Assim que sou acomodado na ambulância, os enfermeiros já colocam a máscara de oxigênio e o monitor cardíaco. Em todas essas viaturas, e também no helicóptero, há um desfibrilador, medicamentos, instrumentos para pequenas intervenções e até equipamentos necessários para fazer pequenas cirurgias.
Totalmente imobilizado, volto a me imaginar naquela situação real e concluo que, nessa situação, só conseguiria pensar na minha família. O trajeto de pouco mais de 200 metros (o acesso para o centro médico da pista é ali ao lado), vencido em poucos minutos, certamente pareceria longo e demorado.
Retirado da ambulância, sou levado para a sala de pronto-atendimento. Novamente, um grupo bem organizado e com funções definidas entra em ação, ao comando do médico-chefe. Acessos são puncionados em cada um dos meus braços, a fratura na perna direita é identificada, o macacão cortado e uma tala colocada, além de um dreno inserido no meu tórax. Por fim, como apresento dificuldades respiratórias, sou entubado.
O Centro Médico montado pelo Leforte no Autódromo de Interlagos tem 400 metros quadrados e, além de dois leitos de atendimento de emergência e um terceiro exclusivo para o atendimento de pacientes com queimaduras, também conta com uma UTI completa com dois leitos.
Há ainda sala para avaliação oftalmológica completa, sala com equipamentos para diagnósticos por imagem e laboratório de análises clínicas, além de um banco de sangue e farmácia. Possui uma ampla área de descanso, onde boa parte dos profissionais permanece a maior parte do tempo. Em função da segurança, eles só entram na área de atendimento quando convocados pelo chefe do Centro Médico. No total, são 30 médicos mobilizados, das mais variadas especialidades, além de outros 120 profissionais, como paramédicos, enfermeiros e auxiliares técnicos e farmacêuticos.