
A japonesa Eri Sato, 32, percebeu o impacto do plástico quando ela trabalhou como voluntária, limpando os escombros do terremoto e do tsunami de março de 2011.
Todos os anos, oito milhões de toneladas de plástico — garrafas, embalagens e outros tipos de lixo — são jogadas no oceano, matando a vida marinha. Mas não só isso: esse material também chega à cadeia alimentar humana, segundo informações de dezembro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Diante de lojas lotadas de comidas e outros produtos embalados em plástico, famílias de todo o mundo estão tentando diminuir o uso do material e reciclar o máximo possível.
Fotógrafos da agência de notícias Reuters encontraram pessoas de Atenas a Singapura que estão fazendo a sua parte, em um momento em que a guerra contra o plástico virou um tema político importante e diversos governos tentam proibir itens descartáveis, como canudinhos e cotonetes.
A japonesa Eri Sato, 32, percebeu o impacto do plástico quando ela trabalhou como voluntária, limpando os escombros do terremoto e do tsunami de março de 2011.
"Foi a primeira vez que eu vi como os dejetos de plástico poluem oceanos e praias. Não há escapatória para o lixo plástico", disse Sato. Na foto acima, ela mostra os resíduos plásticos recolhidos durante uma semana na casa da família.
Para ambientalistas e militantes, descobrir como diminuir e eventualmente acabar com o plástico é a questão principal.
"Como o plástico domina a nossa rotina, é difícil parar de usá-lo. Mas, se alguém de alguma forma conseguir criar um hábito, talvez seja possível parar de comprá-lo", disse Alexandra Patrikiou, 39, em Atenas, na Grécia, onde trabalha com reciclagem de papel e vidro. Em sua casa, ela procura comprar produtos reciclados.
Os governos e os varejistas começaram a restringir as sacolas plásticas por meio de proibições e pequenas taxas há mais de uma década. Agora, porém, o foco é cada vez mais a erradicação de itens descartáveis, como canudos e embalagens para comida e bebida.
"Realmente são os pequenos plásticos de uso único que ficam por aí por muito tempo e contaminam tudo", disse Audrey Gan, 31, em Singapura. "Se temos muita vontade de uma bebida, levamos nossos próprios copos e xícaras para evitar copos plásticos e canudos em restaurantes".
Como outras famílias com as quais a Reuters conversou, a família Joshi, da cidade indiana de Mumbai, já começou a adotar hábitos diferentes, como usar escovas de dente feitas de bambu, comprar shampoo em barra em vez de garrafas plásticas e levar os próprios potes ao restaurante, para levar eventuais sobras de comidas para casa.
“Carrego meus próprios talheres e canudo de aço inoxidável para evitar usar o menor objeto de plástico”, conta Mugdha Tanmay Joshi, 32 anos.
Para algumas famílias, uma batalha adicional é superar o preconceito dos outros, enquanto tentam fazer a sua parte.
"As pessoas dizem 'você faz parte desse movimento verde' e não entendem. Não usar sacolas plásticas para carregar verduras é considerado nojento, elas odeiam, mas eu faço isso", disse Tatiana Schnittke, de 39 anos, de Jaffa, Israel.
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