Ser nerd é cool

Foi-se o tempo em que gostar de ciência, manjar de tecnologia ou ser fissurado em sagas era motivo para piada

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A cada dia que passa, aquilo o que costumávamos definir como "ser nerd" vai se tornando apenas "ser inteligente". E ser inteligente é a coisa mais cool que existe atualmente. Foi-se o tempo em que gostar de ciência, manjar muito sobre tecnologia ou ser fissurado em sagas era motivo para sofrer bullying -- e já foi tarde!

O nerd é, principalmente, o cara que entendeu que se dá bem estudando e, fazendo isso, está em contato com as coisas mais modernas do mundo, antecipação de tendências e tudo o que pode revolucionar nossas vidas daqui em diante

Rafael Salles, doutorando em engenharia na USP

Muitas teorias podem explicar essa verdadeira Vingança dos Nerds na vida real, e uma delas é aquela velha piadinha sobre o CDF da escola hoje se tornar seu chefe no trabalho amanhã. Na era da internet, o que todo mundo queria ser, mesmo, é alguém como Mark Zuckerberg ou Steve Jobs.

Nos últimos 20 anos, o universo geek se tornou realmente multifacetado -- e isso não foi obra do acaso. Para Marcel Nadale, editor da Revista Mundo Estranho e apresentador de um programa sobre cultura nerd, sua popularização sempre esteve ligada ao surgimento de suportes de consumo individuais como as HQs, o VHS, a internet e os streamings.

De perto, ninguém é normal

Rafael Salles, 28, é doutorando em engenharia na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, onde estuda desde 2008. "Quando cheguei na Poli, esperava encontrar um reduto nerd clássico, mas foi nesse momento em que o mito do nerd como sujeito desarticulado caiu", diz.

Para ele, ser nerd não é mais sinônimo de ser esquisito porque justamente são essas pessoas que estão transformando o nosso cotidiano. "O nerd é, principalmente, o cara que entendeu que se dá bem estudando e, fazendo isso, está em contato com as coisas mais modernas do mundo, antecipação de tendências e tudo o que pode revolucionar nossas vidas daqui em diante".

O nerd é um 'fã com especialização', o cara que vê e revê o que gosta muitas vezes, seja uma história em quadrinhos, um filme ou um livro. A globalização facilitou o consumo e o compartilhamento dessas mitologias coletivas -- e a internet permitiu que esses fãs especializados passassem a se comunicar massivamente

Marcel Nadale, editor da Revista Mundo Estranho

Tudo dominado

A crescente entrada das mulheres nas áreas tradicionalmente masculinas da ciência também é um fator determinante para popularizar o que era considerado geek. Pela primeira vez na história, temos pessoas de todos os gêneros se dedicando ao que antes era trabalho de uma parcela muito restrita da população mundial.

A jornalista Claudia Fusco, 29, é mestre em estudos de ficção científica pela Universidade de Liverpool e, em suas palestras sobre literatura e cultura nerd, recebe alunos de idades e perfis muito variados. "Ser nerd sempre significou fazer parte de um clubinho mágico especial, mas ser nerd, hoje em dia, pode significar muitas coisas -- inclusive ser uma pessoa descolada ou um magnata da tecnologia, tipo o Steve Jobs", ressalta.

É impossível prever se nas próximas décadas os rumos do mundo continuarão parecidos, mas, pelo menos agora, o mundo é dos nerds.

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