REUTERS/Matthew Childs Livepic Com direito a mosh no meio da torcida, Lewis Hamilton escreveu de vez seu nome entre os grandes nomes da história do automobilismo britânico ao vencer pela quarta vez o GP da Inglaterra. E a conquista inquestionável em Silverstone não poderia ter vindo em um momento melhor: o inglês chega à metade da temporada a um ponto do companheiro Nico Rosberg. É a menor diferença entre os dois em um campeonato recheado de problemas para o inglês.
A vitória de Hamilton começou a ser construída nos treinos livres. Sua confiança era tanta que nem o fato de ter tido sua pole provisória cancelada impediu a pole position, conquistada com o cronômetro zerado e em apenas uma tentativa.
Na corrida, foi absoluto, tanto quando a pista estava molhada, quanto no seco. “Em dias como estes, Lewis é imparável e vimos isso de novo”, resumiu o chefe Toto Wolff.
Dias e circuitos como estes: não é a primeira vez que Hamilton domina as ações na Inglaterra, algo que também costuma acontecer no palco da próxima etapa, na Hungria. Em Budapeste, o inglês pode se tornar o maior vencedor da história da prova daqui a duas semanas. Estaria a liderança de Rosberg com os dias contados?
Fiz tudo o que podia para economizar o motor. Estou chegando nele, então peço que todos os torcedores cruzem os dedos
![]()
O engenheiro me disse que eu tinha feito a volta mais rápida. Com um carro limitado, são esses momentos que contam
![]()
A gente sofreu a corrida inteira. Na chuva, o carro saía muito de traseira e o ritmo era inferior ao das outras equipes
![]()
?Acho que vou ter que esfaquear alguém?, disse Daniel Ricciardo em meio a gargalhadas após ser superado pela primeira vez em classificações por Verstappen. Mas o australiano já tem, de fato, motivos para se preocupar com o companheiro, que fez outra grande corrida em Silverstone. Sob condições difíceis, fez uma das melhores ultrapassagens do ano em cima de Nico Rosberg e mostrou que está em evolução.
Imagem: AFP PHOTO / ANDREJ ISAKOVIC
Enquanto a Williams patina, a Force India vem mostrando força. O time de Sergio Perez e Nico Hulkenberg, que vinha andando muito melhor em pistas de rua do que circuitos permanentes, desta vez mediu forças até com a Ferrari e colocou os dois pilotos na zona de pontuação, superando Vettel e as Williams.
Imagem: Reuters / Andrew Boyers Livepic
Os japoneses trouxeram a Silverstone uma atualização de seu motor e viram as duas McLaren a maior parte do final de semana dentro do top 10 em um circuito de alta velocidade. O resultado, contudo, não acompanhou o rendimento: a má classificação de Button e a rodada de Alonso esconderam a evolução que ficou clara no ritmo e nos treinos.
Imagem: Kerstin Joensson/AP
O GP da Inglaterra foi a terceira prova seguida em que a Williams deveria ter um bom desempenho no papel, mas não correspondeu na pista. Além de ter ficado para trás em termos de desenvolvimento do carro, o time vem tendo sérios problemas para interpretar a influência das altas pressões estabelecidas pela Pirelli na na durabilidade e performance dos pneus. Em Silverstone, nem Felipe Massa, nem Valtteri Bottas conseguiram fazer os pneus funcionarem, acabaram com carros traseiros e lentos. E fora dos pontos em um circuito no qual o time esteve no top 4 há 12 meses.
Imagem: Reuters / Matthew Childs Livepic
Sofrendo com a falta de aderência e a terceira falha de câmbio do ano, a Ferrari ficou devendo no GP da Inglaterra. Mas Sebastian Vettel também não ajudou. O alemão errou sua melhor volta na classificação e, na corrida, fez algumas excursões para fora da pista, sem nunca ter um ritmo consistente. O alemão admitiu sua parte da culpa, mas também cobrou melhorias da Scuderia.
Imagem: AFP PHOTO / ADRIAN DENNIS
Mesmo liderando o campeonato desde a primeira etapa, Nico Rosberg ainda está devendo uma performance convicente, dominando um final de semana mesmo sem que Lewis Hamilton tenha problemas. É claro que o alemão perdeu uma sessão importante na sexta-feira com uma falha técnica, mas em nenhum momento esteve tão confortável no carro quanto o companheiro.
Imagem: REUTERS/Andrew Boyers Livepic
REUTERS/Andrew Boyers Livepic A repórter Mariana Becker, da Rede Globo, passou por um momento inusitado durante a transmissão do Grande Prêmio da Grã-Bretanha. Logo no começo da corrida, Mariana precisou ir ao banheiro e o áudio vazou.
"Vou fazer xixi rapidinho", disse a repórter. A fala da Mariana virou um dos assuntos mais comentados do Twitter no momento.
Enquanto o rendimento de Felipe Massa ficava, mais uma vez, limitado pelo superaquecimento dos pneus, algo decisivo para o 11º posto do piloto brasileiro, que chegou a se recuperar de uma classificação ruim e a andar por muito tempo no top 10 até ter que fazer uma parada a mais que os demais, Felipe Nasr, apesar do 15º lugar, fez outra ótima prova, lutando com carros como as McLaren e a própria Williams. O brasileiro também acertou no momento de trocar os pneus e, com isso, superou seus rivais diretos. Só falta fazer o mesmo na classificação.
A proximidade de uma das maiores agências do Banco do Brasil fora do país, em Londres, fez com que a instituição financeira estivesse representada em peso no GP da Inglaterra. O banco é o maior patrocinador de Felipe Nasr, cujo contrato com a Sauber termina no final do ano. Sua permanência no time, que ganhou uma injeção de dinheiro nas últimas semanas, não está descartada, e fontes ligadas a ele admitem que o ideal é fechar um novo acordo nos próximos dois meses.
Imagem: Charles Coates/Getty Images
A renovação da Ferarri com Kimi Raikkonen foi recebida com certo ar de decepção no paddock. Afinal, muitos acham que o finlandês não tem feito o suficiente para merecer a vaga e acabou se tornando uma escolha segura para a Ferrari para fazer dupla com Sebastian Vettel, em quem o time deposita suas fichas. Porém, há outra explicação: o piloto que teria passado pelo crivo do alemão e seria o preferido da Scuderia era Carlos Sainz, blindado pelo contrato que o prende à ?família? Red Bull.
Imagem: Mark Thompson/Getty Images
O GP da Inglaterra costuma reunir famosos, que se dividem entre as quadras de Wimbledom e o asfalto de Silverstone, uma vez que os calendários de ambos eventos costumam coincidir. Mas o boxeador Anthony Joshua resolveu aparecer nos dois: o britânico, convidado de Lewis Hamilton, interrompeu sua preparação para defender o ouro conquistado em Londres nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e marcou presença no GP. Figuras cativas da prova britânica desde o casamento de Geri Halliwell com Christian Horner, as Spice Girls também apareceram. Sem Victoria Beckham, claro.
Imagem: AFP PHOTO / ANDREJ ISAKOVICUma das grandes reviravoltas desta temporada é a revolução nos pit stops da Williams, que eram “um desastre” nas palavras do próprio Felipe Massa ano passado e se tornaram as mais rápidas do grid em 2016. O motivo é simples: o desenvolvimento de novas pistolas e porcas que permitem um encaixe perfeito e a troca mais rápida dos pneus. O problema da Williams era concentrado na roda dianteira esquerda, cujas porcas ficavam mais expandidas pelo calor após uma sequência de voltas, especialmente nos circuitos com mais curvas para a direita. Isso dificultava o encaixe da pistola e atrasava as paradas, e foi uma área em que a equipe trabalhou duro durante o ano passado.
Getty Images Os britânicos viveram um dia de glória em Silverstone, no GP da Grã-Bretanha de 1965. A bandeira britânica dominou o pódio, com a vitória de Jim Clark, o segundo lugar de Graham Hill e o terceiro de John Surtees, na última vez que três pilotos do mesmo país fizeram a festa do champanhe. Mas não parou por aí: Mike Spence e Jackie Stewart completaram o top 5, em um dia no qual o único carro fabricado fora da Inglaterra a chegar entre os 10 primeiros foi a Ferrari de Surtees.
Dá para entender por que a prova se tornou um marco em uma era na qual o Reino Unido teve seus anos de ouro na categoria, com o domínio da Lotus.