Nas duas primeiras corridas, o script foi perfeito: enquanto Lewis Hamilton se preocupava com a ameaça de Sebastian Vettel com a Ferrari, Valtteri Bottas somava mais pontos em outra luta importante para a Mercedes: a do Mundial de Construtores. Mas nas últimas duas provas, e especialmente neste domingo na Rússia, o time alemão começou a entrar em um território mais complicado.
Ainda na quinta-feira, Hamilton foi questionado se não temia um repeteco de 2007, quando ele e Fernando Alonso tiraram pontos um do outro dentro da McLaren e acabaram perdendo o campeonato para Kimi Raikkonen, da Ferrari. O inglês disse que não se lembrava daquele campeonato, mas depois de ver Bottas não apenas vencer, mas tendo um desempenho muito superior em Sochi, é melhor ele refrescar sua memória.
O GP da Rússia foi incomum para Hamilton, que não conseguiu entender como tirar o melhor rendimento dos pneus, e nada impede que ele volte a andar na frente de Bottas na próxima corrida, em Barcelona. Mas a evolução do finlandês tem sido clara e seus números, pelo menos em classificação, já são melhores do que as médicas de Hamilton contra seu ex-companheiro Nico Rosberg.
O chefe da Mercedes, Toto Wolff, celebra a relação dos dois e diz que a equipe funciona muito melhor internamente do que nos tempos de Nico. Mas a tabela do campeonato mostra um Sebastian Vettel com 13 pontos de vantagem, enquanto Hamilton e Bottas estão separados por apenas 10. E ter um inimigo externo é a maior ameaça à paz interna que o time alemão poderia ter.