A cultura do terror
Muitos games deslumbrantes foram anunciados na feira da E3 neste ano, em Los Angeles, nos EUA. Nem tão deslumbrante assim é o comportamento de muitos players online, praticantes de uma cultura de trash-talk. Muitas mulheres que jogam videogame, por exemplo, rotineiramente se veem obrigadas a engrossar a voz no microfone e esconder seus próprios nomes; caso contrário, se forem descobertas como mulheres, podem ser vítimas de assédio.
“Às vezes é o papinho fofo, tipo ‘pô, menina jogando, me adiciona, eu não sou como todos os outros caras’. Se você nega, às vezes eles transformam a situação em ‘vá lavar louça, então, o que está fazendo aqui, sua p...?’. Hoje em dia eu sinto menos isso, parece que eles têm receio de falar comigo porque eu sou teoricamente famosa nesse meio”, disse Nicolle 'Cherrygumms' Merry, dona da equipe de eSports Black Dragons e co-criadora da campanha “My Game My Name”, que incentiva meninas gamers a não esconderem que são meninas.
“Eles sabem que vão ter uma resposta drástica. Mas, no início, era ‘seu lugar não é aqui, volta para a cozinha’. Se você não tem uma cabeça boa, você realmente afunda. É sempre bom ter exemplo de mulheres… Eu sou mais uma entre vários casos de mulheres que sofreram. As meninas no ‘My Game My Name’ mostram o que cada uma já sofreu. Serve de exemplo para as meninas não desistirem e continuarem nessa luta”, afirmou.