Segundo Christino, o transporte clandestino da Bolívia até os portos brasileiros é feito por integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Uma segunda rota, controlada pela facção criminosa Família do Norte, traz cocaína do Peru pela fronteira do Amazonas até portos das regiões nordeste e também sudeste.
Se escapar ao controle das autoridades nos portos, a cocaína segue então em navios cargueiros até portos europeus. Os destinos principais são Antuérpia (Bélgica), Rotterdam (Holanda), La Havre (França), Algeciras (Espanha) e Gioia Tauro (Itália).
Uma vez em solo europeu, a droga é retirada dos contêineres e distribuída por organizações criminosas europeias, especialmente de origem sérvia e italiana.
Ela também pode chegar de navio a países do golfo da Guiné, como Nigéria, Camarões, Gana e Togo e depois seguir de avião em pequenas quantidades para a Europa.
Os custos com as perdas de carregamentos apreendidos pelas autoridades são divididos entre as organizações criminosas.
Segundo investigações da Polícia Federal, tanto o PCC como as quadrilhas internacionais operam organizadas em pequenas células, o que dificulta que sejam descobertas.
Assim, os membros do PCC não atuam no tráfico internacional de cocaína por fruto de uma determinação direta de sua cúpula. O transporte da droga é feito por diversas células de forma independente. Mas uma parte do lucro de cada unidade é remetida para a manutenção da organização criminosa.