Por que fazemos esporte?

Nenhuma ferramenta nos ensina tanto sobre evolução humana, sobre ser melhor do que ontem e pior do que amanhã

Giuliano Zanelato e Carlos Padeiro Do ESPORTE(ponto final), em São Paulo
ESPORTE(ponto final)

Muito se fala sobre esporte, sobre o dinheiro gerado no mundo esportivo, as grandes transferências, as fraudes nas confederações, os resultados da rodada, os atletas com mais seguidores nas redes sociais, os corpos perfeitos, a vida pessoal dos atletas celebridades...

Essas abordagens são parte do grande negócio movido pelo esporte e são pautas de interesse público. Mas o quanto esses elementos fazem parte da essência do esporte, do jogo, da competição, daquele momento que inspira quem joga e quem assiste?

O esporte é uma ferramenta de evolução humana, assim como a arte. Um elemento que está presente na história da humanidade em seus diferentes períodos.

Dotados de enorme inteligência emocional, autocontrole e resiliência, os atletas estão sempre treinando por um simples e essencial objetivo: ser melhor do que ontem e pior do que amanhã.

É nesse lugar que nasceu o ESPORTE (ponto final), uma série de entrevistas com ídolos do esporte para falar sobre grandes momentos do esporte.

Qual o seu momento no esporte?

Montagem

O que Nadia Comaneci e Kobe Bryant têm em comum?

AP Photo AP Photo

14 anos de idade, 22 segundos e o 10 perfeito

Em 1976, nas Olimpíadas de Montreal, Nadia Comaneci, aos 14 anos, conseguiu uma façanha inédita – tirou uma nota 10, nunca antes vista na modalidade. Era a nota perfeita.
 
Naquele momento, algo bateu fundo dentro da jovem ginasta romena. E todos que viram aquela apresentação nas barras assimétricas nunca a esqueceram.
 
Aqueles 20 e poucos segundos mudaram algo em Nadia e nos espectadores. O impossível acabava de ganhar uma nova fronteira. A fronteira anterior havia sido deixada para trás.  O ser humano, na figura de uma menina baixinha e magra, acabara de subir degraus gigantes em sua evolução.
 
O mais incrível? Não era um momento de medalhas. De decisão. Nadia ganhou o primeiro 10 perfeito da história numa rodada de classificação da Olimpíada.
 
Ela ganharia três medalhas de ouro e voltaria a atingir outras notas 10 naquela mesma Olimpíada, mas a primeira tinha sido na rodada classificatória. 
 
Não foi aquele primeiro 10 que deu a medalha para Nadia, mas foi aquele primeiro 10 que a tornou uma das atletas mais inesquecíveis e respeitadas da história. Uma inspiração para quem busca ser melhor e tenta fazer algo que parece improvável.

A apresentação perfeita

Harry How/Getty Images/AFP Harry How/Getty Images/AFP

Kobe e o jogo que não valia nada. Mas ele fez valer

Em 2016, o mundo testemunhou uma despedida histórica. Kobe Bean Bryant disse adeus à sua carreira professional de basquete. O jogador detentor de cinco títulos da NBA não ganhava um anel desde 2010, e seu último grande título havia sido em 2012, nas Olímpiadas de Londres, com a seleção dos Estados Unidos.

Muitos diziam que Kobe já deveria ter parado, pois a condição física já não o permitia jogar no mesmo nível de antes. As contusões o castigavam, e os Lakers sofriam com a má fase ou com a ausência de seu principal ídolo das últimas décadas. 
 
Realmente aquele Kobe não parecia o Kobe, e na temporada 2015/2016 os Lakers amargavam a última colocação na Conferência Oeste. Isso mesmo: o time que Kobe levara ao título por cinco vezes era o último em sua conferência e penúltimo no quadro geral. 
 
Mas todo grande jogador tem um grande jogo guardado na manga. E o jovem senhor Black Mamba, à época com 37 anos, é um pouco mais do que um grande jogador.
 
No dia 13 de abril de 2016, no último jogo de sua carreira, contra o Utah Jazz, time que possuía mais do que o dobro de vitórias que os Lakers na temporada, Mr. Bryant jogou como nos velhos tempos. Pôs o corpo marcado por contusões e o espírito guerreiro à prova, mais uma vez.
 
No último quarto, quando parecia que o Utah Jazz já estava com a vitória na mão, Kobe foi Kobe. Kobe foi inesquecível mais uma vez. Arremessou as última bolas decisivas, fez 60 pontos e ganhou a partida.
 
Não valia nada. O Los Angeles Lakers terminou a temporada na lanterna da Conferência Oeste. Mas para Kobe valia. E todos que assistiram àquele jogo nunca esquecerão da aula que ele deu sobre como se entregar, dar tudo de si, como amar o jogo até o último segundo.
 
Não dá para explicar somente em palavras tudo que é envolvido num jogo, numa competição esportiva, na evolução de ser melhor hoje do que foi ontem. No entanto, momentos que não valem nada como esses de Nadia Comaneci e Kobe Bryant traduzem bem que o esporte está muito além de prêmios, medalhas ou contratos.
ESPORTE(ponto final) ESPORTE(ponto final)

Os 5 Maiores da história

Todo atleta tem suas referências. Alguém que o inspirou na infância, ou brilhou ao seu lado, ou foi o seu maior adversário... 

O Esporte(ponto final) quer saber quem são os atletas que os ídolos do esporte mais admiram. A pergunta é: “quem são os 5 maiores da história de sua modalidade?”
 
Romário, por exemplo, deixou a modéstia de lado e se colocou em segundo lugar na lista dos maiores da história do futebol. O Baixinho se escalou ao lado de Pelé, Maradona, Zidane e Ronaldo no quinteto dos sonhos. 
 

Ídolos do esporte escolhem os 5 maiores de suas modalidades

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