Além de ter sido indicado por Lula ao Supremo, Toffoli tem um histórico de proximidade com o PT.
De 1995 a 2000, trabalhou na liderança do PT na Câmara dos Deputados. Atuou também em campanhas eleitorais do ex-presidente Lula e foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil no governo do petista. Em 2007, assumiu o comando da AGU (Advocacia-Geral da União, na foto acima), órgão responsável pela assessoria jurídica do governo federal.
Ao ser submetido a uma sabatina no Senado, etapa prévia à posse, Toffoli afirmou estar desvinculado da defesa de causas do partido. "Não vou agir atrelado ao meu passado", disse, em 2009.
E, de fato, no Supremo, muitas vezes foi voto contrário ao PT. No julgamento do mensalão, em 2012, Toffoli votou pela condenação do ex-presidente do partido José Genoino e do ex-tesoureiro Delúbio Soares, e foi a favor da absolvição do ex-ministro José Dirceu, por falta de provas. Dirceu acabou condenado.
"Desde o surgimento do PT, quando ainda nem tinha idade para votar, sempre acompanhei muito a trajetória do Lula. Eu não era filiado ao PT, mas era um eleitor e um militante, do ponto de vista de pensar o PT como aquele que iria, realmente, melhorar o país", disse o magistrado em depoimento ao projeto História Oral do Supremo, da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O ministro nasceu em Marília, interior de São Paulo, e se formou em direito pela USP (Universidade de São Paulo).
Agora, Toffoli é, aos 50 anos, o ministro mais novo a assumir a presidência do tribunal na história. Antes, a marca cabia aos ministros Celso de Mello e Moreira Alves (este, aposentado), que tinham 51 anos ao assumir a presidência do STF.
O mandato de presidente do STF tem duração de dois anos, escolhido por meio de eleição entre os ministros. Porém, é costume que na eleição os ministros apenas indiquem o colega mais antigo no tribunal que ainda não ocupou o cargo.
Luiz Fux será o vice-presidente do STF na gestão Toffoli, que agora deixa a Segunda Turma da Corte, onde será substituído pela ministra Cármen Lúcia.