Em sua aula, Ronaldo Lemos aborda aspectos de onde estamos vindo e para onde iremos do ponto de vista da tecnologia. Lemos cita o autor William Gibson: "Ele diz que o futuro já está entre nós, só que ele se encontra mal distribuído. Por isso é importante fazer um curso como este, porque tenta nivelar a informação para quem quer se adaptar às mudanças tecnológicas."

Outro ponto relevante é que não sabemos de onde virão as mudanças. "Antigamente poucos usavam o WhatsApp. Mas o aplicativo mudou completamente a forma de comunicação, mudou o setor das telecomunicações", diz.

"Agora, um app chinês que está começando a ficar popular fora do país é o WeChat, com utilidades que o próprio WhatsApp não tem. Na China você paga tudo pelo WeChat, por meio de um QR Code. Andando pelas ruas de Pequim e de Xangai é possível ver moradores de rua carregando placas com seu próprio QR Code, porque sabem que não têm chance de receber ajuda se não for pelo celular."

Dentro de um panorama como este, qual é a conclusão? "A incerteza. A tecnologia gera incerteza para todos os setores e todas as carreiras. A pergunta que devemos fazer é: quais habilidades preciso aprender nesse contexto de mudança? Quais decisões devemos tomar?"

Das lições que aprendeu ao passar um tempo na China, ele diz que a principal é aprender para se adaptar. "O mundo está mudando muito rápido, por isso, estar aprendendo o tempo inteiro é uma obrigação de todos nós."

Desenhar cenários realistas para a economia brasileira no período de 2020 a 2025 e fornecer instrumentos de análise para que se possa fazer uma economia brasileira de modo geral estão entre os objetivos da aula de Giannetti no curso Cenários.

Segundo o economista, é preciso levar em conta as megatendências globais: revolução tecnológica, mudança climática e geopolítica internacional.

A revolução tecnológica que está em andamento tem como foco as tecnologias da informação. Mas não se trata, apenas, da digitalização e da internet. Inclui também a revolução na biologia, biologia molecular e a engenharia genética. "O uso na medicina e no agronegócio são afetados por isso. O Brasil tem uma forte vocação de provedor natural de alimentos e recursos naturais. Temos de valorizar nossos ativos ambientais", diz o professor.

A mudança climática, segundo o especialista, é uma área na qual o Brasil tem protagonismo quase inescapável para o bem e para o mal, porque é ameaça e oportunidade ao mesmo tempo. "O que ocorreu na Amazônia em 2019 merece o máximo de consideração porque pode afetar seriamente o futuro do agronegócio. Ao mesmo tempo, as oportunidades são extraordinárias. O mercado de trabalho será afetado pelas novas demandas no campo de energia, do uso de materiais nos processos produtivos."

Por fim, é preciso ficar atento à geopolítica internacional. "A ascendência da China vai afetar o cenário de 2020 a 2025. China e Estados Unidos, as duas potências mundiais, enfrentam situações que mostram fragilidade. Os EUA entraram num território político indefinido e perigoso com a eleição de Trump. Já o governo da China está reforçando seu caráter autoritário. Não dá para levar muito longe a liberalização econômica sem a contrapartida de liberalização política. Hong Kong talvez seja apenas um prelúdio do que pode acontecer no restante do país, levando a uma crise profunda nos próximos anos", analisa Giannetti.

Uma maneira de se relacionar com o futuro é puxarmos para nós mesmos a responsabilidade pela sua construção. Por isso, a aula sobre carreira traz ensinamentos para ajudar a ampliar o mundo considerando a construção de uma trajetória de sucesso.

Para o curso Cenários, o especialista selecionou sete elementos que devem ser levados em conta no momento de planejar a carreira. "O objetivo é provocar uma reflexão sobre o assunto", diz. Um deles é a importância de desenvolver o pensamento estratégico.

"Ele é diferente de planejamento estratégico, apesar de estarem conectados. O pensamento é uma qualidade humana, é a capacidade de se estabelecer conexões temporárias. Pensar estrategicamente é conciliar, criar uma harmonia, a fim de provocar uma aproximação entre duas partes."

Estas duas partes são, neste caso, o presente e o futuro. "É preciso ter a consciência clara da realidade presente e imaginar o futuro que está ligado com os nossos sonhos, nossos desejos, mas que tenha conexão com a realidade", afirma. "Caso contrário a chance de frustração é grande."

Para Mussak, carreira não é uma condenação. "Em outras palavras: você pode mudar. Eu mesmo mudei de carreira, tendo consciência, inclusive, dos riscos. Mudanças de fato vão acontecer e acontecem porque estamos em um mundo em transformação. Tudo está mudando, inclusive o futuro."