nível do mar.
Ao longo dos séculos, o antigo lago atraiu monges, eremitas, pequenas seitas judaicas e cristãos primitivos que viajavam em busca de alegria espiritual. Também virou destino de turistas que gostam de flutuar em suas águas densas e de se cobrir com lama mineral.
O dano ecológico nas últimas décadas, no entanto, tem sido devastador. O Mar Morto está desaparecendo a uma taxa de mais de um metro por ano, principalmente porque suas fontes de água naturais, que fluem para o sul através do vale do rio Jordão, no Líbano e Síria, foram desviadas para o cultivo e para beber água.