O general da reserva Sebastião Roberto Peternelli é um dos principais incentivadores das candidaturas militares. Ele elaborou uma lista identificando 148 candidaturas miliares, incluindo a dele (deputado federal por São Paulo). Em 2016, foi indicado à presidência da Funai (Fundação Nacional do Índio) pelo PSC. Criticado por ter publicado na internet mensagem apoiando o golpe de 64, o militar veio a público para declarar que não apoiaria um novo golpe. Após a repercussão negativa, o governo Temer desistiu de sua indicação para o cargo. General de divisão, Peternelli foi piloto de helicóptero na Amazônia e chefiou o Comando de Aviação do Exército, no interior de São Paulo. Ele também comandou tropas na missão de paz da ONU no Haiti.
O general Paulo Chagas é candidato ao governo do Distrito Federal pelo PRP. Desde que deixou o serviço ativo no Exército, começou a atrair atenção por publicações em blogs e nas redes sociais. Ele classificou de "caluniosos" resultados da Comissão Nacional da Verdade, que investigou crimes durante a ditadura. Uma de suas publicações que mais repercutiram foi uma resposta a um tuíte do comandante do Exército, em abril. Villas Boas publicou no Twitter mensagem na véspera do julgamento pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de recurso de Lula contra condenação no caso do triplex. Villas Boas disse, na ocasião, "repudiar a impunidade". Diversos generais da ativa e da reserva declararam apoio a Villas Boas. "Tenho a espada ao lado, a sela equipada, o cavalo trabalhado e aguardo suas ordens", escreveu Chagas. "Eu falei como cidadão. Para votar, você tem que ter opinião. Durante o julgamento, acalmei os ânimos de manifestantes que queriam invadir o plenário do STF", justificou ele à reportagem. Em 17 de setembro, ele tinha 5% das intenções de voto no DF, segundo o Ibope. Chagas comandou o regimento Dragões da Independência, responsável pela guarda das instalações da Presidência.
O general da reserva Elieser Girão Monteiro é candidato a deputado federal pelo PSL no Rio Grande do Norte. Ele pediu para ir para a reserva após se desentender com o governo do PT sobre a demarcação de terras indígenas na fronteira de Roraima, onde era comandante de uma brigada do Exército. Girão Monteiro e o general Heleno eram contrários à demarcação da reserva Raposa Serra do Sol de forma contínua e à retirada de não indígenas da região. Afirmaram à época que a criação da reserva nos moldes em que era proposta poderia deixar a fronteira vulnerável. Girão Monteiro deixou o Exército e trabalhou em governos civis. No Rio Grande do Norte, passou a fazer parte de um grupo político inicialmente apartidário que depois aderiu ao PSL para apoiar a candidatura de Bolsonaro fazendo parte do que chama de "Exército Bolsonariano".
O general da reserva Mário Araújo comandou unidades militares em Minas Gerais, São Paulo e Pará. Também participou de missão de paz da ONU para verificar o cumprimento do acordo de paz em Angola e foi adido militar no Uruguai. O militar coordenou em 2009 a logística de uma das fases de busca por ossadas de guerrilheiros na região do Araguaia (TO). As Forças Armadas reprimiram guerrilheiros na região entre 1972 e 1975. Para Mário Araújo, Bolsonaro sempre falou publicamente o que militares pensavam, mas não podiam dizer. Ao UOL, o general, que é candidato a deputado federal pelo PSL em Minas Gerais, afirmou que "o único caminho para salvar o Brasil é a via política".
Superior de Bolsonaro no Exército, o general da reserva Marco Felício diz que decidiu apoiar o antigo subordinado se candidatando a deputado federal pelo PSL em Minas Gerais. Já na reserva, ele reagiu publicamente a pedido do Ministério da Defesa de retirada do site do Clube Militar de artigos criticando a então presidente Dilma Rousseff (PT) em 2012. O general também fez críticas à Comissão Nacional da Verdade. Ele criticou o fato de apenas crimes cometidos por representantes do estado terem sido investigados. Integrantes da comissão dizem que crimes cometidos por ativistas civis já teriam sido investigados por autoridades competentes.
Sob a bandeira da ONU, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz chefiou a primeira unidade de caráter ofensivo das Nações Unidas, na República Democrática do Congo, e venceu batalhas que levaram à derrota do M23, o Exército Revolucionário do Congo, em 2013. Ele foi um dos generais responsáveis pela pacificação do Haiti, consultor da ONU e secretário nacional de Segurança Pública no governo Temer. A biografia fez dele um dos generais mais populares nas Forças Armadas. Sem vínculo com partidos políticos ou participação em campanhas, Santos Cruz declarou apoio como "simpatizante" à candidatura Bolsonaro.