Em 2016, o mundo testemunhou uma despedida histórica. Kobe Bean Bryant disse adeus à sua carreira professional de basquete. O jogador detentor de cinco títulos da NBA não ganhava um anel desde 2010, e seu último grande título havia sido em 2012, nas Olímpiadas de Londres, com a seleção dos Estados Unidos.
Muitos diziam que Kobe já deveria ter parado, pois a condição física já não o permitia jogar no mesmo nível de antes. As contusões o castigavam, e os Lakers sofriam com a má fase ou com a ausência de seu principal ídolo das últimas décadas.
Realmente aquele Kobe não parecia o Kobe, e na temporada 2015/2016 os Lakers amargavam a última colocação na Conferência Oeste. Isso mesmo: o time que Kobe levara ao título por cinco vezes era o último em sua conferência e penúltimo no quadro geral.
Mas todo grande jogador tem um grande jogo guardado na manga. E o jovem senhor Black Mamba, à época com 37 anos, é um pouco mais do que um grande jogador.
No dia 13 de abril de 2016, no último jogo de sua carreira, contra o Utah Jazz, time que possuía mais do que o dobro de vitórias que os Lakers na temporada, Mr. Bryant jogou como nos velhos tempos. Pôs o corpo marcado por contusões e o espírito guerreiro à prova, mais uma vez.
No último quarto, quando parecia que o Utah Jazz já estava com a vitória na mão, Kobe foi Kobe. Kobe foi inesquecível mais uma vez. Arremessou as última bolas decisivas, fez 60 pontos e ganhou a partida.
Não valia nada. O Los Angeles Lakers terminou a temporada na lanterna da Conferência Oeste. Mas para Kobe valia. E todos que assistiram àquele jogo nunca esquecerão da aula que ele deu sobre como se entregar, dar tudo de si, como amar o jogo até o último segundo.
Não dá para explicar somente em palavras tudo que é envolvido num jogo, numa competição esportiva, na evolução de ser melhor hoje do que foi ontem. No entanto, momentos que não valem nada como esses de Nadia Comaneci e Kobe Bryant traduzem bem que o esporte está muito além de prêmios, medalhas ou contratos.