Com a missão de classificar o Brasil para a Copa do Mundo de 2002, Luiz Felipe Scolari assumiu o cargo de técnico da seleção brasileira pela primeira vez em julho de 2001, estreando com uma derrota fora de casa para o Uruguai por 1 a 0. Zé Roberto, que vinha sendo chamado com regularidade por Vanderlei Luxemburgo, de repente se viu sem espaço.
Durante a primeira passagem do técnico pela seleção, Zé só entrou em campo uma vez: em 7 de novembro de 2001, na derrota fora de casa por 3 a 1 para a Bolívia pelas eliminatórias. No fim, acabou ficando fora da campanha vitoriosa na Coreia do Sul e no Japão.
Os dois acabariam se reencontrando algumas vezes na carreira mais adiante, no Grêmio e no próprio Palmeiras. Aí, não tem como não perguntar: deu vontade de partir para a porrada e tirar satisfações (ou socar, como foi feita, literalmente, a pergunta pela reportagem) com o treinador, Zé?
Deu quando eu não fui convocado”.
Era brincadeira do ex-volante: “Depois você acaba respeitando a opinião do treinador. Às vezes você não concorda, mas tem que respeitar.”
Zé Roberto respeitou a decisão de Felipão convocar nomes de confiança [os laterais do Brasil na Copa foram Roberto Carlos e Júnior, com quem ele trabalhou no Palmeiras], mas acredita que tinha “totais condições” de contribuir.
“Foi um dos meus melhores anos, 2002, jogando pelo Leverkusen”, analisa. “Vivi meu melhor momento naquela temporada. O jogador que vive o melhor momento na temporada, automaticamente, joga pela seleção e vai para a Copa. Acabei sendo avaliado não pela temporada, mas por dois jogos em que fui convocado, em que a seleção jogou muito mal na altitude [derrota para a Bolívia]. Eu fui mal também. No jogo seguinte, contra a Venezuela, em casa, ganhamos. Três jogadores que enfrentaram a Bolívia na altitude não jogaram: eu, o Serginho e o Juan, que depois ficaram fora da lista final”.
Não disputar a Copa, tendo totais condições em 2002, com certeza, foi minha maior frustração na carreira”.