O correto, desde abril de 2016, são os dois. De acordo com Seán Hanley, professor de Política da University College London, “não é incomum” que isso aconteça.
“Na verdade, a ONU [Organização das Nações Unidas] adota o nome oficial do país e uma versão mais curta em inglês para várias nações. Mais incomum é o próprio governo promover internacionalmente seu nome abreviado em inglês”, afirma Hanley, especialista em Europa Central.
Para o estudioso, a estratégia faz sentido. “A grande maioria das línguas já tem um nome adotado para o país dos tchecos [além do oficial], como ‘Tschechien’ em alemão e ‘Tchéquie’ em francês, o que é estranho é que em inglês, a língua mais usada internacionalmente, ainda não tinha”, argumenta o professor.
No Brasil, repete-se o fenômeno observado em inglês. Por aqui, a denominação "Tchéquia" não aparece nos dicionários. Enquanto editamos este texto, o corretor ortográfico sublinha a palavra em vermelho, sugerindo que ela está errada. O termo também não consta do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp).
O geógrafo Peter Jordan, da Academia Austríaca das Ciências, não vê um impacto tão grande, mas entende sua implementação. Ele diz que, grosso modo, funciona como usar República Federativa do Brasil ou só o último nome.
Jordan explica que essa diferença se dá pelo nome que um país usa internamente (endômino) e seu nome adotado externamente (exônimo). “Czech Republic (República Tcheca) é o nome completo usado em inglês enquanto Czechia (Tchéquia) é a versão diminuída, assim como 'Ceská republiká’ e ‘Cesko’.”
O que mudou desde 2016 é que, antes, o nome mais curto era apenas um enômino, ou seja, só era usado pelos cidadãos, e agora foi adotado globalmente.