Julho 100%

Hamilton ganha todos os GPs do mês e vai para as férias com 19 pontos de vantagem sobre Rosberg

Julianne Cerasoli Do UOL, em Hockenheim (ALE)
Sascha Schuermann/AFP
Jens Meyer/AP Jens Meyer/AP

Hamilton, imparável

Na temporada mais longa da história, o mês de julho seria o mais atarefado, com quatro provas. E Lewis Hamilton foi imbatível.

O inglês estava em situação delicada, após um erro na classificação do GP da Europa dar a oportunidade para o companheiro Nico Rosberg abrir 24 pontos na liderança do Mundial de Pilotos. Mas, a partir daí, não deu mais chances ao alemão: venceu as quatro corridas seguintes, reverteu o quadro e vai para as férias de agosto com 19 pontos de vantagem.

O mês 100% de Hamilton teve um polêmico toque com Rosberg na volta final do GP da Áustria, domínio absoluto na Inglaterra e mais um triunfo na Hungria. E quando parecia que o alemão repetiria, em Hockenheim, o domínio que Lewis teve em sua casa, mais uma largada ruim deu a chance para o tricampeão completar seu julho 100%.

Talvez a única boa notícia para Nico no momento é que julho, finalmente, acabou.

Xinhua/Xpb/PA Wire/ZUMAPRESS Xinhua/Xpb/PA Wire/ZUMAPRESS

Gosto de chulé!

Daniel Ricciardo carrega a fama de ser um dos pilotos mais divertidos da Fórmula 1. E no GP da Alemanha fez valer a fama ao beber no pódio (ele ficou em segundo) o frizante da uva chardonnay no calçado que utilizou durante a prova.

O piloto australiano explicou que o gesto de ingerir bebida alcóolica no próprio sapato é conhecido como "shoey". Trata-se de uma brincadeira entre jovens australianos que ganhou popularidade nos últimos anos.

A ideia surgiu quando Ricciardo viu o amigo e compatriota Jack Miller, piloto da Moto GP, vencer uma corrida em Assen, na Holanda, no fim de junho, e encarar alguns goles em seu calçado. A atitude de Miller animou o piloto da Red Bull, que prometeu fazer o mesmo quando vencesse sua quarta prova na F-1.

"Hoje, na minha centésima corrida, consegui um pódio. Para comemorar, pensei no caso de não vencer este ano e resolvi fazer um 'shoey' para deixar meus amigos australianos orgulhosos", contou. Então tá! Saúde (argh!)

Quem foi bem

  • Dirigentes finalmente acertam

    Não tem sido muito comum, mas as escolhas dos chefões da F-1 na Alemanha apontaram para uma tendência que a grande maioria acredita ser a mais saudável para a categoria: simplificação. A menor paranoia a respeito das comunicações via rádio e do uso dos limites de pista só ajudam as corridas a ficarem mais próximas do público. De quebra, o adiamento da adoção do halo também indicou que as decisões pouco pensadas ficaram para trás.

    Imagem: Murad Sezer/Reuters
  • Ricciardo dá drible em estrela

    Cada vez mais Daniel Ricciardo tem tido de falar sobre a pressão que os resultados de Max Verstappen impõem sobre seu rendimento. E mais uma vez o australiano mostrou na pista que está lidando bem com o holandês, que em todas as provas carrega uma legião de fãs e gera muito interesse. Até aqui, Ricciardo tem sido superior nas classificações e mostrou, na Alemanha, um gerenciamento de pneus superior para bater Max também na corrida.

    Imagem: Mark Thompson/Getty Images
  • Presente de grego para Alonso

    No final de semana de aniversário de seu companheiro, o britânico foi superior na classificação e na corrida, contrariando a tendência das últimas provas. De quebra, pulou do 12º lugar no grid para o oitavo posto na corrida, aproveitando o asfalto escorregadio das últimas voltas para superar Valtteri Bottas.

    Imagem: Clive Mason/Getty Images

Quem foi mal

  • Ferrari segue perdida

    Não chegou a surpreender o fato da Ferrari ter perdido o segundo posto no Mundial para a Red Bull, pois, há algumas provas, o time italiano vem devendo. E não parece haver luz no fim do túnel para um carro que não aparenta ter grandes problemas de equilíbrio, mas também não consegue gerar pressão aerodinâmica suficiente ou colocar os pneus na janela de temperatura correta.

    Imagem: Mark Thompson/Getty Images
  • Rosberg acumula erros

    O próprio alemão reconheceu que a derrota em Hockenheim será dura de engolir. A largada ruim o colocou no tráfego das Red Bull, mas ainda assim o vice-líder do mundial não mostrou um bom ritmo por toda a prova. A manobra forçada para cima de Verstappen serviu para acabar com qualquer chance do piloto minimizar os danos, enquanto Hamilton passeava na frente. Mais uma vez.

    Imagem: Mark Thompson/Getty Images
  • Gutiérrez vira bode expiatório

    O mexicano foi criticado pelos ponteiros pela segunda corrida seguida por demorar para ceder posição quando recebe bandeira azul. Além disso, suas defesas de posição atrapalhadas não ajudam a melhorar sua reputação. Apesar do rendimento ter melhorado, batendo o companheiro Grosjean nas duas últimas classificações, ainda falta muito para o piloto convencer.

    Imagem: Manu Fernandez/AP
Uli Deck/AFP Uli Deck/AFP

Brasileiros abandonam

O GP da Alemanha foi mais um domingo para os brasileiros esquecerem. A prova de Felipe Massa acabou logo na primeira curva, quando um toque com Palmer desequilibrou seu carro, fazendo o brasileiro se arrastar até a Williams decidir pelo abandono.

Já Felipe Nasr, da Sauber, fez outra grande primeira volta, mas acabou perdendo todas as posições que ganhou por uma falta de comunicação com a equipe - o que, aliás, tem sido comum - e também acabou abandonando, com um problema de turbo.?

As frases do GP

Com certeza alguma coisa entortou no carro naquela batida que tomei na primeira volta. O carro ficou inguiável

Felipe Massa

Felipe Massa, explicando seu abandono no GP da Alemanha

Ele [Gutiérrez] é um dos mais prediletos, eu amo esse cara

Daniel Ricciardo

Daniel Ricciardo, ironizando a demora do mexicano em permitir ultrapassagem após bandeira azul

Sinceramente, mal posso acreditar. Estava 43 pontos atrás e, naquele momento, não poderia sonhar em estar onde estou hoje

Lewis Hamilton

Lewis Hamilton, após abrir 19 pontos de vantagem sobre Rosberg

Charles Coates/Getty Images Charles Coates/Getty Images

Tem vaga para macaco num F-1?

Durante os treinos livres, uma peça da traseira da Williams de Felipe Massa se soltou. Trata-se de uma asa de nome um tanto curioso, que tem sido usada pelas equipes - com resultados pouco claros - há algum anos. O chamado monkey seat, ou assento de macaco, é uma pequena asa localizada na parte inferior da asa traseira.

Sua função é, teoricamente, aumentar a pressão aerodinâmica nessa parte fundamental do carro, sem causar arrasto. Afinal, como, por sua localização, ela não entra em contato direto com o fluxo de ar, é a chance dos engenheiros ‘grudarem’ mais o carro no chão nas curvas sem uma peça que ofereça mais resistência ao ar nas retas.

Porém, é comum ver os carros com versões diferentes do monkey seat, que muitas vezes desaparecem em determinadas pistas. Isso porque tem se mostrado muito difícil para os engenheiros efetivamente ganhar alguma vantagem com a peça. No caso da Williams, a opção para a Alemanha foi correr sem a peça.

Os bastidores do GP - Mercado dos Pilotos

  • Uma porta para Nasr

    As pessoas próximas ao brasileiro não escondem que existe uma negociação para sua permanência por mais um ano na Sauber, ainda que o forte investimento vindo da Suécia de Marcus Ericsson, seu companheiro, coloque o piloto em desvantagem política internamente. Mas essa não parece ser a única opção de Nasr, cujo empresário também conversa com a Haas, equipe que tem apenas Romain Grosjean confirmado para o ano que vem.

    Imagem: Charles Coates/Getty Images
  • Schumacher na Mercedes

    Sempre escoltado pela empresária Sabine Kehm, grande responsável pela falta de notícias a respeito do estado de saúde de seu pai Michael, Mick Schumacher marcou presença no paddock da Fórmula 1 na Alemanha, assistindo às sessões de dentro do box da Mercedes, empresa que o apoia na Fórmula 4. De quebra, o piloto de 17 anos participou ainda de um jogo de futebol em homenagem ao pai.

    Imagem: FABRIZIO BENSCH/Reuters
  • Família por perto

    Desde a morte de seu pai, no inicio de 2014, e especialmente após o fim de seu casamento com a japonesa Jessica Michibata, no final do ano seguinte, Jenson Button vinha sendo acompanhado quase exclusivamente pelo empresário e pelo treinador. Porém, nas últimas provas, sua mãe, Simone, virou figurinha fácil no motorhome da McLaren e, na Alemanha, suas irmãs também marcaram presença. Na imprensa inglesa, há quem diga que o motivo do apoio familiar é simples: o campeão de 2009 está se sentindo sob pressão para encontrar uma vaga para a próxima temporada.

    Imagem: Clive Mason/Getty Images

A opinião dos blogueiros

Problema eletrônico ou não, no decorrer do GP, Rosberg jamais demonstrou poder aspirar a um melhor resultado que este quarto lugar, o que deve fazê-lo refletir quanto às reais chances de disputar o título com Hamilton
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No final do ano passado e início deste ano, enquanto muitos apontavam falta de empenho por parte de Hamilton para explicar o banho que ele vinha tomando de Rosberg, eu apontava que seu principal problema era a ocorrência de erros. Quando ele parasse de errar, escrevi, as vitórias inevitavelmente viriam
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