Código aberto para inovação

Negócios se beneficiam da rapidez nas atualizações tecnológicas a custo reduzido e ampliam oportunidades

oferecido por Selo Publieditorial

Digitalizar os processos de uma empresa é um passo estratégico rumo à inovação. E o código aberto (ou open-source, do termo em inglês) pode ser um forte aliado nessa jornada. Isso porque a tecnologia possibilita criar soluções para qualquer tipo de problema em um negócio — desde aplicações corriqueiras, como agendamentos de entregas, até complexas, como fluxos financeiros —, permitindo atualizações constantes, customizações e a diminuição de custos com licenças.

Mas o que significa o open-source na prática? Simples: o código-fonte de softwares é disponibilizado com licença livre, o que permite estudar, modificar e distribuir a aplicação para qualquer finalidade.

Como muitas pessoas podem modificá-lo e devem disponibilizar as melhorias, o custo de desenvolvimento cai, o que torna o software bem eficiente.

João Carlos Lopes Fernandes, Docente de Engenharia de Computação do Instituto Mauá de Tecnologia

Segundo o especialista, a tecnologia pode ser usada por companhias de qualquer segmento e tamanho, inclusive pelas empresas de pequeno e médio portes. "Para PMEs adotarem novas soluções tecnológicas, muitas vezes o custo da licença torna a medida inviável, e a maioria das soluções proprietárias mais baratas são bem limitadas. As alternativas open-source oferecem diversas vantagens em relação às tradicionais e também podem atender empresas de grande porte", completa Fernandes.

Isso não quer dizer que os custos sejam nulos, já que, mesmo sem a necessidade de pagar pelo software, é preciso contar com profissionais que saibam trabalhar com a tecnologia. Mas a otimização de investimentos com a opção pelo código aberto, segundo ele, é significativa.

Aberto e na nuvem

Quando as aplicações desenvolvidas para os negócios em código aberto rodam na nuvem, as vantagens se ampliam, tanto em otimização de custos quanto em desempenho. Segundo Thoran Rodrigues, CEO e fundador da BigData Corp, dependendo da complexidade do software e do volume de dados usados, não dispor as informações na cloud pode ser um limitador. "Se você não possui dados na nuvem não conseguirá fazer processamentos sofisticados", afirma.

Além disso, com a tecnologia as oportunidades se multiplicam para os negócios. Somente processando informações na cloud é possível a conexão com sistemas externos e fontes de dados de fora da empresa. Isso significa ter acesso a análises de dados que revelam comportamentos de consumo, mapeamentos do mercado e descobertas de tendências que hoje são imprescindíveis para as empresas competitivas e inovadoras.

Mentalidade inovadora

Quando uma empresa opta por soluções em código aberto, a própria mentalidade colaborativa necessária para o processo funcionar contribui para a inovação. "Hoje, o software aberto movimenta uma comunidade de desenvolvedores e profissionais que compartilham seus conhecimentos e experiência na criação de novas soluções e na formação dos profissionais mais jovens. A inovação é uma consequência do mindset open-source", afirma Ricardo Destro, professor do departamento de Engenharia Elétrica da FEI.

Quanto mais colaborativo é um ambiente, mais ágil ele será em termos de desenvolvimento. E quanto mais ágil o desenvolvimento de novas fórmulas, mais rápido as falhas são identificadas e corrigidas, num caminho de aprimoramento contínuo. É o tal do "fail fast, learn faster" (erre rápido, aprenda rápido), mantra das empresas mais inovadoras e disruptivas.

O futuro é aberto

Paulo Matias, professor adjunto do Departamento de Computação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), diz que a adoção do open-source também contribui para criar um ambiente tecnológico mais interoperável, ou seja, capaz de se comunicar com outros sistemas. Segundo ele, isso é importante porque facilita a integração e a atualização constante de diversas áreas numa empresa, evitando que serviços essenciais "fiquem presos" a sistemas obsoletos, ou dependentes de um único fornecedor (também conhecido pelo termo 'lock-in').

De acordo com Matias, a tendência é que a indústria tecnológica foque mais em serviços e soluções do que a venda de licenças de software. "Isso faz com que o valor estratégico de manter todo o código em segredo seja reduzido", diz ele. No futuro, todas as soluções digitais poderão ser amplamente disponibilizadas em open-source.

Como consequência, toda a cadeia acaba se beneficiando de alguma forma. "Empresas cuja atividade-fim não é o desenvolvimento de software têm sido beneficiadas pelo aumento de popularidade do código aberto, pois ganham maior flexibilidade para mesclar soluções de diferentes fornecedores e maior facilidade em encontrar profissionais qualificados no mercado", argumenta.

Líderes visionários

É possível que algumas lideranças de negócios ainda tenham receio de usar tecnologias compartilhadas em código aberto. Mas, segundo Destro, da FEI, a adoção coloca os CEOs e decisores das companhias numa relação mais sustentável com seus clientes, usuários finais e parceiros de negócios.

As empresas que buscam no open-source a vantagem de ampliar suas capacidades e colaborar com a comunidade, muitas vezes, conseguem atingir seus objetivos de forma mais rápida e eficiente. Além disso, ao compartilhar dados com clientes e desenvolvedores, geram uma relação de confiança adicional, mostrando realmente que a transparência é um valor importante para os seus negócios.

Ricardo Destro, Professor do departamento de Engenharia Elétrica da FEI

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