"Ronaldo era um vagabundo, mas meu irmão"
Se nunca foi um treinador repleto de glórias, Mário Sérgio tinha uma característica fundamental: comandava bem o vestiário. Seu pulso firme foi testado principalmente quando comandou o Corinthians nos anos 90 em um vestiário de estrelas. Um dos atletas que mais deu trabalho foi o goleiro Ronaldo.
Ele não gostava de treinar. Se o Ronaldo gostasse de treinar, seria o maior goleiro da história do Corinthians. Eu falei: 'Não vou mandar você embora, não vou te tirar do time porque a torcida me mata e eu não sou burro. O Agnaldo [preparador de goleiros] é que vai embora amanhã'".
Ele não ia mandar embora o preparador. “Mas eu sabia que ele era como se fosse um pai para o Ronaldo. Beijava, abraçava... Ele adorava o Agnaldo. No outro dia, estava treinando feito um leão”.
Sobrou até para a nutricionista do Corinthians:
“O Ronaldo era tão vagabundo que nós levamos uma nutricionista para dar palestra e dizer que refrigerante não era bom. O Ronaldo começou a olhar na cara dela e ria. Ele desestabilizou a mulher, que começou a chorar. Para você vir o grau de periculosidade do Ronaldo”.
“Ele tinha uma liderança fortíssima e era meu irmão. A gente brigava, discutia, batia boca, mas sempre unidos, sempre colados”.