Não tem mais essa de favoritismo dividido na Europa. Todo mundo sabe que existe um time a ser batido no continente – Real Madrid.
Desde que a principal competição de clubes do continente adotou seu formato Champions League, jamais uma equipe havia conquistado uma hegemonia com essas características. Os espanhóis foram os primeiros a vencer duas vezes seguidas nesta versão de disputa e ganharam três dos últimos quatro torneios. Recentemente, até os sempre rivais do Barcelona admitiram: "estamos abaixo".
Desta vez, no entanto, surge um novo desafiante. Turbinado pela montanha de dinheiro de seu investidor do Qatar, o Paris Saint-Germain espera pela primeira vez poder disputar para valer o título europeu. As contratações de Daniel Alves, Mbappé e, principalmente, Neymar foram as cartadas para finalmente subir de patamar.
Mas, na edição da Liga dos Campeões que antecede a Copa da Rússia, não se pode desprezar forças tradicionais como Barcelona, Juventus e Bayern de Munique. Já da Inglaterra, a dupla de Manchester gastou bastante e também deseja correr por fora na luta pela "orelhuda" (como é conhecida a taça da Champions League).
REUTERS/Benoit Tessier Desde que assumiu o controle do PSG, em 2011, o magnata Nasser Al-Ghanim Khelaïfi havia prometido transformar o time parisiense numa força europeia. Nomes badalados como Ibrahimovic, Beckham e David Luiz passaram pelo elenco, mas a equipe ainda não chegou nem perto de uma final de Liga dos Campeões neste período (apesar de dominar o futebol francês).
Mas tudo indica que o ano chegou. O clube abalou o mercado de transferências com a contratação de Neymar, pagando uma cifra recorde para tirar o brasileiro do Barcelona. Também chegaram Daniel Alves (e seu currículo vencedor) e o promissor Kylian Mbappé. Essas adições indicam que este será o PSG mais forte já visto.
Inicialmente, a missão será superar o desempenho da temporada anterior, com o fiasco diante do Barcelona nas oitavas de final. Depois de uma goleada em casa por 4 a 0, os franceses deixaram a classificação escapar na Espanha com uma derrota histórica por 6 a 1, sofrendo um gol no último lance da partida. No vexame da Catalunha, Neymar brilhou do lado rival. Agora a estrela defende Paris.
Nos últimos anos, o Barça e o Real Madrid conquistaram várias Champions League, mas isso não acontecia há dez ou 15 anos. Vencer requer um processo de aprendizagem. O PSG está na mesma situação que o Real ou o Barcelona de 15 anos atrás
AP Photo/Dave Thompson A Inglaterra é o país com o maior número de representantes na fase de grupos da Liga dos Campeões. Com o título da Liga Europa na última temporada, o Manchester United aumentou o pelotão inglês para cinco equipes. Também estão nessa o Chelsea (atual campeão do país), além de Tottenham, Liverpool e Manchester City.
Força tradicional da Liga dos Campeões neste século, o Manchester United havia ficado de fora da última edição. Reforçado com nomes como Lukaku e com a previsão do retorno de Ibrahimovic para o mata-mata, a equipe do técnico José Mourinho quer voltar a brigar entre os favoritos.
A primeira fase parece acessível para os "diabos vermelhos", na teoria. Integrante do Grupo A, o United encara Benfica, CSKA e Basel.
REUTERS/Mike Segar Poderia ser na final, mas o clássico com duas das principais forças da história recente da Liga dos Campeões acontecerá já na fase de grupos. Barcelona e Juventus se enfrentam logo em 12 de setembro, na primeira rodada do Grupo D. Os dois gigantes europeus são os favoritos da chave, que tem Olympiacos e Sporting.
Os dois times são tão expressivos que é impossível dizer quem sairá vencedor já na fase de grupos. Na história da competição, os italianos e espanhóis têm equilíbrio total. Foram sete jogos disputados pela Champions League, com duas vitórias para cada lado e ainda três empates.
A diferença é que o Barcelona foi um dos adversários que conseguiu bater a Juventus em uma decisão. Na temporada 2014/2015, a Juve acabou vencida pelos espanhóis, com Messi, Neymar e companhia triunfando por 3 a 1.
REUTERS/Giampiero Sposito O veterano Gianluigi Buffon tentará pela última vez acrescentar o título da Champions League ao seu currículo vencedor. Aos 39 anos, perto da aposentadoria, o goleiro da Juventus soma três vice-campeonatos da competição. O último deles em 2017, quando o time italiano foi superado pelo dominante Real Madrid, goleado na decisão.
Buffon anunciou que se aposentará do futebol após a Copa de 2018. Assim, depois 625 jogos vestindo a camisa da Juventus, com 108 partidas na Liga dos Campeões, terá a chance final para levantar pela primeira vez a "orelhuda".
Na última temporada Buffon já admitiu que não acreditava que pudesse chegar a mais uma final de Champions. Resta saber agora se o cultuado goleiro ainda terá "bateria" para encarar mais uma vez toda a competição continental. A Juve está no Grupo D ao lado de Barça, Olympiacos e Sporting.
Francisco Leong/AFP Photo Ele não veste mais a camisa número 1 do Real Madrid, mas segue na ativa. Pelo Porto, o goleiro Iker Casillas aparecerá na fase de grupos da Liga dos Campeões pela 19ª vez na carreira.
O espanhol de 36 anos é o recordista absoluto de jogos nesta fase do torneio, com 87 partidas (à frente dos compatriotas Xavi e Raúl). No total, o goleiro já disputou 164 partidas.
Com Casillas no gol, o Porto integra o Grupo G, que promete ser um dos mais equilibrados desta fase da Liga dos Campeões. A chave ainda conta com Monaco, RB Leipzig e Besiktas.
Ídolo do futebol espanhol, Casillas conquistou o torneio em três oportunidades com o Real Madrid: 2000, 2002 e 2014.
O mundo se habituou a acompanhar um duelo particular na Liga dos Campeões. Nas últimas dez edições disputadas, a artilharia ficou ou com Cristiano Ronaldo ou com Lionel Messi (somente em 2014-15 eles dividiram o topo, junto com Neymar).
O retrato pontual desse antagonismo apresenta uma ligeira vantagem do português, que foi artilheiro da Liga dos Campeões em seis oportunidades, incluindo as duas edições mais recentes. Já o argentino ficou com esse prêmio cinco vezes.
Os ídolos de Real Madrid e Barcelona também são, disparados, os maiores artilheiros da história da competição. Cristiano Ronaldo soma 105 gols marcados, contra 94 de Messi. Os terceiro e quarto colocados estão bem distantes – o espanhol Raúl soma 71 anotações, enquanto que o holandês Van Nistelrooy tem 56.
AFP PHOTO / Scanpix Denmark Um convidado diferente aparece na fase de grupos. O Qarabag coloca o Azerbaijão no mapa da Liga dos Campeões em sua estreia neste estágio do torneio. A missão não será nada fácil. Integrante do Grupo C, os azarões azerbaijanos enfrentam Chelsea, Atlético de Madri e Roma para seguirem vivos na competição.
Rodolfo Buhrer/Fotoarena/Estadão Conteúdo O técnico Tite não deixa de observar jogadores que estão em alta em seus clubes para, quem sabe, lembra-los em futuras convocações. A Liga dos Campeões deve ser o "sprint" final para os atletas que atuam na Europa chamarem a atenção do treinador da seleção brasileira na busca de uma vaga na Copa 2018.
Nada menos do que 17 jogadores chamados por Tite para os dois últimos compromissos das Eliminatórias irão disputar a atual edição da Liga dos Campeões.
Em alguns casos, existem nomes que precisam provar algo. Em outros, atletas têm a oportunidade final na briga em alguma posição mais disputada, como entre os goleiros: casos de Ederson (Manchester City) e Alisson (Roma).
Homem de confiança de Tite, Paulinho também disputará a Liga dos Campeões depois da experiência bem-sucedida na China, um mercado menos exigente. O meio-campo precisará se adaptar rapidamente ao Barcelona e ao estilo de jogo europeu para chegar bem na Copa do próximo ano.
Martin Rickett/PA/AP "É especial". Assim Pep Guardiola definiu Gabriel Jesus ao final do primeiro semestre do brasileiro no Manchester City. E é desta forma que o ano do futebol europeu tem tudo para ser para o jovem.
Será a primeira temporada completa do jogador na Inglaterra, e o atacante de 20 anos fará sua estreia na maior competição de clubes da Europa.
Gabriel Jesus chegou a ser inscrito no mata-mata da Champions League na última temporada, mas acabou lesionado e não teve tempo de voltar, já que a equipe caiu cedo, nas oitavas de final, surpreendida pelo Monaco. O brasileiro é uma das apostas de Guardiola para tentar fazer os ingleses irem mais longe desta vez.
REUTERS/Nigel Roddis Vai ser ali pertinho da Rússia, já com o clima de Copa se avizinhando. Kiev receberá em 26 de maio de 2018 a final da Liga dos Campeões. O Estádio Olímpico na capital da Ucrânia é conhecido informalmente como um "irmão do Maracanã", em razão de desenho, cobertura e pela disposição das cadeiras amarelas e azuis.
Erguido originalmente em 1914, o Estádio Olímpico de Kiev passou por várias remodelações. A última delas aconteceu em razão da Eurocopa de 2012. A arena na capital ucraniana abrigou a final, em que a Espanha derrotou a Itália por 4 a 0.
