Oriente na caixinha
Criada em uma família de grandes cozinheiras
– “e de grandes comilões” –, a personal chef Ana Baravelli tem uma relação próxima com a cozinha desde criança. Meio italiana, meio japonesa, ela cresceu entre as empadinhas preparadas pela babá ao mesmo tempo em que foi desenvolvendo o interesse pelos ingredientes da culinária oriental por influência da avó. Alguns anos depois, já adulta, tornou-se professora de cozinha básica brasileira, italiana e japonesa e descobriu no obentô o seu prato assinatura.
“Eu queria muito reproduzir os pratos que via nos livros e revistas japonesas”, conta Ana sobre a refeição tradicionalmente servida em uma marmita elaborada com requintes artísticos dignos de fazer comer com os olhos. Não à toa, quando começou a preparar as típicas refeições nipônicas, em 2014, contou com a ajuda de três assistentes, entre eles um artista plástico. “Comecei fazendo para os amigos e depois vieram muitos pedidos”, diz. Nascia aí o Popooyo, serviço de “obentô delivery” que desde então vem democratizando a comida oriental e propondo novos contextos para alimentos já conhecidos dos brasileiros, ou, ainda, apresentando novos sabores a esse público.
Cada caixinha compartimentada pode conter arroz, peixe ou carne e legumes cozidos, além de diferentes tipos de conservas orientais. “Apesar do trabalho complexo tenho enorme prazer em fazer os obentôs e em continuar a pesquisar receitas tradicionais japonesas ou incluir novos ingredientes brasileiros”, conta Ana, que também é padeira entusiasta de fermentação natural. Para ela, o preparo e a apresentação cuidadosos podem mudar a maneira como as pessoas se relacionam com a comida. “Quando alguém se interessa pelo que está comendo, valoriza o trabalho do cozinheiro e se dispõe a experimentar, aprender e sentir mais prazer no ato de comer.”