Mestre em Saúde Coletiva, Luiza Furtado e Silva defendeu em sua dissertação para a UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) que o Estado de Minas economizaria 20% da verba gasta em saúde caso priorizasse a atenção básica, como acontece em países desenvolvidos.
“Na Inglaterra, a atenção primária ocupa papel principal da assistência à saúde. O usuário é bem acompanhado em todos os ciclos da vida”, afirmou ao UOL. “Alguns autores afirmam que 85% dos agravos em saúde são potencialmente resolvidos neste nível de atenção”, reduzindo gastos hospitalares."
Consultora especializada em gestão, prevenção e promoção de saúde, Neusa Pellizzer lamenta o desmonte na assistência básica carioca.
Esse é um exemplo de desperdício: depois de estruturar tudo, começa a desmontar porque não consegue pagar as equipes ativas.”
Na iniciativa privada, é o oposto. “Alguns grupos grandes de saúde estão adotando atenção primária para seus funcionários. E se estão fazendo para o próprio grupo é porque já enxergaram resultados.”
Em 2009, quando as Clínicas da Família saíram do papel, a cidade tinha 20% do território atendido pela atenção básica. No final do ano passado, era 70%. Questionada, a prefeitura não comentou o provável aumento de gastos com a saúde provocado pela redução de verba para a atenção básica nem se manifestou sobre a falta de insumos e remédios nas Clínicas da Família.
“Meu desejo é que não volte tudo pra traz”, torce dona Genilda.