Embora parte da dívida tenha sido amortizada ao longo do tempo, ainda existe um valor acumulado a pagar. A cifra que não foi paga entre 2003 e 2011 soma hoje R$ 1 bilhão. Entre 2012 e 2016, acumulou-se mais R$ 5,5 bilhões. Valor que disparou no ano passado: R$ 14,3 bilhões. Assim, a dívida atual do Ministério da Saúde com o SUS soma R$ 20,9 bilhões.
Esse montante equivale à soma dos orçamentos de nove ministérios: Planejamento (R$ 6,9 bi), Meio Ambiente (R$ 3,2 bi), Indústria e Comércio Exterior (R$ 2,8 bi), Cidades (R$ 2,3 bi), Cultura (R$ 2,1 bi), Integração Nacional (R$ 2,1), Esporte (R$ 490 mi), Direitos Humanos (R$ 271 mi) e Turismo (R$ 261 mi).
Os R$ 9,9 bilhões gastos na reforma e construção dos 12 estádios da Copa do Mundo no Brasil pagariam metade desta dívida. Já o custo dos Jogos Olímpicos de 2016, de R$ 42,5 bilhões, quitariam duas vezes o valor acumulado em restos a pagar.
Ao UOL, o Ministério da Saúde não vê a prática como problema e explicou que os pagamentos dos restos a pagar ocorrem quando são satisfeitas as condições para tanto, como a entrega de medicamentos. "Muitas vezes, recursos empenhados ao final do exercício não são pagos no mesmo ano apenas por conta da impossibilidade de efetivação de todos os trâmites administrativos."