Duelo de gigantes

Conheça as diferenças entre o maior navio de cruzeiro do mundo e o Titanic

Marcel Vincenti Colaboração para o UOL Viagem
Divulgação Royal Caribbean/Creative Commons

Gigantes dos mares

Foi inaugurado oficialmente em 22 de maio de 2016 o Harmony of the Seas, considerado o maior navio de cruzeiro da história.

A embarcação, que começou sua primeira viagem turística na cidade inglesa de Southampton, está chamando a atenção do mundo inteiro com suas dimensões superlativas: são 361,7 metros de comprimento, 66,4 metros de largura, 2.747 cabines e capacidade para 6.780 hóspedes (mais do que a população de Águas de Santa Bárbara, em São Paulo).

Com este tamanho, o Harmony toma o posto de maior transatlântico da Terra do Allure of the Seas, que pode levar 6.296 hóspedes, é dono de 2.706 cabines e tem 360 metros de comprimento (ambas as embarcações pertencem à mesma companhia, a Royal Caribbean).

Mas, e se compararmos o Harmony of the Seas com o mais famoso transatlântico de todos os tempos? Quando inaugurado, em 1912, o Titanic também detinha o posto de maior navio do mundo e, assim como o novo lançamento da Royal Caribbean, impressionava a todos com sua infraestrutura. Abaixo, veja imagens das duas embarcações e saiba como as tendências em cruzeiros mudaram no último século.    

Arte/UOL

ESPAÇOS SOCIAIS

Divulgação/Royal Caribbean Divulgação/Royal Caribbean

Harmony of the Seas

O Harmony of the Seas tem uma área externa conhecida como Central Park, que abriga um total de 10.587 plantas e 52 árvores, algumas com mais de seis metros de altura. O navio tem ainda 18 deques, 16 dos quais são abertos a passageiros

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Titanic

O Titanic tinha dez deques, mas muitos dos espaços eram reservados apenas a passageiros da primeira classe. Reza a história que muitos dos interiores do Titanic foram inspirados pela decoração do hotel Ritz da cidade de Londres

PARA SE MANTER EM FORMA

Michel Verdure/Royal Caribbean Michel Verdure/Royal Caribbean

Harmony of the Seas

O Harmony of the Seas tem academia de ginástica com bicicletas ergométricas, equipamentos de musculação e televisores para entreter o público que frequenta estes locais

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Titanic

O Titanic também tinha uma academia de ginástica a bordo, mas apenas para passageiros da primeira classe. À direita, é possível ver como era a bicicleta ergométrica do espaço

RESTAURANTES

Michel Verdure/Royal Caribbean Michel Verdure/Royal Caribbean

Harmony of the Seas

O Harmony of the Seas oferece mais de 20 lugares onde o público pode desfrutar de refeições. Um destes locais é um restaurante (na foto) com menu italiano assinado pelo famoso chef inglês Jamie Oliver. Outro dos restaurantes tem decoração inspirada na história "Alice no País das Maravilhas"

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Titanic

Um dos espaços gastronômicos mais concorridos do Titanic era o restaurante À La Carte (na ilustração acima), aberto apenas aos passageiros da primeira classe. As outras classes também tinham espaços para refeição, mas que não chegavam nem perto do luxo do À La Carte

CARTÃO-POSTAL

Roy Riley/Royal Caribbean Roy Riley/Royal Caribbean

Harmony of the Seas

O Harmony of the Seas tem como um de seus grande cartões-postais o conjunto de três toboáguas conhecido como "Perfect Storm" (tempestade perfeita). Como meio de transporte menos radical, a embarcação oferece 24 elevadores

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Titanic

Se o Harmony of the Seas se gaba das descidas de seus toboáguas, o Titanic tinha uma luxuosa escadaria (chamada Grand Staircase) que atravessava sete de seus deques. E o Titanic também oferecia quatro elevadores

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PISCINAS E MUITO MAIS

Roy Riley/Royal Caribbean Roy Riley/Royal Caribbean

Harmony of the Seas

O Harmony of the Seas tem um tobogã com mais de 30 metros de comprimento, que cruza dez deques do navio. O navio oferece também 23 piscinas, hidromassagens e simuladores de surfe. Há ainda 1.252 obras de arte exibidas em todo o navio, além de um teatro que exibirá o musical "Grease"

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Titanic

Além da academia, o Titanic tinha a bordo uma piscina aquecida (na foto), um banho turco e até um canil. Todos estes espaços, porém, eram apenas acessíveis aos passageiros da primeira classe. No Harmony, todos os passageiros têm acesso à maioria das opções de entretenimento do navio

ESCOLHA DO CLIENTE

Roy Riley/Creative Commons Roy Riley/Creative Commons

Harmony of the Seas

Os passageiros do Harmony of the Seas podem pedir para que robôs lhes sirvam drinques em um dos bares da embarcação. Existentes em outros navios da Royal Caribbean, como o Quantum of the Seas, e considerados uma das grandes inovações da empresa, os robôs podem fazer até 1.000 drinques por dia

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Titanic

Os passageiros da primeira classe do Titanic tinham acesso a livros com os nomes de 352 canções. Eles podiam pedir para que os músicos a bordo tocassem qualquer uma delas. Como mostrou o filme "Titanic", estes artistas tocaram seus instrumentos no momento em que o navio afundava. Todos eles morreram

ACOMODAÇÕES

Simon Brooke-Webb/Royal Caribbean Simon Brooke-Webb/Royal Caribbean

Harmony of the Seas

O navio Harmony of the Seas tem um total de 2.747 cabines, muitas delas com varanda e vista para o mar, como a Royal Family Suite (na foto)

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Titanic

Já o Titanic tinha um total de 840 cabines: 416 na primeira classe, 162 na segunda e 262 na terceira classe. Na imagem, é possível ver acomodação da primeira classe

PARA TOMAR UM CAFÉ

Michel Verdure/Royal Caribbean Michel Verdure/Royal Caribbean

Harmony of the Seas

Há diversos cafés espalhados pelo Harmony of the Seas, a maioria deles com um visual descontraído, como o Café Promenade. Um carro antigo dá um toque retrô ao local

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Titanic

No Titanic, por sua vez, a hora do chá era um momento formal, principalmente na 1ª classe. Um dos locais mais frequentados pela aristocracia a bordo era o Café Le Parisien

O que mudou nos navios?

Como era de se esperar, os cruzeiros mudaram significativamente nos últimos 104 anos. “Antigamente, navios de passageiros eram, acima de tudo, meios de transporte”, diz Bud Darr, vice-presidente para Assuntos Técnicos e Regulatórios da Cruise Lines International Association (CLIA), a principal associação de empresas de cruzeiros do mundo. 

“As embarcações viraram um destino turístico por si só, com entretenimento constante e atrações como paredes de escalada, teatro e até carrinhos de bate-bate. Boa parte das férias dos passageiros é passada a bordo”.

O Titanic tinha suas áreas de entretenimento, mas a maioria delas só estava aberta aos passageiros da 1ª classe - cerca de um terço dos hóspedes. Hoje, muitos navios oferecem áreas exclusivas para passageiros que compram os bilhetes mais caros, mas, via de regra, quase todos os atrativos a bordo são acessíveis a todos os viajantes. 

E, logicamente, há a questão da segurança. O Titanic afundou em sua primeira jornada depois de se chocar com um iceberg no meio do Atlântico. Mais de 1.500 pessoas morreram no acidente. Mesmo que tragédias marítimas ainda possam ocorrer (vide o Costa Concordia, em 2012), Darr garante que, hoje, viajar de navio é muito mais seguro.

“Os navios recebem informações e imagens por satélite em tempo real e em alta resolução sobre as condições das rotas marítimas. E há a International Ice Patrol, responsável por monitorar a existência de icebergs no trajeto das embarcações, o que garante uma segurança ainda maior”.

Esta entidade, vale lembrar, foi fundada em 1914, como resposta ao acidente do Titanic.

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PRIMEIRAS VIAGENS DO HARMONY

A jornada inaugural com passageiros do Harmony of the Seas foi realizada em 22 de maio de 2016, com viagem saindo de Southampton, na Inglaterra, com destino a Roterdã, na Holanda.

Entre junho e novembro de 2016, o navio começará suas viagens a partir da cidade espanhola de Barcelona, em jornadas que terão duração de sete noites e irão visitar portos do mar Mediterrâneo. Depois, a embarcação vai para Port Everglades, no estado norte-americano da Flórida, de onde realizará cruzeiros de sete noites pelo Caribe

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ÚNICA VIAGEM DO TITANIC

A jornada inaugural com passageiros do Titanic começou no dia 10 de abril de 1912, com viagem saindo de Southampton, na Inglaterra, com destino a Nova York, nos Estados Unidos. Durante o trajeto, a embarcação ainda passou pelos portos de Cherbourg, na França, e Queenstown, na Irlanda, onde embarcaram novos passageiros. 

O navio faria uma cruzeiro de retorno à Europa depois de chegar a Nova York, mas afundou no dia 15 de abril de 1912 durante sua primeira viagem à América do Norte. 

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