De promessa a sobrevivente

Rodrigo Caio desafia estereótipos no oitavo ano de São Paulo, se abre sobre fair play e sonha com a Copa

Bruno Grossi Do UOL, em São Paulo (SP)
Marcio Komesu/UOL Esporte

Rodrigo Caio completa em 2018 sua oitava temporada como profissional do São Paulo. Uma marca que não era atingida por atletas de linha do Tricolor desde o lateral-esquerdo Nelsinho, entre as décadas de 1980 e 1990. Uma raridade no futebol moderno, de jogadores nômades, fortunas e clubes instáveis. Essa instabilidade, aliás, é o que torna o feito de Rodrigo ainda mais impressionante. Ele sobrevive, ainda que contra a vontade de muitos, à máquina de descartar atletas que o São Paulo e seu longo martírio formaram ao longo de quase uma década.

"Estou há oito anos aqui e sei que muito torcedor não gosta. Entendo, é a opinião de cada um, mas sempre me dediquei ao máximo. O cara pode falar que sou ruim, que sou isso e aquilo, mas não pode dizer que não entro de campo para dar meu melhor. Se as coisas não acontecem, a culpa não é só minha. Só porque estou há oito anos aqui, tudo o que aconteceu vai ser culpa minha? Não!"

Torcedor tricolor desde a infância em Dracena, Rodrigo sofreu diretamente com escândalos políticos que afetaram o clube, lamentou trocas de técnicos, venceu lesões graves e aprendeu a conviver com estigmas. "Zagueiro de condomínio", "jogador fair play", "bichado" e "eterna promessa". Sobreviveu a isso tudo com atuações regulares que ajudaram o São Paulo a se salvar do rebaixamento em 2013 e 2016, mas esteve perto de ver tudo ruir em 2017.

Em um momento você vai estar lá em cima. No outro, vai ser um merda. Esse é o futebol

Arte/UOL

Na nossa vida ninguém vai gostar de você 100%. Tem quem goste, tem quem não goste

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo

Certo ou errado? Caso fair play teve uma inversão de valores

Marcello Zambrana/AGIF Marcello Zambrana/AGIF

"Não sou bonzinho, sou justo"

"Fiz o que era correto, somente isso". Rodrigo Caio agiu como diz ter aprendido com os pais ao avisar a Luiz Flávio de Oliveira que Jô não havia cometido falta em Renan Ribeiro. O cartão que tiraria o corintiano de semifinal do Campeonato Paulista custou caro para o zagueiro, que se viu vítima de uma inversão de valores.

"Uma coisa que fiquei muito chateado é que as pessoas começaram a inverter as coisas. Ouvi até: 'Rodrigo Caio está certo ou errado?'. Calma aí. Não quero mérito nenhum pelo que fiz e nem estou aqui para crucificar quem faria o contrário. Mas passaram a falar que eu era o 'zagueiro bonzinho, o zagueiro aquilo'. Não sou bonzinho, sou justo. Aí eu parava para pensar e falava: 'Caramba, um ato que eu fiz e agora vou ser julgado por ser um zagueiro bonzinho'? Cara, isso não é certo. E eu não podia falar nada. Vou falar o quê? Que você está errado? Tudo o que eu falasse ia vir contra mim. Eu procurei ficar calado", explica.

O São Paulo entendeu da mesma forma e passou a evitar entrevistas do zagueiro, que já havia se notabilizado como um líder que se expunha em momentos de crise. "Muitos me criticaram, muitos me apoiaram. Vida que segue, já faz parte do passado para mim e não me arrependo do que fiz. Fiz a coisa certa. O mais importante é fazer o que o coração diz, o que a cabeça pensa".

"Não preciso dar porrada para ser um bom zagueiro. Tento ser leal, como sempre fui, como aprendi com meu pai".

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo

Carro chutado quase provocou saída do São Paulo em 2017

Thomás Santos/AGIF Thomás Santos/AGIF

Sempre perto de sair, Rodrigo sempre ficou

A negociação com o Zenit, em 2017, não foi a única em que Rodrigo Caio jurou que deixaria o São Paulo. Com os russos, tudo já estava preparado para a transferência e o zagueiro chegou a ser afastado de dois jogos pela iminência de um acordo.

"Até hoje não ficou claro. O treinador me queria, tinha quase tudo certo, mas o presidente não assinava minha compra. Até hoje não sei o que aconteceu. O São Paulo tinha acertado, eu tinha acertado, mas foi algo de lá. Eu procurei me focar, me concentrar. Teve jogo que eu não estava na relação por isso, mas não mandavam papel assinado e eu pedia para ir para jogar. Sou funcionário do clube e enquanto não estiver tudo assinado, vou jogar. 'Ah, mas tem risco'. Não importa!".

As transferências frustradas

  • 2014

    O Monaco planejava pagar 20 milhões de euros ao São Paulo, mas dias antes de oficializar a proposta viu Rodrigo romper o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.

  • 2015

    Rodrigo chegou a se despedir do São Paulo, em negociação de 14 milhões de euros para o Valencia. Ao chegar na Espanha, se irritou com condições não reveladas e pediu para voltar.

  • 2016

    Lazio e Hamburgo rondaram o São Paulo nos últimos dias da janela de verão na Europa, mas nunca se aproximaram dos valores esperados pelo Tricolor.

  • 2018

    Em janeiro, a Real Sociedad, da Espanha, repetiu o Zenit e aceitou pagar a multa de 18 milhões de euros. Desta vez o zagueiro quem recusou. Tudo pela Copa do Mundo.

André Lucas Almeida/Futura Press/Folhapress André Lucas Almeida/Futura Press/Folhapress

Presença de namorada de Aidar melou ida ao Valencia

Essa negociação frustrada com o Valencia em 2015 fez o discreto Rodrigo Caio se rebelar. O São Paulo anunciou sua venda, o jogador viajou para a Espanha e não se conformou com o que encontrou. Nas mãos, o contrato era totalmente diferente do que os empresários Deco e Luizão haviam mostrado no Brasil, com diferenças em valores e em cláusulas. Além disso, quem representava o Tricolor na hora de selar a venda não era nenhum dirigente, mas sim Cinira Maturana, namorada do ex-presidente Carlos Miguel Aidar e pivô de diversas denúncias de corrupção no mandato do cartola, entre 2014 e 2015.

"Em 2015 achei que ia sair, saí e voltei por minha vontade, porque vi coisas que não achava certo. E sou muito justo para que sejam justos comigo. Quando vejo alguma coisa errada, por mais curta que seja, já fico com o pé atrás". Para piorar, vazou-se a informação de que o Valencia é que havia melado o negócio após Rodrigo ser reprovado em exames médicos. O laudo, no entanto, não apontava nenhuma negativa sobre o estado físico do zagueiro, que apesar de duas lesões graves no joelho, não tem histórico de qualquer outro tipo de lesão.

Robson Ventura/Folhapress Robson Ventura/Folhapress

Turbilhão político atrapalhou São Paulo dos tempos de Osorio

Em 2015, o São Paulo de Juan Carlos Osorio chegou a liderar o Brasileiro, mas viu o sonho de uma conquista acabar no mercado da bola. Os volantes Souza e Denilson, os zagueiros Paulo Miranda e Rafael Toloi, o meia Boschilia e o atacante Cafu foram negociados enquanto o técnico Juan Carlos Osorio tentava implantar estilo de jogo incomum para o futebol brasileiro.

"Eu procurava não me envolver muito, mas ficava sem entender tantas vendas. O time formado, base formada, chegou a ser líder, sai um, sai outro e quando você vê saíram quatro jogadores principais. Como vai montar um grupo vencedor vendendo quatro dos principais jogadores?", diz o zagueiro. 

"Era um treinador diferente, que não ganhou reposição adequada. E é claro que a questão extracampo vem para dentro do campo. O que acontece fora, se não é feito de forma correta, digna, pode ter certeza chega em campo. A bola começa a bater na trave e sair, em vez de entrar. Tudo envolve. Para ter um time campeão, precisa fazer as coisas certas, nos mínimos detalhes. Porque na hora que precisa, a bola bate na trave e entra. Ali a gente já começou a cair, a baixar a intensidade".

"O que acontece fora, se não é correto, chega em campo"

Eu já passei por tanta coisa na minha vida que não tenho medo de nada. Pelo contrário. Cada coisa que acontece comigo me fortalece cada vez mais.

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo

Robson Ventura/Folhapress Robson Ventura/Folhapress

"Bauza nos deixou na mão"

Nos últimos anos, o São Paulo fez três campanhas contra o rebaixamento no Brasileirão. Rodrigo Caio foi destaque em duas delas. Em 2013, o zagueiro teve papel fundamental para ajudar o técnico Muricy Ramalho a salvar o Tricolor. Mesmo com apenas 20 anos, tornou-se titular na defesa, fez gols decisivos e foi o atleta de linha que mais atuou.

Em 2016, também foi importante para uma defesa sólida montada por Ricardo Gomes, mas preferia não precisar ser herói. Para ele, a luta contra a queda era evidente e foi ignorada por Edgardo Bauza, que deixou o clube para treinar a seleção argentina.

"É difícil, porque a diretoria tem um planejamento, os jogadores têm uma maneira de jogar e no meio da temporada sai e nos deixa na mão em um momento difícil, brigando para não cair. E isso já tinha sido avisado. Eu mesmo pedi para o preparador físico Bruno Militano para olharmos com atenção para o Brasileirão: 'Se a gente não se preocupar, vai cair'. Focava somente na Libertadores e o Brasileiro passando, passando, sem a gente somar pontos".

Divulgação Divulgação

Nova diretoria é animadora para 2018

"Ter Raí, Lugano e Ricardo Rocha na diretoria é muito importante. São ex-jogadores vencedores, que têm uma mentalidade muito diferente. O Raí pela experiência que tem aqui e lá fora. O Lugano pela experiência de quem estava aqui ano passado, por conhecer o grupo. Ricardo Rocha por ter a experiência do futebol do exterior, e de ser um ídolo do São Paulo também. Acredito que eles vão acrescentar muito para nós, para a comissão técnica.

A gente está no caminho certo. Não tenho dúvidas de que 2018 será um ano diferente. E a diretoria apostar nesses caras mostra que eles querem colocar o São Paulo onde merece estar. Não só em campo, mas fora também, em gestão. O São Paulo sempre foi, em gestão, o melhor clube do futebol brasileiro e comparado ao futebol mundial. Mas a gente sabe que ficou para baixo. A gente não é mais a referência. E eu vejo hoje a mentalidade do Raí, do Ricardo e do Lugano que eles querem colocar o São Paulo novamente como referência. E isso é importante. Cabe a nós dentro de campo fazer nosso papel também".

"Ter um bom time, que cada um seja solidário com o outro, que o ambiente seja bom. São vários fatores que fazem um time campeão".

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo

Elenco ajudou a frustrar sonho de Rogério Ceni

Marcello Zambrana/AGIF Marcello Zambrana/AGIF

Rodrigo fala em volta de Ceni: "É ídolo e merece segunda chance"

Rodrigo Caio jogou com Rogério Ceni de 2011 a 2015 e era um dos jogadores mais próximos do então capitão. O goleiro-artilheiro via no zagueiro um potencial para herdar a braçadeira e permanecer por longos anos no São Paulo. Em 2017, se reencontraram, com o Mito como treinador. A experiência foi curta, intensa e com o percalço do "caso fair play", em que Ceni se irritou com Rodrigo. Episódio superado para o camisa 3, que ainda carrega culpa pela queda do ídolo meses depois.

"A pré-temporada que foi uma das melhores que tive aqui em oito anos. O grupo era muito unido, entrava muito ligado no 220. Eu falei: 'Neste ano a gente vai dar trabalho'. Mas aí perdemos alguns jogos, as coisas não foram acontecendo e ficou difícil. O futebol é resultado e quando ele não vem, começam a criticar, que faz coisa errada, que escala jogador errado. Essa pressão e a falta de paciência atrapalharam, mesmo com as eliminações", lamenta.

Ceni hoje comanda o Fortaleza, líder do Campeonato Cearense e repetindo o bom desempenho ofensivo que mostrava no São Paulo. Para Rodrigo Caio, o técnico mostrará que pode voltar ao Morumbi e triunfar: 

Não tenho dúvidas de que no futuro ele vai voltar e fazer muito sucesso. É um ídolo do clube e merece uma segunda chance

Os técnicos de Rodrigo Caio no São Paulo

  • 2011

    Paulo César Carpegiani, Adilson Batista e Émerson Leão

    Imagem: Juca Varella/Folhapress
  • 2012

    Émerson Leão e Ney Franco

    Imagem: Leandro Moraes/UOL
  • 2013

    Ney Franco, Paulo Autuori e Muricy Ramalho

    Imagem: Keiny Andrade/Folhapress
  • 2014

    Muricy Ramalho

    Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress
  • 2015

    Muricy Ramalho, Juan Carlos Osorio e Doriva

    Imagem: Jorge Araújo/Folhapress
  • 2016

    Edgardo Bauza e Ricardo Gomes

    Imagem: Thiago Fernandes/UOL Esporte
  • 2017

    Rogério Ceni e Dorival Júnior

    Imagem: Robson Ventura-11.jun.2017/Folhapress
  • 2018

    Dorival Júnior

    Imagem: Rubens Chiri/São Paulo FC

O breve prazer de jogar com Kaká

"Joguei na estreia dele, contra o Goás, com gol dele. Foi o primeiro jogo dele. Joguei e logo depois tive a lesão. Foi muito marcante. Um cara sensacional, no dia a dia, bem diferente. 2014 foi um ano bom para nós comparando com os outros desde 2011, foi o ano em que a gente conseguiu ser vice-campeão brasileiro. Kaká chegou e mudou totalmente a visão de todos. Um cara campeão do mundo, um ídolo da torcida, melhor do mundo e a gente olhava e via ele se dedicando ao máximo em treinos e jogos. Foi um exemplo muito grande dentro e fora de campo, tanto para os mais jovens como para os mais experientes"

"Nas horas de dificuldade, minha família pega um ônibus de Dracena, viaja 12 horas para estar aqui de manhã, me dar um abraço e estar do meu lado"

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo

Marcello Zambrana/AGIF Marcello Zambrana/AGIF

Lesões fizeram o zagueiro temer pelo futuro no esporte

Atuar ao lado de Kaká era um sonho para Rodrigo Caio, mas ele se resumiu a esse jogo contra o Goiás. Duas partidas mais tarde, o zagueiro sofreu lesão de ligamento no joelho esquerdo. "Foi difícil. Eu vinha muito bem e com possibilidades de sair. Foi muito grave e em um momento crucial. Me firmei no São Paulo, na seleção sub-20 e tinha propostas".

Quando tinha 15 e jogava na base são-paulina, Rodrigo fraturou a patela do joelho direto. "Foi quando amadureci e deixei de ser um garoto para ser um cara formado, preparado para a vida. Eu tinha assinado meu primeiro contrato profissional duas semanas antes e de repente ninguém tinha mais certeza de nada. Não sabiam mais se eu voltaria a jogar em alto nível, mas tive muita força, principalmente com minha família, que viajou no primeiro momento que eu machuquei e esteve do meu lado, dormindo no CT", recorda Rodrigo Caio.

"Foi muito grave. E quando cheguei no Renê (Abdalla), médico que me operou, ele falou que nunca tinha operado aquele tipo de lesão. Foi difícil, assustei bastante. Me sinto em plenas condições de jogar e isso é o maior orgulho, saber que passei por essa dificuldade, não tenho nenhuma restrição e hoje, depois de nove anos, não sinto nada. Me sinto normal".

Arquivo Pessoal Arquivo Pessoal

Teste no Morumbi foi a realização de sonho de torcedor

"Eu tinha 10 para 11 anos, quando vim pela primeira vez ao Morumbi. Vim com mais quatro garotos de Dracena, mas só eu passei. E comecei a ter o acompanhamento diário do São Paulo e vinha a cada dois, três meses para uma nova avaliação. Fazia o teste, voltava e ficava esperando a ligação deles para falar se tinha passado. Fiz isso quatro vezes, até que no quarto teste eles me chamaram para alojar em Cotia, em agosto de 2006. Foi quando começou minha trajetória no São Paulo".

A geração Rodrigo Caio

  • Henrique Miranda

    Lateral-esquerdo, fez 12 jogos entre 2011 e 2014. Está sem clube.

    Imagem: Rubens Chiri/site oficial do São Paulo
  • Luiz Eduardo

    Zagueiro, fez 17 jogos de 2011 a 2016. Saiu por empréstimo várias vezes e hoje defende o Gil Vicente, de Portugal.

    Imagem: Divulgação
  • João Schmidt

    Volante, fez 70 jogos e dois gols entre 2012 e 2017, quando saiu para jogar pela italiana Atalanta.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do São Paulo
  • Lucas Farias

    Lateral-direito, fez nove jogos pelo São Paulo e encerrou vínculo neste ano para ir ao São Bento.

    Imagem: Leonardo Soares/UOL

Rodrigo Caio cresceu como modelo ideal de Cotia

"Cotia me fez uma pessoa melhor. Um cara que foi em busca dos sonhos. Mas, acima de tudo, aprendi muitas coisas fora do futebol. Aprendi dar valor às coisas, aos estudos, algo que antes eu não ligava. Sabia que se não estudasse, não ia jogar. Isso era algo que eles cobravam diariamente e acredito que hoje não sou só um jogador melhor, mas sim uma pessoa melhor. Fico muito honrado, porque foram momentos de muita alegria. No começo, de tristeza por abandonar a infância e a família, mas depois de alegria pelo oportunidade e pelos amigos que fiz na base, pelas pessoas que me ajudaram e agora de olhar para trás e saber que realizar meu sonho. Para nós, seres humanos, isso é o mais importante na vida".

Marcar Neymar poderia ser um problema para o zagueiro...

Friedemann Vogel/Getty Images Friedemann Vogel/Getty Images

...mas o desarme do "escorpião", em Hernanes, fez sucesso

Rodrigo Caio podia até não gostar de jogar como lateral-direito e ainda perseguir jogadores habilidosos em marcação individual, como exigia o técnico Émerson Leão. Ainda assim, reconhece que foi graças a essa função que seu nome passou a ser mais badalado no São Paulo. Mais precisamente na primeira fase do Paulistão de 2012, quando marcou Neymar, foi expulso, mas saiu aplaudido e vitorioso do Morumbi.

"Marquei ele muito bem e fui expulso. Se a gente tivesse perdido, poderia ter me prejudicado. O professor Leão pediu para que eu não saísse de perto dele e foi o que fiz. Ficou marcado que saí do jogo com a torcida toda me aplaudindo. Eles viram que eu fiquei o tempo todo dando meu melhor. Fiz de tudo para tentar pará-lo", assegura.

Esse "de tudo" inclui até uma jogada que a então jovem promessa de Cotia resolveu copiar de outra revelação tricolor. De Hernanes, nasceu o "bote do escorpião": "Foi algo que pegou bastante pelo movimento que eu fazia com a perna. E o próprio Hernanes fazia e eu já tinha visto ele fazendo. Teve em 2010, que fez um contra o D'Alessandro no Morumbi, que ele travou a bola. Até hoje faço esse movimento, quando o atacante vem de frente. Procuro dar esse bote porque o atacante não espera. É uma forma de pegar a bola".

Jogos marcantes, para o bem e para o mal

  • Corinthians 5x0 São Paulo, em 2011

    Estreia pelo profissional "foi difícil e ficou marcada negativamente".

    Imagem: Jorge Araújo/Folhapress
  • São Paulo 2x1 Atlético-MG, em 2011

    Era o milésimo jogo de Rogério Ceni: "Eu era muito jovem e foi meu primeiro jogo com estádio lotado".

    Imagem: Rubens Chiri/saopaulofc.net
  • Coritiba 2x0 São Paulo, em 2012

    Semifinal da Copa do Brasil: "Não queria ser lateral-direito e ainda tive de marcar individualmente".

    Imagem: Fernando Donasci/UOL
  • Fluminense 1x2 São Paulo, em 2016

    Seu gol praticamente livrou o time do rebaixamento no Brasileirão: "Lembrei dos gols de 2013, com a bola parada nos salvando".

    Imagem: Buda Mendes/Getty Images
Stuart Franklin/Fifa/Getty Images Stuart Franklin/Fifa/Getty Images

Copa do Mundo é realidade para Rodrigo Caio?

"Deixei muitas oportunidades de lado para alcançar esse objetivo e sei que preciso jogar em alto nível. Coloquei na cabeça que estando no São Paulo tenho muito mais condições de ir para a Copa", acredita.

Rodrigo diz que sofreu com as convocações do ano passado por desfalcar o São Paulo em momentos de tensão na luta contra o rebaixamento. Agora, espera um ambiente mais positivo no Tricolor para que possa encontrar na Rússia os parceiros Diego Souza e Cueva, que também sonham com a Copa. "Eu tenho que ajudá-los para que eles me ajudem, ajudem o Diego Souza, o Cueva, pela seleção do Peru. É um conjunto. Se todos estiverem bem a possibilidade aumenta muito".

Em 2 de março, o técnico Tite divulgará a última lista da seleção brasileira antes da convocação final para a Copa. A relação servirá para os amistosos do mesmo mês contra Rússia e Alemanha e pode ser determinante para uma vaga no Mundial. Rodrigo se alimenta da esperança de figurar nas convocações. "As chances só acabam quando sair a lista final. Até ali, vou trabalhar e me dedicar muito. Vou mostrar que quero estar lá e tenho condições. Se eu não tivesse, não teria sido convocado, não teria sido chamado sete vezes, quatro nas Eliminatórias".

"A Olimpíada foi um momento mágico para todos nós brasileiros, por conseguir uma medalha inédita. É um grande orgulho".

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo

Curtiu? Compartilhe.

Topo