Da sugestão de dona Ana Dulce Maraschin nasceu a Rede Novos Parques, que articulou a defesa pela criação de 25 novos parques na cidade de São Paulo. Os primeiros testes de fogo aconteceram nos últimos dois anos nas discussões do novo Plano Diretor e da nova lei de zoneamento. O resultado mescla vitórias e derrotas.
Das 25 áreas reivindicadas, dez foram aprovadas integralmente como zonas especiais de proteção ambiental. Uma delas, a da Chácara da Fonte, no Butantã (zona oeste), foi desapropriada em 2016, marcando a principal vitória do movimento.
A área de 35 mil metros quadrados permanece fechada para o público, mas já superou os mais difíceis trâmites burocráticos para ser transformada em parque.
As outras nove áreas dependem da iniciativa da prefeitura e do avanço das negociações com os proprietários.
As 15 restantes, que não foram aprovadas integralmente como zonas de proteção ambiental, ficam em situação mais vulnerável. É o caso do parque dos Búfalos, que perdeu parte da área para a construção de um conjunto habitacional.
Ainda assim, as causas não estão totalmente perdidas. Movimentos que não estavam integrados à aliança estão se unindo à Rede Novos Parques. A luta, portanto, continua. Os ativistas permanecem em contato, pesquisam, trocam informações e experiências.
Para ativistas que defendem áreas distantes do centro, a ideia surgida no movimento pelo parque Augusta foi importante para fortalecer a defesa do verde na cidade.
“Com a articulação com movimentos mais centrais, conseguimos mais visibilidade. A Rede Novos Parques reforçou a luta no Plano Diretor por parques, praças, hortas e preservação de áreas verdes. Não teríamos a mesma visibilidade se não fosse a ajuda dos outros movimentos. É uma luta da cidade toda”, afirma Wesley Rosa, do movimento pelo parque dos Búfalos.
“Isso proporcionou uma melhoria. A Rede Novos Parques administrou a causa de todos os parques”, diz Jonas Barros, do movimento pelo parque Vila Ema.