AFP PHOTO / Karim Sahib A estratégia acabou nem sendo a melhor, mas não teve jeito: a Ferrari de Sebastian Vettel esteve imbatível no GP do Bahrein e a vitória do alemão foi incontestável. Comprovando a teoria de que o carro da Scuderia cresce à medida que a temperatura sobe, Vettel passou Hamilton na largada, conseguiu seguir o pole position Valtteri Bottas de perto na primeira parte da corrida e, quando assumiu a liderança, demonstrou um ritmo superior ao do time alemão.
Só que a vitória só começou a se desenhar de verdade na segunda metade. Sentindo-se preso pelo ritmo lento de Bottas na ponta, Vettel arriscou e foi o primeiro entre os ponteiros a parar. A jogada correu sério risco quando, poucas voltas depois, o Safety Car entrou na pista e deu um pit stop praticamente grátis para a Mercedes.
Porém, o tempo ganho na pista por Vettel foi suficiente para que ele superasse Bottas e começasse a construir uma vantagem que foi importante no fim, quando Lewis Hamilton tentou atacar com pneus mais novos após retardar a última parada. Mas assim como os rivais da Mercedes perceberam nos últimos três anos, não há nada que se possa fazer contra um carro mais rápido.
Algo me dizia que teríamos um bom carro. A caça da Pàscoa estava valendo e nós encontramos eles hoje
Perder pontos para o time, especialmente quando poderia vencer, é doloroso, mas é isso e só posso dizer que dei tudo que pude. Estou ficando velho
Eu entendo, mas ainda assim é difícil quando você está na pole e tentando vencer a corrida, mas eu sou um piloto de equipe e não diria não
Acho que é uma pena porque podíamos nos respeitar um pouco mais. Bom, ele é brasileiro, então não tem muito o que falar
Eu falei para ele: 'Tome cuidado com o que você fala porque você vai ter que ir para o Brasil correr lá. Cuidado com o que você fala'
Eles estão 300 metros atrás de mim e ainda me alcançaram na reta. Eu nunca corri com um carro com tão pouca potência na minha vida
AFP PHOTO / ANDREJ ISAKOVIC O alemão percebe que pode lutar pelo título e adota uma postura muito mais aguerrida do que ano passado. Não cometeu nenhum erro até agora na temporada e tem sido fundamental para que as estratégias, costumeiramente ousadas da Ferrari funcionem. Tudo com muito suor, como fazia seu ídolo Schumacher. Nesta semana, por exemplo, Vettel será um dos poucos titulares que ficará no Bahrein para participar de testes.
Xinhua/Imago/ZUMAPRESS O mexicano saiu de 18º no grid, depois de ser atrapalhado na classificação, para o sétimo lugar, o que é, na realidade, o máximo que a Force India pode almejar no momento, E isso em uma corrida na qual o gerenciamento dos pneus, sua grande marca, foi importante. É bom ficar de olho no piloto nesta temporada: até aqui, ele tem maximizado todos os resultados da escuderia indiana.
AP Photo/Yong Teck Lim "Nem Pascal sabe o que Pascal está fazendo", zombou um engenheiro durante os treinos livres quando seu piloto se queixou do comportamento do alemão na pista. Wehrlein se tornou alvo fácil depois de perder as duas primeiras provas da temporada, mas não decepcionou em seu retorno: classificou-se em um impressionante 13º lugar e terminou a corrida em 11º, quase beliscando um ponto para a fraca Sauber.
Felipe Massa não escondia a empolgação após um sexto lugar que comparou a uma vitória no Bahrein. Afinal, o brasileiro lutou com carros mais fortes, como a Ferrari de Kimi Raikkonen e a Red Bull de Daniel Ricciardo - e chegou a ultrapassar ambos.
Antes da largada, contudo, o piloto aproveitou para tirar satisfação com Max Verstappen, que reclamara do comportamento do brasileiro na classificação e dissera que não valia a pena conversar com Massa porque “ele é brasileiro, não há o que dizer.” A conversa foi no desfile dos pilotos em caminhão aberto.
“Eu falei para ele hoje: ‘Tome cuidado com o que você fala porque você vai ter que ir para o Brasil correr lá. Cuidado com o que você fala’. Sem dúvida, não foi certo falar dos brasileiros sem nem saber do que ele estava falando”, disse Massa ao UOL Esporte.
Reprodução Escalado para narrar a etapa do Bahrein, Galvão Bueno não se eximiu de comentar a troca de farpas entre Max Verstappen e Felipe Massa, que agitou o fim de semana da Fórmula 1. Quando o holandês abandonou o GP do Bahrein, o jornalista soltou o verbo.
“Já demonstrou ser um piloto fora dos padrões, fora da curva, excepcional. Agora, se vai entrar para a lista dos grandes da história, ser campeão do mundo, vamos esperar pra ver, porque vi muitos pilotos começando muitíssimo bem e ficando pelo caminho. Ele ontem teve uma declaração no mínimo infeliz quando reclamou que o Felipe Massa o atrapalhou em uma volta. Qual a experiência que ele tem para falar, o que pode falar de brasileiros? O que pode falar de Emerson Fittipaldi, de Nelson Piquet, de Ayrton Senna? Vamos esperar para ver aonde vai chegar o Verstappen
AFP PHOTO / ANDREJ ISAKOVIC A pressão começa a aumentar para cima do finlandês, que não tem conseguido acertar um fim de semana do começo ao fim. Depois de uma excelente classificação e de conquistar a primeira pole position da carreira, o piloto não teve um bom ritmo na primeira parte da corrida e acabou recebendo uma ordem para sair do caminho de Hamilton.
AFP No sábado, Alonso já tinha tido uma discussão acalorada com Yusuke Hasegawa, chefe da Honda na F-1. Afinal, a McLaren trocou de motor três vezes ao longo do fim de semana e a falta de potência - e de respostas - é clara. Na corrida, a situação só piorou com o espanhol não poupando à parceira de críticas: "Nunca tive tão pouca potência na minha vida".
AFP PHOTO / ANDREJ ISAKOVIC Sainz chegou a ter seu nome ligado a vagas importantes, mas apresenta rendimento tímido na Toro Rosso, com muitas quebras. No Bahrein, ele saiu do box e, otimista, achou que Lance Stroll abriria para ele na primeira curva. Acabou dando no meio da Williams e recebendo uma punição de três posições no grid para a próxima etapa.
AFP PHOTO / ANDREJ ISAKOVIC A Mercedes teve todos os méritos em dominar as últimas três temporadas da Fórmula 1, mas sempre que se sentiu ameaçada, apresentou uma fraqueza: a tendência a cometer erros de estratégia. Foi assim, por exemplo, em Mônaco em 2015, quando o time jogou uma vitória de Lewis Hamilton fora.
No Bahrein, só não foi esse o caso porque a Ferrari tinha, de fato, um ritmo superior, mas houve uma falha que fez com que o pneu colocado no carro de Bottas após o primeiro pit stop estivesse com pressão maior do que deveria, prejudicando seu ritmo. Como ele segurava Hamilton, Vettel pôde ter mais tranquilidade na ponta.
O problema na terceira etapa do campeonato não foi estratégico, mas temos visto uma Mercedes mais engessada enquanto a “coragem, determinação e um pouquinho de loucura” da Ferrari, como definiu o chefe Maurizio Arrivabene, tem feito a diferença em uma batalha bastante igualada. - Julianne Cerasoli, correspondente de Fórmula 1 do UOL.
REUTERS/Hamad I Mohammed O UOL Esporte apurou que a história de Ricciardo estar assinado com a Ferrari para 2018 está muito perto de ser verdade. O que não se sabe ao certo são as condições, ou seja, se isso realmente significa que é o último ano de Raikkonen ou a chegada do australiano a Maranello é condicional, ou seja, se o contrato só entra em vigor se uma determinada combinação de fatores acontecer.
Mark Thompson/Getty Images Não foi coincidência a presença de Bernie Ecclestone no paddock de um daqueles GPs que ele incentivou desde o princípio. O inglês parece disposto a usar sua influência para gerenciar os contratos em andamento e certamente não vai facilitar a vida para os novos donos. Sobre o GP do Brasil, contudo, o inglês foi evasivo, como de costume: ?É uma possibilidade, mas não acredito que vá acontecer.?
Getty Images O GP do Bahrein vendeu os 90 mil ingressos disponíveis para os três dias. A prova ao entardecer ajuda a atrair artistas. Neste ano, teve de Enrique Iglesias a Dimitri Vegas e Like Mike, considerados os melhores DJs do mundo atualmente. E se quem viu a corrida estranhar a informação por não ter visto as arquibancadas tão cheias assim, vale o alento: muita gente só vai para o show mesmo, especialmente na sexta-feira, que é o equivalente ao sábado barenita. Domingo é dia de trabalho.
