Não se trata de uma situação isolada. Ao longo de mais de um mês da investigação para a série #MMAsemlei, conversamos com promotores de evento, treinadores, lutadores e jornalistas especializados e descobrimos que os critérios para lutar em torneios pequenos de MMA são frouxos. Luta quem quer, preparado ou não.
No Rio de Janeiro, uma prestigiosa academia que tem atletas no UFC, permitiu que um rapaz sem nenhuma experiência subisse ao octógono de um de seus torneios. O rapaz fez quatro lutas e não conseguiu se manter de pé por 50 segundos. Foi nocauteado ou finalizado no primeiro round em todas elas.
Quando o cara aparece querendo lutar, a gente não investiga a vida dele”, disse Rafael Rec, organizador desse evento no Rio.
“Fazemos uma entrevistinha rápida e botamos pra lutar. E o que mais tem é lutador querendo lutar por dinheiro, falando que está desesperado, que tem família pra sustentar.”
Giliard Paraná, o dono da Paraná Vale Tudo, equipe que organiza o torneio em questão, admitiu que “depois ficou claro que o rapaz não tinha nenhuma condição”.
“Mas não é tarefa nossa conferir isso”, disse ele.