"Quando conhecemos o médico, doutor Décio, perguntei para ele: doutor, se você tem a cura do câncer, por que está escondido aqui? Ele dizia que era perseguido pela máfia da indústria farmacêutica. "Você vai sair daqui completamente curado, mais magro e mais saudável", disse para o Gaúcho. Falei para o meu marido que não era possível, mas ele não escutava mais nada.
Tiravam células-tronco da coluna e reinjetavam horas depois, colocavam ele dentro da câmara hiperbárica, inocularam umas bactérias que deixavam ele doente... O Gaúcho sofria demais, passava por tudo sem anestesia.
Quanto mais ele passava mal, mais o médico dizia que era sinal de que estava funcionando. Ele colocou como condição do tratamento que o Gaúcho parecesse o tratamento convencional de terapia hormonal e refizesse a reposição de testosterona, caso contrário não iria curá-lo. O Gaúcho obedeceu. Tudo custou uns R$ 130 mil, mas o médico devolveu depois.
Depois de três meses, o médico disse que o Gaúcho estava curado. Ele ficou feliz como uma criança! Os olhos dele brilhavam! Até então ele estava se segurando para comemorar. Foi uma festa. Eu estava com o pé atrás, tinha achado aquela cura muito estranha, mas fiquei quieta. Afinal, que direito eu tinha de impedir ele de fazer o que quisesse? "Estou curado!", ficava repetindo.
O Gaúcho continuou tomando a testosterona e estava se sentindo ótimo. Voltou a fazer exercícios, emagreceu, ganhou tônus muscular. Parecia realmente que tinha acontecido um milagre. Quando ele dizia que estava curado, as pessoas ficavam felizes, comemoravam com ele, mas eu sentia que os amigos ficavam com um pé atrás. O Renato Gaúcho mesmo nunca acreditou nesse tratamento. Mas estávamos felizes, ele estava se sentindo ótimo, parecia saudável e tudo ia bem."