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Um negócio pode nascer de um sonho, de uma oportunidade ou da necessidade de encontrar uma ocupação. Para qualquer cenário, é imprescindível se preparar antes de abrir as portas. Afinal, ser o próprio chefe significa ser o responsável pelo sucesso ou fracasso da empresa.
Alguns vão a fundo na busca do conhecimento para aprimorar a gestão do negócio. Daniel Zanotte, 27, decidiu cursar administração de empresas antes de lançar sua consultoria para planejamento de casamentos. Maitê Matheus Nahfoud Icidaci, 33, que tem duas escolas de corte e costura, foi antes estudar moda para conhecer melhor o segmento. E Bárbara Siqueira, 29, quis voltar à sala de aula para abrir um negócio digital no setor de veículos, ramo totalmente diferente da sua área de formação.
Daniel Zanotte, 27, é músico e toca em festas de casamento há nove anos. Sua experiência no ramo fez com que enxergasse a oportunidade de abrir o próprio negócio num nicho ainda mal explorado: auxiliar os noivos no planejamento da festa, inclusive na parte financeira.
Zanotte está na fase da pesquisa de mercado e pretende lançar a empresa nos próximos meses. Mas a busca por conhecimento já começou. No início do ano, se matriculou no curso de administração de empresas para se preparar melhor, pois sabe que apenas sua experiência do segmento não é suficiente para cuidar de todos os aspectos de um negócio.
Tenho vontade de empreender desde pequeno. Em todos os lugares em que trabalhei, meu objetivo era sempre fazer a empresa crescer, mas os donos às vezes não tinham o mesmo pensamento, o que me motivou a ir atrás do meu sonho.
“Em nove anos, já toquei em mais de 400 casamentos. Converso com os noivos e com fornecedores, sei as dores e dificuldades deste mercado. Escolhi cursar administração para ter uma base mais sólida para cuidar do meu negócio e também para ter uma qualificação maior e poder atuar como consultor”, afirma.
Voltada para empreendedores com a mesma visão de Zanotte, a ESE – Escola Superior de Empreendedorismo Sebrae-SP oferece graduação em Administração, em São Paulo. O curso universitário oferecido pela instituição de ensino tem como foco desenvolver competências empreendedoras nos alunos e formar os empreendedores e profissionais do futuro, tem duração de quatro anos e é uma nova proposta do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo).
O caminho da capacitação também pode ajudar o empreendedor a direcionar melhor o negócio. Foi o caso de Maitê Matheus Nahfoud Icidaci, que hoje é dona de duas escolas de corte e costura em São Paulo. Antes de abrir a empresa, ela fez um curso técnico em produção de moda para ter uma visão geral sobre o segmento. E acabou descobrindo um ramo de atuação que a interessou.
“Durante o curso, fiz um trabalho sobre moda sustentável e vi que é uma área em crescimento. As pessoas estão voltando a ter interesse por fazer as próprias peças, há uma valorização do artesanal. Durante uma visita à Feira do Empreendedor, conheci a franquia Sigbol Fashion e achei que era uma boa oportunidade”, afirma.
Maitê se uniu ao irmão, que é administrador de empresas. Como sócios, juntaram o conhecimento técnico dela à formação em gestão dele, complementando suas habilidades, algo importante em uma sociedade. A função de cada um é bem definida no dia a dia: ela cuida do operacional e ele, da administração.
Mesmo depois de formada em moda com especialização em Nova York, a empreendedora Bárbara Siqueira, 29, voltou a estudar para lançar sua start-up, a Olho no Carro. É que, para empreender, ela mudou totalmente de ramo. Seu negócio digital oferece informações verificadas de veículos, como restrições financeiras, judiciais ou modificações, geralmente para fins de compra e venda.
Como empreendedora, tenho que dar conta de muito mais coisa do que eu esperava. Então, é importante se cercar de profissionais com conhecimento e de ferramentas que nos ajudem, como cursos e softwares. A gente fica muito inseguro no começo, os obstáculos parecem maiores do que a recompensa que virá, mas a gente tem que buscar ajuda e acreditar no que está fazendo.
A ideia do negócio surgiu de uma sugestão do pai, que trabalha com informações veiculares para empresas. Bárbara decidiu atuar na mesma área, mas com o público de pessoas físicas. Antes de lançar a start-up, foi atrás de capacitação, especialmente em marketing digital. Além disso, encontrou dois sócios com habilidades complementares às suas: um com experiência no mercado automotivo e outro especializado em tecnologia da informação.
