As medidas da ANA tentam garantir a prioridade do abastecimento humano e de animais no rio. O rio São Francisco é responsável pelo abastecimento de 97 cidades no Nordeste, com um total de 2,9 milhões de habitantes.
A série histórica do São Francisco, considerando somente as estações fluviométricas da ANA na calha do rio, a maioria foi instalada até a década de 1940, de acordo com nossa área técnica responsável.
No baixo São Francisco, a população sente de perto os problemas.
Não tem mais peixe grande no rio. O assoreamento prejudica os animais e o turismo. Aqui no restaurante mesmo só estamos tirando a despesa. Sem contar que, nessas ilhas que se formaram, o pessoal leva gado para comer o pasto que se criou. Até semana passada tinha umas 20 cabeças de gado nessa ilha."
Maria do Carmo de Freitas Brito, 68, dona de restaurante
O barqueiro Cláudio Denis Menezes, 36, faz a travessia constante do São Francisco e relata que já perdeu as contas de quantas vezes o barco encalhou nos bancos de areia. Ele relata que tem prejuízo toda vez que o barco "cola" na areia porque o motor quebra e ele tem de fazer o reparo.
"A viagem para o lado de Sergipe custa o preço de R$ 3, mas poderia ser mais barata se o barco não quebrasse tanto. Além disso, um percusso de 10 minutos eu gasto o triplo desviando das ilhas e barrancos. A gente deixa de pegar cliente porque a viagem é mais demorada", conta.