
Na Eslováquia
Nossa Eslováquia (LSNS), partido neonazista criado em 2012, aproveitou-se do medo dos imigrantes para entrar no Parlamento, em 2016, com 14 assentos de um total de 150.
A chegada de um partido ultranacionalista, o AfD (Alternativa para a Alemanha), ao Parlamento alemão pela primeira vez desde o final da Segunda Guerra Mundial é mais demonstração de que a extrema-direita, embora ainda não tenha chegado ao poder, se faz cada vez mais presente nos parlamentos das potências europeias --o partido pode ocupar até 95 cadeiras no Bundestag, entre as 630 disponíveis.
A ascensão do partido, que tem a política anti-imigração como uma das principais bandeiras, ocorre após a abertura das fronteiras alemãs aos imigrantes em 2015 pela chanceler Angela Merkel, que fez com que mais de 1 milhão de refugiados entrassem no país desde então.
Em maio deste ano, outro partido da ultradireita já havia balançado as estruturas democráticas de outro gigante europeu, a França. Na ocasião, Marine Le Pen, candidata do partido nacionalista Frente Nacional, chegou ao segundo turno na eleição presidencial francesa, sendo derrotada por Emmanuel Macron. O partido, no entanto, conseguiu apenas oito assentos, entre as 577 cadeiras da Assembleia Nacional.
Após o resultado da AfD, Le Pen parabenizou o partido aliado e afirmou que a onda de resultados à direita seria mostra do "despertar das pessoas".
Pouco antes, em março, a ascensão ao poder do candidato eurocético e anti-imigração holandês Geert Wilders na Holanda também foi freada nas eleições parlamentares do país, ainda que o Partido para a Liberdade tenha conquistado 20 cadeiras holandesas, uma a mais que os democratas cristãos e os liberais de esquerda.
A possibilidade da chegada ao poder de partidos xenófobos faz com que muitas vezes adversários tradicionais se unam para barrá-los.
No entanto, a presença destes políticos em parlamentos nacionais, como forças de oposição com influência nas agendas nacionais, é um fenômeno com o qual os partidos tradicionais terão cada vez mais que aprender a lidar.
Após uma campanha eleitoral centrada na saída do euro, no restabelecimento das fronteiras e na imigração, a candidata da Frente Nacional, Marine Le Pen, qualificou-se para o segundo turno da eleição presidencial de maio passado, com uma pontuação histórica para a FN (7,6 milhões de votos, ou 21,3%).
Ela acabou sendo vencida pelo centrista Emmanuel Macron, com 33,9% dos votos.
Nas eleições legislativas que se seguiram, a FN não conseguiu formar um grupo na Assembleia Nacional, enviando apenas oito deputados.
Fragilizada por disputas internas, Marine Le Pen tem tentado promover uma "refundação" do partido.
O Partido para a Liberdade (PVV) de Geert Wilders se tornou em março a segunda força política no Parlamento holandês com um discurso anti-Islã , atrás dos liberais, com 20 assentos de um total de 150.
O movimento criado em 2006 continua a ser rejeitado pelas demais siglas. As negociações para a formação de um governo de coalizão estão em um impasse.
Antigo movimento secessionista, a Liga do Norte se transformou em um partido contra a União Europeia e anti-imigrantes.
No início de dezembro de 2016, fez campanha pelo "não" no referendo sobre uma revisão da Constituição, resultando na queda do governo de Matteo Renzi.
A Liga do Norte conquistou 18 assentos na Câmara dos Deputados nas eleições legislativas de 2013.
Em terceiro lugar nas eleições legislativas de março de 2017 na coalizão "Patriotas Unidos", os nacionalistas búlgaros entraram em maio no governo, onde obtiveram dois postos de vice-primeiro-ministro, dois ministérios e várias pastas de vice-ministros.
Hostis às minorias turca e cigana, aos imigrantes e aos homossexuais, os "Patriotas Unidos" são, no entanto, a favor da União Europeia e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Qualificado para o segundo turno da eleição presidencial de dezembro de 2016, o candidato do FPÖ, Norbert Hofer, não conseguiu se tornar o primeiro presidente de direita de um Estado da UE.
A poucas semanas das eleições legislativas de 15 de outubro, o FPÖ (Partido da Liberdade da Áustria), que atualmente tem 38 deputados, aparece com o segundo, ou terceiro, lugar nas pesquisas.
Apesar de ter abafado suas vozes mais eurocéticas desde o Brexit, o partido retomou os slogans abertamente xenófobos com a aproximação das eleições.
Os Democratas da Suécia (SD) fizeram um avanço histórico em setembro de 2014, tornando-se a terceira força política do país, com 13% dos votos. Eles contam com 48 assentos no Parlamento de um total de 349.
Fundado em 1998, este partido nacionalista e anti-imigração, cujas raízes estão no movimento neonazista, distanciou-se dos grupos racistas e violentos que foram muito ativos na década de 1990.
Graças à crise migratória, o Aurora Dourada (AD) conquistou seu lugar no Parlamento nas legislativas de setembro de 2015, com 6,99% de votos e 18 deputados. Um deputado deixou a legenda.
AD nega ser neonazista e se diz "um movimento nacionalista" defensor da "raça branca". Todos os seus líderes são julgados desde abril de 2015 por pertencerem a um grupo criminoso.
O Jobbik (Movimento por uma Hungria Melhor) é a segunda força do Parlamento, com 24 deputados.
Diante da linha-dura anti-imigração e autoritária do primeiro-ministro conservador Viktor Orban, o partido deixou de lado os slogans violentamente racistas e antissemitas para se concentrar na corrupção, na saúde e na educação.
Nossa Eslováquia (LSNS), partido neonazista criado em 2012, aproveitou-se do medo dos imigrantes para entrar no Parlamento, em 2016, com 14 assentos de um total de 150.
Defensor da independência de Flandres, o Vlaams Belang (VB, Interesse flamengo) ocupa desde junho de 2014 três dos 150 assentos na Câmara de Representantes. Em claro recuo, viu seu eleitorado ser atraído pelo partido nacionalista Nova Aliança Flamenga (N-VA).