Escavando a história
As pesquisas feitas do Acre ao Pará, em cerca de 3 mil sítios arqueológicos, demonstram que as sociedades pré-coloniais eram mais complexas do que se pensava.
Observamos o uso de tecnologias sofisticadas de produção de materiais, de interação ambiental e de manejo com o ambiente e vimos que grande parte dessa paisagem amazônica vista como virgem e intocada, é de fato, fruto de ação humana no passado.”
Helena Lima, do Museu Emílio Goeldi e da Ufam
A riqueza pode ser expressa pela alta diversidade cultural dos povos originários da Amazônia. Estima-se que mais de mil línguas --dos troncos Aruaque, Caribe, Macro-Jê, Pano, Tucano e Tupi, além de línguas isoladas ou não classificadas-- eram faladas na região no século 16. Atualmente, são faladas cerca de 240 línguas.
"É um indicador da diversidade cultural. E essa é a grande lição que a arqueologia pode nos dar: mostrar que é possível se ocupar a Amazônia, mas com critérios baseados na diversificação, não na especialização", diz Eduardo Neves, professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.