Nas ruas, moradores relatam que as promessas de reforço da segurança pública surgem sempre que saem dados sobre a violência. É quando a cidade recebe mais policiais, mandados de busca são feitos, criminosos são presos.
Uma semana depois, tudo some, denunciam. "Por que não se faz isso antes de a violência virar notícia? Quando a mídia deixa de falar, a violência volta. É uma máscara", relata o professor de informática Kayo Abreu.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSP-CE) informou que o número de homicídios no Estado teve queda de 15,2% em 2016 em comparação com o ano anterior. E diz que isso é resultado dos programas de integração com prefeituras.
Além disso, segundo a SSP-CE, os policiais estão recebendo uma "formação mais humanizada, com foco nas questões sociais e alcance da paz".
Para Eliana Barbosa, coordenadora pedagógica da ONG Estação da Luz, mais do que investir em educação e esportes, é preciso ouvir os jovens.
Fundada em 2004, a instituição oferece gratuitamente cursos profissionalizantes, como computação, além de aulas de futebol e ginástica artística para a juventude de Eusébio, com o apoio de empresas locais.
Mesmo assim, já teve alunos assassinados. "Os jovens não estão aí [no tráfico] porque querem, às vezes é um pedido de socorro. Precisamos escutar mais, em vez de apontar quem é o bandido, o vagabundo."
É o que esperam Tayná, Maria, Patrick, Euclides, Fabrício e tantos outros jovens que enfrentam diariamente a guerra urbana das cidades mais violentas do Brasil.