
Quando o clássico em Itaquera começou, o Campeonato Brasileiro borbulhava de emoções. O Santos era o vice-líder com apenas três pontos atrás do líder. Pior: o Palmeiras, justamente o rival corintiano, poderia ficar a dois pontos da ponta da classificação se vencesse. E o Corinthians, em má fase, já somava quatro jogos sem vencer. Só que, pela primeira vez desde o primeiro turno, os corintianos mostraram força, fizeram 3 a 2 no rival paulista e, mais uma vez, tomaram conta do Brasileirão. Agora, a seis jogos do final, o time do Parque São Jorge tem seis pontos de vantagem na liderança. Será que o Corinthians voltou a tomar conta do Brasileirão?
Mais consistente do Santos. Fez dois belos cruzamentos para gol (Arthur Gomes e Ricardo Oliveira) e foi o mais acionado do ataque santista.
Imagem: Daniel Vorley/AGIFÉ o grande responsável pela recuperação. No 1 a 0 sobre o Atlético-GO, além de marcar o seu, criou várias jogadas e ajudou na marcação.
Imagem: EDU ANDRADE/FATOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDOCom a escalação questionada, o paraguaio respondeu com sua melhor partida no segundo turno. Ele fez o 1º gol corintiano, marcou e driblou.
Imagem: Jales Valquer/Fotoarena/Estadão ConteúdoEntrou aos 23 minutos do segundo tempo, quando o Flamengo vencia, e, em quatro minutos, virou o jogo para o Grêmio, com dois gols.
Imagem: Lucas Uebel/GrêmioEntrou aos 39 minutos do segundo tempo para tentar o empate do Palmeiras. Só o que conseguiu foi levar o cartão vermelho nos acréscimos.
Imagem: Ale Cabral/AGIFO lateral direito foi presa fácil para os atacantes de ponta do Santos, que aproveitou bastante a ponta esquerda ao longo da partida.
Imagem: Bruno Cantini/AtléticoTitular pela 1ª vez em sua volta, teve uma atuação fraca. Mesmo em uma goleada por 4 a 0, não ajudou na criação ou na conclusão.
Imagem: Heuler Andrey/Getty ImagesSe Everton precisou só de quatro minutos para virar o jogo para o Grêmio, foi às custas de quem marcava o seu setor. No caso, Pará.
Imagem: Gilvan de Souza/FlamengoNo último domingo, quando os jogos do Brasileirão terminavam, todos os sinais de alerta do Corinthians estavam ligados. O líder do Campeonato estava pressionado como nunca antes na competição: tinha acabado de perder para o Botafogo e enxergava a possibilidade de, em uma semana, ser deposto do primeiro lugar.
Em uma semana, porém, tudo mudou. O Palmeiras, único que poderia desbancar os corintianos ainda neste domingo, não venceu o Cruzeiro na segunda e, mais do que isso, fracassou em Itaquera. Em casa, com arquibancadas lotadas, o Corinthians venceu palmeirenses e a pressão, fez 3 a 2 em seu maior perseguidor e aumentou a vantagem na ponta da tabela de classificação. Agora, o Santos é o segundo colocado, seis pontos atrás dos corintianos.
Como isso aconteceu? A resposta passa pelas mudanças de Fábio Carille, pela instabilidade palmeirense e pelo Corinthians fazendo valer a força de líder. Primeiro, a escalação inicial tinha Camacho e Clayson no lugar dos criticados Maycon e Jadson. Depois, vieram os minutos em que o Palmeiras ficou perdido em campo, quando Romero abriu o placar aos 28 minutos do primeiro tempo e Balbuena fez 2 a 0 dois minutos depois.
O momento mais significativo, porém, veio aos 37 minutos: Mina, de cabeça, fez 2 a 1. E quando muita gente achava que o Palmeiras iria pressionar, o Corinthians fez 3 a 1, de pênalti, com Jô. Mostrando que a pressão poderia ser enfrentada. E que o time corintiano tem, sim, qualidades para liderar o Brasileirão.
Faltava isso para a gente, essa garra, essa faísca de perder a bola e pressionar. A gente não está em primeiro à toa, não desaprendeu. Nosso grande feito no campeonato é essa raça e a união. A gente sabia que precisava melhorar e faltava isso
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Matematicamente, tem que trabalhar com cinco vitórias. Se o Santos ganhar seis, como fica? É hora de continuar falando jogo a jogo e não falar muito de número nesse momento
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Temos de controlar a euforia. Ganhar clássico é muito, ainda mais na reta final. Eles têm chance ainda, mas numa situação mais complicada depois desse resultado
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Essa torcida maravilhosa foi quem deu o pontapé inicial. Veio empurrar no treino e hoje. Fizemos uma ótima partida
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Autor de um desabafo que viralizou na última segunda, Neto estava mais calmo neste domingo. Analisando vitória corintiana por 3 a 2 no Terceiro Tempo, da Band, o ex-jogador afirmou que as mudanças equipe de Carille foram vitais para o triunfo no dérbi paulista. "O Corinthians não jogava assim. Mudou o estilo de jogo. Não é que o Corinthians jogou porque foram 32 mil pessoas no treino, o que é legal pra caramba. É porque colocou o Clayson, que é veloz, colocou o Camacho como volante, e aí não ficou exposto. E mesmo assim, tomou dois gols. É porque mudou a variação de jogadas, jogou muito bem", elogiou o apresentador.
Na Globo, Caio Ribeiro e Casagrande ressaltaram a maior entrega corintiana: "No Corinthians, estava todo mundo esperando uma resposta. Está fazendo um segundo turno muito ruim e tinha que se movimentar, fazer alguma coisa. Não tinha outra coisa para fazer o Corinthians, a não ser uma grande partida", disse Casagrande. Caio foi além: "O diferencial em relação ao que vinha sendo o segundo turno é a mudança de postura do Corinthians, muito mais dinâmico com a entrada do Clayson. O time ficou um pouco mais rápido, mais intenso e focado. O Corinthians entrou para disputar uma final de campeonato".
De frente para o assistente Hélio Andrade Júnior, o Rodriguinho está em posição legal. O assistente deixa o lance seguir corretamente, mas na sequência, o Romero está à frente e tem a interferência direta no resultado por ser o primeiro gol. Até a Fifa considera isso
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No lance do gol do Romero, quando o Rodriguinho é acionado, não está impedido. O Egídio dá condição. Nesse lance, não há impedimento. Agora, quando o Rodriguinho toca a bola, o Romero está 60 cm impedido. Portanto, o gol foi irregular. Errou o assistente
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Dois lances dificílimos. No primeiro, Rodriguinho estava em posição legal, porque o Egídio deu condição. Mas, na sequência, quando a bola é batida, fiquei com a impressão que o Romero estava à frente, em posição de impedimento. Achei gol irregular
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Com a vitória por 3 a 2 sobre o Palmeiras, o Corinthians abriu seis pontos sobre o segundo colocado na classificação, o Santos. A vantagem do líder, porém, é maior do que simplesmente seis pontos pelos critérios de desempate do Brasileirão.
Imagine o cenário: nas últimas seis rodadas, o Santos vence todas as suas partidas. O Corinthians perde duas, mas vence quatro. Os dois times fecham o torneio com 74 pontos, mas o campeão seria o Corinthians, com uma vitória a mais do que o Santos.
A situação era diferente, por exemplo, da enfrentada pelo Palmeiras, que, em um cenário parecido, poderia fechar a competição com mais vitórias do que o Corinthians. O mesmo aconteceria com o Grêmio. Ambos estão, agora, a oito pontos da liderança, com vantagem para os gaúchos no saldo de gols.
É claro que os cenários apresentados são simplistas, mas mostram um fato: para o Santos ser campeão, precisa pensar em marcar sete pontos a mais do que o Corinthians, e não apenas seis. Isso quer dizer que, com a vitória deste domingo, corintianos ganharam duas rodadas de vantagem sobre a competição, a seis partidas do fim do campeonato.
O campeonato está aberto independente do que acontecer entre Corinthians e Palmeiras. Mas não adianta olhar para frente sem a gente fazer o nosso. A entrega tem que ser como foi hoje
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O time jogou bem boa parte do jogo, infelizmente tomamos dois gols, agora é descansar. Enquanto a gente tiver chance matemática, vai brigar
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A vitória sobre o Palmeiras aumentou consideravelmente as chances de título do Corinthians no Brasileirão: o alvinegro tinha 64,2% depois da derrota para a Ponte na última rodada, mas agora tem 88,8%. Quem se deu mal, naturalmente, foi o Palmeiras, que viu suas chances caírem de 27,4% para meros 3,7%. O alviverde, que tem afirmado que seu principal objetivo é o G4, tem como prêmio de consolação chance de 99,3% de disputar a Libertadores de 2018.
Confira as chances de título:
*Número do Chance de Gol
Corinthians (quase 100%), Santos (99,8,%), Grêmio (99,6%) e Palmeiras (99,3%)
Botafogo (52,6%) e Flamengo (34,5%)
Vasco (5,4%), São Paulo (6,3%), Bahia (3,8%), Atlético-PR (1,6%), Atlético-MG (2,0%) e Fluminense (1,7%)
Chapecoense (0,7%), Coritiba (0,08%) e Sport (0,01%)
Cruzeiro (campeão da Copa do Brasil)
Vasco (0,09%), São Paulo (0,2%), Bahia (0,7%) e Atlético-MG (0,6%)
Atlético-PR (1,4%), Fluminense (1,6%), Chapecoense (4,8%) e Coritiba (15,5%)
Sport (53,8%), Vitória (63,8%) e Ponte Preta (64,7%)
Avaí (93,0%) e Atlético-GO (99,8%)
Quando você pensa na campanha do São Paulo no Brasileirão-2017, é claro que a luta contra a Série B vem à mente. Mas olhe a tabela: após a vitória sobre o Atlético-GO por 1 a 0, no sábado, o time está a só quatro pontos do Flamengo, sétimo colocado e, atualmente, o último dos clubes que se classificariam para a Copa Libertadores.
Hernanes & Cia. estão mais próximos de um lugar na elite sul-americana do que o próprio Santos, hoje vice-líder do Brasileirão, está do Corinthians. Pense ainda na chance de títulos de Grêmio, na Libertadores, e Flamengo, na Sul-Americana, que podem aumentar para até nove clubes na Libertadores de 2018, e as chances do tricolor paulista crescem.
Enquanto isso, rebaixamento já é quase um pensamento esquecido: o São Paulo já tem oito pontos de vantagem sobre o Vitória, primeiro da zona de degola.
É uma situação que outros times que andaram lutando contra as últimas posições do torneio estão enfrentando. É verdade que o São Paulo, com três vitórias seguidas, é o único em ascensão de um grupo que tem ainda Vasco, Bahia, Atlético-PR, Atlético-MG e Fluminense. Mas todos eles já estiveram entre os quatro lanternas e hoje podem pensar em Libertadores,
Com 24 pontos, ninguém pontuou mais no segundo turno
Já são 8 jogos sem perder. Mas também 5 empates em 8 partidas
8º colocado desde o início do returno, acima de Corinthians, Grêmio, Flamengo...
Já esteve melhor. Já esteve pior. Agora, só 3 vitórias nos últimos 12 jogos
Com Oswaldo, rendimento de G-7, com 3 vitórias em 7 partidas
Time de Abel sofre para vencer 2 seguidas
O intervalo do clássico entre Palmeiras e Corinthians teve confusão com um dos nomes mais polêmicos do elenco palmeirense: Felipe Melo. Na saída de campo, ele e o atacante Clayson, do Corinthians, discutiram e o palmeirense foi flagrado em um vídeo da Rádio Bandeirantes atirando um objeto em direção aos jogadores rivais. Clayson disse que o palmeirense "quis dar uma de doido e valentão e veio para cima".
Está vendo o mosaico nas arquibancadas da Arena Corinthians neste domingo? Contra qualquer time, seria apenas uma exaltação das duas conquistas alvinegras, em 2000 e 2012. Mas no clássico contra o Palmeiras teve sabor de provocação: nesta semana, a Fifa reconheceu conquistas brasileiras dos anos 80 e 90, mas não se pronunciou sobre a Taça Rio de 1951, na época considerado um mundial.
No sábado, o autor do gol da vitória do Fluminense sobre o Botafogo foi do jovem lateral Matheus Alessandro. Nada de surpreendente não fosse um detalhe: ele surgiu de um campeonato de favelas do Rio de Janeiro. O garoto chamou a atenção do clube das Laranjeiras na Taça das Favelas de 2012 e foi incorporado ao time sub-17. Este foi seu primeiro gol como profissional. "Abel pediu para entrar de lateral e tomar cuidado para não tomar bola nas costas. Quando recebi no fundo, graças a Deus o Scarpa deu a bola para mim e consegui fazer o gol. Trabalhamos no dia a dia. É um ajudando o outro", disse o jovem.