Bruno Brandão, da Transparência Internacional:
"Como diversos países no mundo, o Brasil enfrenta um problema de corrupção sistêmica, que não poderá ser significativamente alterado por ações isoladas, mas sim por um conjunto de reformas que ataque suas causas estruturais.
Infelizmente, e apesar de toda a comoção social sobre o tema, a atual classe política se mostra absolutamente inerte ou mesmo refratária à proposição de novas leis ou reformas institucionais que ofereçam uma resposta à altura da complexidade do problema.
Basta lembrar que a última tentativa de se discutir uma agenda de reformas sobre o tema foi a iniciativa das Dez Medidas, sepultada pelo Congresso e nunca mais revisitada".
Márlon Reis, juiz aposentado e articulador do movimento da Lei da Ficha Limpa:
"Não. O Brasil construiu práticas de corrupção sistêmica no universo político que precisam ser enfrentadas. Não basta uma medida como essa para esse fim. O problema é muito mais grave e precisa ser enfrentado, também, com a busca por soluções sistêmicas".
Leonardo Avritzer, professor de ciência política da UFMG:
"Essa é uma pergunta de muito difícil resposta. O que a gente sabe é que, do ponto de vista do governo federal, não existe evidência de que os níveis de corrupção baixaram.
Pelo contrário, a chegada do grupo do Michel Temer (MDB) ao centro do poder ampliou práticas que já existiam.
Ainda que seja difícil medir isso, a medida indireta feita pela Transparência Internacional, mostrou que a percepção da corrupção no Brasil aumentou nos últimos anos".