
Ser mulher no futebol é heroísmo
O futebol é dominado pelos homens. Feito sobre homens, por homens, para homens. Ser uma mulher neste meio é um ato de heroísmo. Existem excelentes repórteres mulheres abrindo caminhos neste universo, mas ainda precisam superar barreiras enormes, como machismo, falta de oportunidade, assédio sexual, objetificação. Uma repórter mulher neste meio é tão raro que a mera presença delas já se torna um ato político. É uma indústria dominada por homens, que gera muito dinheiro e poder, e da qual os homens que fazem parte hoje não vão abrir mão tão facilmente. Temos mulheres qualificadas? Com certeza. Elas conseguem ser promovidas e lançadas a estas posições? Não. O SporTV anunciou recentemente que terá uma narradora mulher e foi altamente celebrada por isso. Existe uma demanda, existe um desejo de outras mulheres e também de homens de ouvir a voz feminina no futebol. Mas é uma mudança cultural que leva tempo para ser transformada. Acho que é uma barreira enorme para as mulheres que querem trabalhar no meio. A Gabriela Moreira certa vez escreveu sobre isso em suas redes sociais, sobre como o assédio e as ofensas minam nossa energia, nossa autoconfiança e nos tiram do jogo. Trabalhar com alguém(s) gritando impropérios atrás de você é desafiador e certamente compromete o resultado do trabalho. Não se estabelece uma relação de igualdade. O que há é desrespeito. E a forma mais escancarada de machismo - Maíra Liguori (Think Olga)