Um ano de ressaca

365 dias depois da Rio-2016, Brasil tem estruturas definhando e medalhistas sofrendo para seguir no topo

Guilherme Costa e Leandro Carneiro Do UOL, em São Paulo

A conta chegou bem antes do esperado

O Brasil teve uma chance para mudar tudo: na noite de 5 de agosto de 2016, o Maracanã foi palco da abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro, a primeira na América do Sul. Quando Gisele Bündchen desfilou no centro do gramado e Paulinho da Viola cantou o hino nacional, o país começava a mostrar o resultado de uma preparação que havia consumido bilhões de reais e começado antes mesmo de outubro de 2009, quando o COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou quem receberia a competição. Um ano depois, o que sobrou das oportunidades criadas pelos Jogos? Sobrou a ressaca.

O Rio do sonho olímpico hoje é uma cidade em grave crise. O Estado faliu, as verbas para áreas como segurança e saúde sumiram e o famigerado legado ficou ainda mais discutível: a estrutura esportiva padece e a ocupação hoteleira, que chegou a 92,5% durante os Jogos, caiu para 40% em julho de 2017, mesmo em um mês de férias. Sergio Cabral, ex-governador e um dos idealizadores do projeto Rio-2016, está preso e já flertou com delações sobre corrupção no evento.

Esportivamente, o Brasil também não conseguiu crescer. Foram 19 pódios. Mesmo fora dos 10 primeiros lugares no quadro de medalhas, foi uma campanha recorde. Esses resultados poderiam abrir caminho para um salto de desempenho em diversas modalidades. Mas, um ano depois, medalhistas perceberam que a euforia também tinha prazo de validade. Patrocinadores privados seguem escassos e estatais reduziram investimento, frutos de uma conjuntura que combina pós-Olimpíada e crise como um todo.

Arte UOL

Qual foi o destino dos medalhistas?

A Rio-2016 foi o ápice de um dos momentos mais prolíficos do esporte brasileiro em todos os tempos. A perspectiva de realizar uma edição de Jogos Olímpicos criou, em muitas modalidades, uma estrutura inimaginável até então. Muita gente pensou que, brilhando em casa, seria fácil seguir exemplos de brasileiros que se deram muito bem após suas próprias conquistas.

Esses modelos eram Cesar Cielo e Arthur Zanetti. O nadador subiu ao pódio duas vezes em Pequim-2008. Um ano depois, conquistou títulos no Mundial de Roma, quebrou recordes e se tornou o mais rápido da história nos 50m livre e nos 100m livre. O ginasta levou o ouro nas argolas em Londres-2012 e também foi campeão mundial no ano seguinte. As duas vitórias foram inéditas para o esporte brasileiro.

Na Rio-2016, o Brasil quebrou o recorde de pódios da história (19), com sete ouros, seis pratas e seis bronzes. Tudo isso poderia ter levado a uma mudança de patamar para o esporte nacional como um todo. Não foi assim. Veja o que aconteceu com alguns desses atletas em um ano.

Eles sofreram após brilhar na Olimpíada

Reprodução/Facebook Reprodução/Facebook

Thiago Braz

Campeão do salto com vara, Thiago Braz foi uma das surpresas da Rio-2016. Neste ano, porém, foi cortado do Mundial disputado na Inglaterra. Segundo a CBAT, ele teve uma lesão na panturrilha e dores nas costas. No entanto, também pesou a fase negativa do atleta, que foi preservado pelo técnico Vitaly Petrov.

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Poliana Okimoto

O bronze da Rio-2016 foi a coroação de uma carreira brilhando nas águas abertas. Ela até adiou a aposentadoria para seguir competindo. Mas, na seletiva nacional para o Mundial de esportes aquáticos de Budapeste, acabou em terceiro. Acabou preterida e, como Braz, ficou fora da competição.

Vôlei de praia

Alison e Bruno Schmidt haviam sido campeões mundiais (2015) e olímpicos (2016). Neste ano, porém, perderam nas oitavas de final do Mundial disputado na Áustria. Ágatha e Bárbara, também medalhistas da Rio-2016, não são mais uma dupla. Separadas, ambas caíram ainda na fase de grupos do Mundial deste ano.

Estou muito chateado por não participar do Mundial. Tentei de todas as formas me recuperar a tempo, mas infelizmente terei que adiar um dos meus grandes sonhos

Thiago Braz

Thiago Braz, campeão olímpico do salto com vara, à "Folha de S. Paulo"

Andre Mourao/O Dia/Nopp Andre Mourao/O Dia/Nopp

"Esperava ser mais valorizada"

Poliana Okimoto, bronze da maratona aquática, relata a decepção pós-olímpica

A medalha olímpica foi a motivação que eu consegui para continuar nadando. Se eu não tivesse ganho, já teria parado. Agora, esse ciclo começou diferente. Não fui para o Mundial porque na seletiva eu não me senti bem e aqui no Brasil eles fazem apenas uma prova. Venho desde 2006 entre as melhores do mundo, tinha acabado de ganhar uma medalha olímpica e estava em terceiro no ranking mundial, mas fiquei fora por causa de uma prova em que me senti mal. Ali, logo que eu não consegui classificação para o Mundial, a antiga diretoria da CBDA me avisou que eu não conseguiria fazer também o circuito mundial. Isso me desmotivou bastante porque eu não teria nenhuma competição alvo no ano. Então, a gente resolveu tirar um pouco o pé e ficar mais com as provas de piscina. Foi um balde de água fria num ano pós-olímpico, e isso deixou a gente bastante chateada.

O ideal, e é o que o pessoal lá fora faz, é acabar um ciclo olímpico e começar a pensar no outro. Um planejamento de quatro anos, sabendo que você vai ter tranquilidade para trabalhar nesses quatro anos. Aqui no Brasil as coisas são um pouco diferentes. Para mim até mais, por causa do fator idade. Tenho de mostrar trabalho e serviço. Em toda competição que eu entro, preciso mostrar que estou em forma e ainda sou competitiva.

Esperava ser mais valorizada, sim. Justamente por ter sido a única medalhista olímpica dos esportes aquáticos e a primeira da história da natação feminina. Essa foi uma das minhas reclamações com a antiga diretoria da confederação. Eles não aproveitaram em nada essa medalha. Uma medalha olímpica é tão difícil de ser conquistada que, quando acontece, tem de ser valorizada. Medalha olímpica não é para qualquer um. A gente está há pelo menos três ciclos olímpicos treinando e se dedicando muito por essa medalha, e ela pode servir de exemplo para categorias de base, novos atletas e mulheres, principalmente. A gente só espera que as coisas melhorem agora.

Eles mudaram de rumo depois da Rio-2016

AP Photo/Dolores Ochoa AP Photo/Dolores Ochoa

Futebol e vôlei

Não é fácil perder um técnico campeão olímpico. Futebol e vôlei enfrentaram isso. Rogério Micale, ouro inédito no futebol masculino, caiu por não ter classificado a seleção sub-20 para o Mundial. O vôlei masculino trocou Bernardinho, mais vencedor da história, por Renan dal Zotto. Assumiu e foi vice da Liga Mundial.

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Robson Conceição

Ouro na Rio-2016, Robson Conceição deixou o boxe amador. Assinou contrato com a promotora Top Rank, uma das mais tradicionais da modalidade, e estreou como profissional em novembro do ano passado. Até aqui, fez quatro lutas na nova etapa da carreira e angariou quatro vitórias - todas por nocaute.

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Maicon Andrade

Uma das surpresas do Brasil na Rio-2016, Maicon Andrade também mudou depois do bronze. Em outubro, revelou que a Confederação lhe devia R$ 24 mil e que isso já havia afetado sua preparação para Tóquio-2020. Em meio à crise, foi fazer faculdade de gastronomia e acabou convocado para a Universíade.

Acho que o maior sonho da carreira de qualquer atleta é poder disputar uma Olimpíada em casa, e poder finalizar isso com um ouro é o sonho mais bonito que qualquer um poderia escrever. É um filme perfeito

Bruninho

Bruninho, capitão da seleção brasileira de vôlei masculino medalhista de ouro na Rio-2016

AFP AFP

"A vida mudou completamente"

Lipe, medalhista de ouro no vôlei masculino, que se afastou da seleção

A vida mudou completamente. Em primeiro lugar, a parte da responsabilidade social que apareceu dentro de mim depois de ganhar as Olimpíadas. Senti obrigação de ajudar, desenvolver alguma coisa que representasse algo ou ajudar alguém a ter pelo menos uma parte do que eu tive.

Também grudei um pouco na minha mulher. A gente sempre se privou do tempo junto. É uma vida realmente de abnegação, de deixar muita coisa de lado para se dedicar ao esporte. Quando acabou, a gente ficou junto o máximo possível.

Hoje, minha questão é diferente dos demais: dependo do físico. Na fase final da Liga Mundial eu precisava estar inteiro e não estava. É complicado a comissão técnica ter um jogador sem a certeza de que ele pode ajudar. Agora, vou depender da minha parte física. O sonho de continuar é enorme, a honra é enorme, mas tenho dúvida por causa disso.

Eles ainda podem brilhar depois de 2016

Marcos Brindicci/Reuters Marcos Brindicci/Reuters

Isaquias Queiroz

Isaquias deixou a Rio-2016 com três medalhas (duas pratas e um bronze). Depois, sofreu ao lado do técnico Jesus Morlán, que operou um tumor no cérebro. Neste ano, foram duas medalhas no Mundial sub-23, que serviu como preparação para o Mundial adulto, na Romênia, em agosto.

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Judô

O judô brasileiro conquista medalha em todos os Jogos Olímpicos desde Los Angeles-1984. Na Rio-2016 foram três: Mayra Aguiar (bronze), Rafael Silva (bronze) e Rafaela Silva (ouro). Todos foram convocados para o Mundial de agosto, na Hungria, e têm chance de repetir os feitos.

Marcio Fernandes/Nopp Marcio Fernandes/Nopp

Ginástica

Outro esporte que contribuiu muito para a lista de láureas do Brasil na Rio-2016 foi a ginástica. Foram três pódios (Arthur Zanetti nas argolas, além de Arthur Nory e Diego Hypólito no solo), o que apenas aumentou a expectativa em torno da campanha do país no próximo Mundial, no Canadá, em setembro.

O ano depois de uma Olimpíada é bem diferente para os atletas. Na nossa primeira grande competição, que foi o Grand Slam de Paris, a gente não teve grandes resultados. Teve uma reunião e eu falei sobre a importância de seguir em frente. Eu perdi a Olimpíada em 2012, mas um ano depois estava me tornando a primeira brasileira campeã mundial

Rafaela Silva

Rafaela Silva, medalhista de ouro na categoria até 57kg do judô feminino na Rio-2016

AP/Gregorio Borgia AP/Gregorio Borgia

Dá para manter o Brasil no topo?

Kahena Kunze, ouro na vela com Martine Grael, que admite ser mais visada

O pós-olímpico para a gente foi basicamente depois de seis meses. A gente ficou até 2017 paradas, sem treinar, ainda que estivesse velejando os barcos. Foi bem interessante porque a gente foi para a primeira competição em Miami sem treinar e foi superbem. A gente ganhou praticamente todas as etapas da Copa do Mundo neste ano, mesmo sem treinar muito.

Pensando no outro lado, das nossas concorrentes, a gente é mais visada. Tem de tomar cuidado quando está treinando para não filmarem a gente. É normal, mas agora tem de tomar mais cuidado.

A gente está mudando um pouco a estratégia rumo a Tóquio porque acredita que do mesmo jeito não vai chegar. Estamos num ritmo devagar, e agora é aproveitar para fazer coisas fora da água. Acho que novos caminhos se abriram. Deu tempo de fazer muita coisa: viajar, conhecer outras pessoas, não só vela ou no esporte. Comecei a surfar, velejei outros barcos, voltei para a faculdade, já que me formar era o principal objetivo depois dos Jogos.

COB acha que oscilação de medalhistas é normal

A oscilação de alguns medalhistas da Rio-2016 ainda não levou o COB (Comitê Olímpico do Brasil) a ligar um sinal de alerta. Ainda amparada pelo alto número de pódios do ano passado, a entidade considera que as quedas de desempenho são pontuais e estão dentro do admissível para um início de ciclo.

“É importante perceber que o primeiro ano de ciclo olímpico é de ajustes para equipes e atletas. Muitos que chegaram desgastados ao fim do quadriênio passado optaram por realizar procedimentos médicos, até cirúrgicos. Outros alteraram a rotina de treinamento ou mudaram a equipe técnica, por exemplo. O objetivo é preparar a base para o treinamento pesado dos anos seguintes do ciclo olímpico”, ponderou Agberto Guimarães, diretor-executivo do COB.

O dirigente lembrou que o Brasil teve um incremento de estrutura em função da Rio-2016 e que também evoluiu em termos técnicos. O país contou com 55 técnicos estrangeiros no ciclo passado, e muitos foram mantidos para o próximo quadriênio olímpico.

O legado esportivo de uma edição de Jogos é visto ao longo dos anos seguintes e ainda estamos no final do primeiro ano do ciclo olímpico. Os resultados iniciais mostram a qualidade do trabalho realizado. Seguimos utilizando muito da base realizada para o Rio 2016 para capacitar da melhor forma possível os principais atletas do país com chances de integrarem a delegação brasileira em Tóquio 2020. Hoje temos profissionais capacitados, conhecimento e estrutura para isso

Agberto Guimarães

Agberto Guimarães, diretor-executivo do COB

O que os brasileiros tiraram da Rio-2016

FABRIZIO BENSCH/REUTERS FABRIZIO BENSCH/REUTERS

Quanto custou a Rio-2016? Ninguém sabe

Um ano depois, ainda é impossível saber qual foi o impacto da Rio-2016 para os cofres públicos do Brasil. O custo total do evento deveria ter sido divulgado em março de 2017, mas a APO (Autoridade Pública Olímpica) foi extinta antes de publicar a versão final da matriz de responsabilidade.

A última atualização do documento, de janeiro de 2016, estimou em pouco mais de R$ 39,1 bilhões o custo do evento. Na época, porém, as autoridades locais ainda trabalhavam com a previsão de que o Comitê Organizador dos Jogos gastaria R$ 7,4 bilhões. O órgão consumiu pelo menos R$ 9 bilhões.

No fim de março, o governo federal criou um órgão chamado Aglo (Autoridade de Governança de Legado Olímpico) e extinguiu a APO. Depois, disse que a entidade encerrada era a responsável pela divulgação de dados financeiros e que não havia um prazo para apresentar dados revisados.

O TCU (Tribunal de Contas da União) indicou que os gastos da Rio-2016 devem ser apresentados separadamente por governos federal, estadual e municipal. No entanto, também não exigiu um prazo limite. Enquanto isso, ninguém sabe quanto o Brasil investiu nos Jogos.

A Rio-2016 na cadeia

Antônio Cruz/Agência Brasil Antônio Cruz/Agência Brasil

Houve propina no processo de escolha da sede?

Ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) foi um dos idealizadores do projeto de receber os Jogos Olímpicos. Está preso desde novembro de 2016, e em junho deste ano foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 14 anos e dois meses de detenção por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a revista ?Piauí?, Cabral fez uma proposta de delação premiada ao Ministério Público Federal e se comprometeu a detalhar um esquema de pagamento de propina para que a cidade fosse escolhida.

Luiz Ackermann/Agência O Globo Luiz Ackermann/Agência O Globo

E nas obras que o Brasil fez para os Jogos?

Na última quinta-feira (03), foi preso também Alexandre Pinto da Silva (centro), ex-secretário de obras de Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro durante as Olimpíadas de 2016. Segundo delatores, ele teria exigido propinas em todas as principais iniciativas municipais, o que inclui o corredor de ônibus Transcarioca, que custou R$ 2 bilhões e integrou o plano de mobilidade dos Jogos. Somando isso e o plano de recuperação ambiental da Bacia do Jacarepaguá, Pinto da Silva teria desviado ao menos R$ 36 milhões.

JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Esporte em crise

O fim dos Jogos Olímpicos escancarou problemas em boa parte das confederações nacionais. Das 30 entidades que estão vinculadas ao Comitê Olímpicos Brasileiro, pelo menos um terço teve problemas de gestão e crises na Justiça durante os últimos 365 dias. Os escândalos são diversos. Tem entidade em intervenção da justiça, confederação suspensa de competições internacionais e até presidente preso pela Policia Federal.

As confederações brasileiras que sofreram após a Rio-2016

  • Basquete

    Entre escândalos de gestão que incluíram o não pagamento de uma dívida relacionada à participação no Mundial, a CBB foi suspensa pela federação internacional. Salários e benefícios de pessoal não foram pagos.

  • Esportes aquáticos

    Operação Águas Claras, da PF, prendeu Coaracy Nunes (ex-presidente), Sérgio Alvarenga (diretor-financeiro), Ricardo Cabral (coordenador do polo aquático) e Ricardo de Moura (superintendente). Entidade foi gerida por interventor.

  • Taekwondo

    A Justiça determinou que um interventor gerisse a confederação por suspeita de desvios de verba. O COB suspendeu o repasse do dinheiro da Lei Agnelo-Piva e pagou diretamente a viagem dos atletas para o Mundial da modalidade.

  • Triatlo

    Como no taekwondo, o presidente Carlos Alberto Fróes foi afastado do cargo a pedido da Justiça. O problema, no trialo, é a má destinação de verbas. Segundo as acusações, os problemas podem chegar a R$ 1,8 milhão.

  • Handebol

    Manoel Luiz Oliveira foi reeleito, mas o pleito foi impugnado e novas eleições foram convocadas. Para tentar barrar a reeleição, a oposição chegou a apresentar documentos que indicam desvios de até R$ 6 milhões.

  • Hóquei sobre grama e indoor

    Outro caso de eleição que foi parar na Justiça. A presença de uma suposta "entidade fantasma" (criada no Paraná em 2010), denunciada pela "ESPN", fez com que uma carta-denúncia fosse enviada para à Policia Federal.

  • Esgrima

    Ricardo Machado foi eleito novo presidente, mas o pleito foi polêmico. A comissão de atletas se absteve em forma de protesto e dois votos só foram computados graças a liminares na Justiça. A votação acabou 3 a 1.

  • Vôlei

    A entidade enfrenta processo das jogadoras da seleção brasileira na Justiça contra o ranqueamento da Superliga - que colocou poucas no nível 7. Elas alegam preconceito e diminuição do mercado de trabalho.

Rio-2016: relembre os momentos esportivos mais marcantes

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# Rio-2016 Facts: as histórias mais marcantes FORA da competição

David Ramos/Getty Images David Ramos/Getty Images

# A Olimpíada de Ingrid

Giovanna Pedroso e Ingrid Oliveira terminaram em último lugar a disputa de saltos ornamentais sincronizados da plataforma de 10m na Rio-2016. Ainda assim, viraram assunto muito além das piscinas.

 As duas chegaram à competição sem sequer conversar e encerraram a dupla assim que a Rio-2016 terminou. A briga teve uma série de motivos, mas o estopim foi um romance entre Ingrid e Pedro Henrique Gonçalves, atleta da canoagem K1.

 Durante a Rio-2016, Ingrid tentou levar Pedro para o quarto que dividia com Giovanna na Vila Olímpica e pediu que a companheira dormisse no sofá. Giovanna não gostou, levou o caso ao COB e criou polêmica em toda a delegação. Romances são considerados aceitáveis em Jogos, mas o caso dividiu o grupo entre os que defendiam o comportamento de Ingrid e os que cobravam mais comprometimento dos atletas com a competição.

  • # Australianos sem casa

    A primeira grande polêmica da Rio-2016 aconteceu antes mesmo da abertura. Os australianos reprovaram a estrutura encontrada e se recusaram a ficar na Vila Olímpica. Depois, quando se hospedaram no local, houve um incêndio no bloco em que eles estavam. Para piorar, a delegação relatou furtos de objetos, como camisetas e computadores.

    Imagem: REUTERS/Suzanne Plunkett
  • # Besuntado de Tonga

    Pita Nikolas Taufatofua quebrou a internet na cerimônia de abertura. Porta-bandeira de Tonga, com corpo sarado, entrou no Maracanã brilhando com o óleo que passou no corpo. Ele perdeu logo na estreia no taekwondo, mas virou estrela até na TV dos Estados Unidos. Jenna Bush, jornalista e filha de George W. Bush, passou óleo ao vivo no corpo do atleta.

    Imagem: Matt Slocum/AP
  • # Acidente no ciclismo

    A holandesa Annemiek van Vleuten, do ciclismo de estrada, sofreu um acidente assustador durante os Jogos. Foi hospitalizada no Americas Medical City e saiu depois de alguns dias - teve uma concussão e pequenas fraturas na lombar. Anna van Breggen, compatriota dela e campeã do ciclismo de estrada na Rio-2016, chegou a dizer que pensou que Annemiek tinha morrido.

    Imagem: Reprodução/Twitter
  • # Noivado olímpico

    Isadora Cerullo e Marjorie Enya foram uma espécie de casal-símbolo da Rio-2016. Isadora, jogadora da seleção brasileira de rúgbi, foi pedida em casamento por Marjorie, voluntária da competição, depois da premiação da modalidade. O beijo entre as duas ganhou destaque na mídia mundial. A voluntária explicou que escolheu o momento para o pedido por relacionar o espírito olímpico à união e ao amor.

    Imagem: David Rogers/Getty Images
  • # A piscina verde

    Os competidores dos saltos ornamentais tomaram um susto quando chegaram ao Parque Aquático Maria Lenk durante os Jogos. Em um dia, a água da piscina amanheceu verde. O Comitê Organizador Rio-2016 admitiu erro no tratamento da água, mas disse que a tonalidade não prejudicaria as provas. Teve até quem elogiou. "Ficou mais fácil de ver", disse Jack Laugher, ouro no trampolim de três metros.

    Imagem: Al Bello/Getty Images
  • # Torcida para o juiz

    Você provavelmente não lembre de Jones Kenedy, mas ele foi um dos brasileiros que receberam mais apoio durante a Rio 2016. Jones não era atleta; era juiz da luta de boxe no Pavilhão 6 do Riocentro. Como o combate envolvia um lutador do Azerbaijão e outro do Cazaquistão, a torcida resolveu escolher o árbitro para dedicar seus gritos. "Juiz, juiz, juiz", foram os gritos ouvidos no local.

    Imagem: Peter Ciborra/Reuters
  • # Dor de barriga na marcha

    O francês Yohann Diniz, recordista mundial da marcha atlética dos 50km, teve um problema intestinal durante a prova nos Jogos. Ele sofreu um desarranjo intestinal com sangramento e chegou até a desmaiar ao longo da competição. Mesmo assim, conseguiu se recuperar e chegar na oitava colocação. Ele liderava a prova com dois minutos de vantagem quando teve o problema. Depois da disputa, foi levado para uma clínica.

    Imagem: Bryn Lennon/Getty Images
  • # Tombos no atletismo

    A neozelandesa Nikki Hamblin corria a prova dos 5.000m no Estádio Olímpico e caiu. A americana Abbey D'Agostinho veio atrás, não viu, tropeçou e também foi para o chão. As duas ficaram estateladas por um tempo, mas se levantaram e foram até o fim, mesmo bastante machucadas.

    Imagem: Kai Pfaffenbach /Reuters
  • # Jady Bolt

    Jady Duarte, mais conhecida como Jady Bolt, ficou famosa depois das conquistas de Usain Bolt no Engenhão. Ela passou a noite com o atleta que havia obtido três medalhas de ouro e revelou detalhes sobre o romance para o tabloide inglês "Daily Mail". Mais curioso é que na época o jamaicano namorava Kasi Bennett, com quem curtiu férias depois dos Jogos no Rio de Janeiro.

    Imagem: Reprodução / Whatsapp
  • # Balada do Lochte

    A história que mais chamou atenção durante a passagem de Ryan Lochte pelo Brasil não aconteceu nas piscinas. Após ter encerrado sua participação na Rio-2016, o norte-americano relatou ter sido vítima de um assalto quando voltava de uma festa para a Vila Olímpica. No entanto, a história era mentira: acompanhado de Gunnar Bentz, Jack Conger e James Feigen, o atleta protagonizou uma confusão em um posto de combustível e teria inventado outra versão para não irritar a namorada, a modelo Kayla Rae.

    Imagem: Arte/BBC

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