Como no Brasil, o futebol chegou à Rússia pelos ingleses. Antes da revolução bolchevista, em 1917, era um esporte da classe média urbana e de estrangeiros. Com o começo do regime comunista, virou arma de propaganda. Era usado como instrumento para elevar a força nacional e, mais do que isso, serviu para aproximar do público instituições da máquina estatal. A polícia secreta NKVD (antecessora da KGB), o Exército e os sindicatos, por exemplo, alegravam o público com seus times.
Com isso, os clubes que existiam naquela época passaram por transformações. Primeiro, funcionavam como pequenas empresas, algo permitido por Lenin. Nessa época, mantiveram seus nomes originais. Quando Josef Stalin assumiu, as coisas mudaram. Neste novo cenário, os braços do Estado que estavam identificados com o ideal comunista se apropriaram dos clubes. Símbolos e nomes dos times foram alterados para que ficasse evidente a influência governamental.
O futebol se tornou profissional no país em 1936 e foi seguido da criação da Liga Soviética. Restrita a Rússia no primeiro momento, foi expandida para outras 14 repúblicas. O futebol se tornava parte da política de estado via soft power – capacidade de influenciar outros países por meios culturais ou ideológicos. A revolução que mudou o curso da história também mudou os rumos do futebol.