Não só aumenta como existe um nome para isso: cárie de mamadeira. A principal causa é alimentar o bebê de madrugada e não limpar seus dentinhos em seguida (difícil, convenhamos). Durante o sono, o organismo diminui a produção de saliva, importante na limpeza dos dentes e no combate às bactérias. "Além disso, o tempo que uma criança demora a ingerir 150 ml de leite com achocolatado na mamadeira é mais do que o dobro do que ela levaria num copo. A maior exposição do dente ao açúcar eleva o risco de cárie", afirma Luciana Inagaki, professora da Bebê Clínica. A sugestão dos odontopediatras é, assim que possível, alimentar a criança no máximo até as 22h, e higienizar sua boca na sequência.
Sim. E chupar dedo também. "A sucção digital e o uso prolongado da chupeta e mamadeira podem deformar a arcada dentária e comprometer a mastigação, fonação, respiração e estética", aponta Leila Maria Cesário Pereira Pinto, professora da Bebê Clínica. "Se for realmente necessário o uso de chupeta, a sugestão é sempre optar por uma marca de qualidade, aprovada pelos órgãos competentes de fiscalização", diz Helenice Biancalana.
"A respiração bucal pode alterar a direção do crescimento da mandíbula e a altura facial, e causar má oclusões", afirma Jenny Abanto. Ela também pode modificar as funções normais da mastigação e da deglutição. Não é só. Crianças que não respiram pelo nariz estão mais propensas à cárie, por terem menor produção de saliva.
Eis uma pergunta nova nos consultórios. "As células-tronco do dente de leite podem ser convertidas em células de quase todos os tecidos do corpo: pele, músculo, osso e até órgãos", diz Amélia Cristina Mamede. Empresas especializadas armazenam o dente de leite por meio de uma técnica de congelamento chamada criopreservação. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no entanto, ainda não liberou seu uso para tratamentos no Brasil.