Os rótulos, a irregularidade em campo, a torcida que pegava no pé, a desconfiança da diretoria, o sonho de fazer história no clube... tudo esse turbilhão abalou o jovem atleta. Em alguns momentos, Casemiro deixou os sentimentos transbordarem. Chorou com a família, com os amigos e até em campo depois de um clássico contra o Corinthians em 2012.
Os amigos relatam que foi um dos piores momentos da vida do atleta. “Teve um jogo no Morumbi que ele estava no vestiário e me ligou dizendo que tinha sido cortado, quase chorando, e pediu para eu ir para a casa dele para a gente conversar. Ele dizia: ‘fui cortado. Nunca pensei que isso fosse acontecer. Não acredito que estou passando por isso.’ Ele ficava mal, dava para ver que estava sem chão”, relata Bruno dos Anjos, que jogou com ele na base.
Nesse período contou com o apoio e as orações da mãe Magda que sofria muito com a situação. “Ele ficava triste, a gente como mãe sofre. Foi um momento difícil, ele vinha e falava e eu: ‘vamos, filho. Vamos orar que Deus vai arrumar um jeito de melhorar a situação. E ele continuava o trabalho’”.
Hoje, o próprio São Paulo reconhece que não soube lidar com o menino talentoso que estava em um processo natural de amadurecimento. No fim, cuidou mal da joia e a acabou 'perdendo' para o Real Madrid B. Baresi avalia:
Houve um desleixo ou uma falta de atenção, uma falta de carinho em relação a ele na época. E talvez isso tenha desmotivado a pessoa Casemiro, que tinha condições totais de ser titular do São Paulo na época e por algum motivo acabou não sendo
Marco Aurélio Cunha aponta o erro do Tricolor. “Ele ficou um pouco na reserva e aí se aborreceu, não estava preparado para isso. Mas no final ele mostrou que tinha muita qualidade, ele nunca deveria ter saído para o time B do Real Madrid como ele saiu. O São Paulo errou. Para ele foi bom no final, para o São Paulo foi razoável”.