(Ainda) no vermelho

Na rodada do título do Palmeiras, Inter consegue vitória vital, mas situação é crítica na luta contra degola

Diego Vara/Reuters
Diego Vara/Reuters Diego Vara/Reuters

Três times lutam contra degola na última rodada

Você já sabe que o Palmeiras conquistou o título brasileiro após 22 anos. E que a última rodada vai definir quem será o vice-campeão do Brasileirão, com Flamengo e Santos separados por dois pontos. Mas, convenhamos: a importância do vice-campeonato não é tão grande, certo?

Olhe lá para baixo da tabela e você vai ver uma briga forte contra o rebaixamento. Depois da rodada deste fim de semana, ela envolve apenas três times: Sport (15º colocado com 44 pontos), Vitória (16º com 42) e Internacional (17º com 42). O primeiro perdeu a chance de garantir a sobrevivência no sábado, quando empatou com o América. O Vitória joga contra o Coritiba na noite desta segunda.

E chegamos ao Internacional, do novo técnico Lisca. Com um gol de Valdívia, o time bateu o Cruzeiro no Beira Rio lotado, empatou em pontos com os baianos do Vitória, último time fora da zona de rebaixamento, e ainda respira na Série A do Brasileirão. Será que ainda dá tempo para se salvar?

Twitter/Divulgação Twitter/Divulgação

A luta contra o rebaixamento

15º Sport - 44 pontos

4/12 - Sport x Figueirense

16º Vitória - 42 pontos

28/11 - Coritiba x Vitória

4/12 - Vitória x Palmeiras

17º Internacional - 42 pontos

4/12 - Fluminense x Internacional

Esperança colorada

Nada é impossível para esta camisa. Chegamos vivos e vamos fazer nosso papel vendo o que fazemos na última rodada

Danilo Fernandes

Danilo Fernandes, goleiro do Inter

É o momento da coragem, e nosso time tem isso. Fizemos uma boa partida, ainda não evitamos nada, mas vamos vivos para a última rodada

Seijas

Seijas, meia do Inter

Tem um aspecto muito pesado aqui. O time fez o gol, cinco jogadores caíram chorando. Nunca passei por isso na minha vida, cara

Lisca

Lisca, técnico do Inter

Opinião dos blogueiros

O Inter tinha tudo para não ganhar do Cruzeiro. Situação tensa, nervosismo dos jogadores e time bem inferior ao adversário. Ganhou numa jogada individual de Valdívia e finalmente teve sorte numa partida, já que o Cruzeiro perdeu três chances incríveis. O Inter chega respirando na última rodada, mas o momento ainda é difícil. Agora, já vivi de perto outras duas situações idênticas em 1999 e 2002, trabalhando nos dois jogos decisivos e o Inter escapou da queda. Acredito que o Inter cai pela má qualidade da equipe e por não depender apenas de si

Alexandre Praetzel

Alexandre Praetzel, blogueiro do UOL

Golaço de Valdivia é um último sopro de vida, a esperança num milagre. Há chance de vencer o Fluminense já pensando em 2017. A péssima notícia é que o Palmeiras entrará com a ressaca de campeão contra o Vitória, mesmo que este perca para o Coritiba. Só restam 90 minutos no Rio de Janeiro...e a fé!

André Rocha

André Rocha, blogueiro do UOL

A vitória do Inter significa a última esperança. O time chegou a 42, como o Vitória. O Sport tem 44. Ou seja, muito provavelmente, o Inter precisará vencer o Fluminense fora, na última rodada. Então, veremos se a possibilidade do último suspiro vitorioso se concretizará ou se a vitória contra o Cruzeiro terá sido apenas a garantia de uma semana a mais de tortura

Menon

Menon, blogueiro do UOL

Qual o gol mais bonito da rodada?

Marcello Zambrana/AGIF Marcello Zambrana/AGIF

O campeão que driblou as pedras do caminho

O Palmeiras venceu a Chapecoense, garantiu o título Brasileiro após 22 anos, mas nem tudo foi só alegria no caminho da conquista. Em meio à superioridade técnica, física e tática que mostrou durante todo o campeonato, o time precisou driblar algumas turbulências e a pressão emocional de um clube em jejum.

O controle de algumas questões externas foi um ponto fundamental diante da grande expectativa da torcida e, por vários momentos, os casos extracampo ameaçaram atrapalhar o sonho palmeirense.

Susto causado por um acidente, problemas pessoais de jogadores, assédio sobre a grande estrela e desentendimentos não atrapalharam Cuca e elenco. Personagens inesperados e decisivos, como Jailson, e a empolgação da torcida, até em aeroporto, também marcaram a conquista palmeirense. Veja mais no especial do título.

ler mais

O título verde na TV

Meu coração está feliz, estou rouco, porque foi uma jornada dupla. Torcendo ontem no Maracanã e hoje não consegui ir no Allianz [Parque], porque tinha que fazer o programa aqui. Mas fiquei grudado na televisão, vibrando, gritando, com cada lance importante do Palmeiras

Edmundo

Edmundo, ex-jogador de Palmeiras e Vasco e comentarista da Fox Sports

A onda verde toma conta do Brasil. Palmeiras, merecidamente, campeão brasileiro. Um dos mais tradicionais clubes desse país, de grande história, volta ao lugar onde nunca deveria ter saído: ser protagonista e ser um dos maiores dos maiores, sem dúvida alguma

Fausto Silva

Fausto Silva, na abertura do Domingão do Faustão, na Globo

Rubens Cavallari/Folhapress Rubens Cavallari/Folhapress

Cavalinho do Fantástico até levanta a taça

O cavalinho palmeirense do Fantástico esteve presente em toda vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense. A brincadeira começou cedo na festa dos campeões brasileiros, e o fantoche acompanhou toda a partida com os torcedores no meio da arquibancada.

Assim que a partida terminou, o cavalinho levantou a taça e celebrou ao lado do elenco palestrino. Em seguida, deu uma de repórter para entrevistar o técnico Cuca e outros atletas que participaram da campanha vitoriosa do time alviverde.

''Qual é a sua maior emoção depois de conquistar esse título?'', perguntou o cavalinho. O treinador do Palmeiras respondeu ao 'fã de quatro patas' que era poder soltar o grito de campeão após 22 anos. ''Cuidado com o Cuca que o Cuca te pega!'', brincou o fantoche.

Dois ídolos corintianos sobre a conquista palmeirense

Cuca conseguiu ajeitar o vestiário, vaidades e tudo mais. Jogadores reclamando, tanto é que Barrios não jogou, Rafael Marques não vinha jogando mais. Outra coisa importante: o Palmeiras tem um time fisicamente muito melhor que os outros. O elenco do Palmeiras é bom, mas não ééé um elenco.

Neto

Neto, comentarista e apresentador da Band

Só de pensar naquela época do Corinthians. Cada ano [que passava sem conquistas], o jogador que chegava sentia aquele peso dos anos sem vencer. O Palmeiras é a mesma coisa. O peso só não está tão grande porque o jogo está na mão, o título

Casagrande

Casagrande, da Globo, antes do fim do jogo

Eles estão "fugindo" da Libertadores?

Quando a Conmebol aumentou o número de vagas na Libertadores, muita gente comemorou. Afinal, o G4 tinha virado G6 e muita gente que já tinha feito tudo o que podia no Brasileirão voltou a ter um motivo para correr atrás da vitória.

A uma rodada do fim do campeonato, porém, parece que essa motivação extra não foi positiva. Olhe só para os resultados de quem está lutando pela vaga: Atlético-PR, Botafogo e Corinthians, que lutam pelas duas últimas vagas no torneio continental, só empataram.

O Grêmio, oitavo colocado, perdeu para o já rebaixado Santa Cruz, mas está na final da Copa do Brasil, por onde espera se classificar. É mais ou menos do que aconteceu com a Chapecoense, derrotada pelo campeão Palmeiras. O time deu adeus às chances de classificação pelo Brasileirão, mas ainda pode ficar com uma vaga se ganhar do Atlético Nacional, da Colômbia, na final da Copa Sul-Americana.

É trabalhar. Ficou um ponto de diferença [para o Atlético-PR], temos um jogo difícil fora [Cruzeiro], e eles têm um difícil dentro de casa [Flamengo]. Vamos continuar acreditando para que a gente consiga a vitória

Fágner

Fágner, lateral do Corinthians

Com uma vitória dentro da nossa casa, diante do Flamengo, conquistamos o que estamos buscando e sonhando, que é a Libertadores

Nikão

Nikão, meia do Atlético-PR

Acho que estava tudo a nosso favor: 1 a 0, jogador a mais... Faltou um pouco mais de malandragem. Saber administrar o jogo. Infelizmente, futebol não é certinho

Renan Fonseca

Renan Fonseca, lateral do Botafogo

Vitor Silva/SSPress/Botafogo Vitor Silva/SSPress/Botafogo

A luta pelas vagas na Libertadores

5º Atlético-PR - 56 pontos

4/12 - Atlético-PR x Flamengo

6º Botafogo - 56 pontos

4/12 - Grêmio x Botafogo

7º Corinthians - 55 pontos

4/12 - Cruzeiro x Corinthians

#Quem quer a vaga na Liberta?

Juliana Flister/Light Press/Cruzeiro Juliana Flister/Light Press/Cruzeiro

Duas expulsões. Duas reações muito diferentes

Levar um cartão vermelho nunca é legal. E a rodada do fim de semana teve duas expulsões polêmicas, com reações muito diferentes.

A primeira, e que traz um exemplo dos mais positivos, é de Mano Menezes. O técnico do Cruzeiro reclamou de um pênalti inexistente na derrota para o Internacional, em que Alex teria utilizado a mão dentro da área. A bola, porém, acertou o rosto do meia-atacante. Ao término do confronto, o técnico pediu desculpas ao árbitro Marcelo Aparecido de Souza (SP):

A reclamação foi veemente porque nós tínhamos certeza que era pênalti. Mas nos enganamos. Como procuro ser justo e correto com todo mundo, quero pedir desculpas ao Marcelo. Ele fez uma arbitragem da qual nós não temos nada para reclamar".

Bem diferente do que aconteceu com Clayson, da Ponte Preta. no empate contra o Botafogo, ele saiu driblando do seu campo, colocou a bola entre as pernas de um zagueiro rival e quase fez um golaço. Errou o chute. Reclamou tanto de um pênalti que foi expulso. E ainda demorou quase três minutos para ser tirado de campo... Olha só o vídeo abaixo:

Chilique da rodada: Clayson, da Ponte

Os números da rodada

  • Flamengo: primeira vitória no Maracanã

    Depois de três tropeços consecutivos dentro do Maracanã (empates contra Corinthians, Botafogo e Coritiba), o Flamengo enfim voltou a vencer em seu estádio. Os 2 a 0 sobre o Santos, além disso, levaram o time para a vice-liderança do Brasileirão, superando o Santos.

    Imagem: Gilvan de Souza / Flamengo
  • Botafogo: primeiro gol em quatro jogos

    A torcida botafoguense não comemorava um gol há quatro rodadas. O último tinha sido de Pimpão contra o Santa Cruz. Desde então, foram dois empates e duas derrotas. O alívio veio rápido no sábado, com Sassá (quase sem querer) aos 16 minutos do primeiro tempo.

    Imagem: Vitor Silva/SSPress/Botafogo.
  • Corinthians: 100 jogos de Romero (sem gols)

    É uma constante no Brasileirão. Muito volume, troca de passes e pouco poder de conclusão. Contra o Atlético-PR, o panorama se repetiu: 17 finalizações e nenhum gol. Romero, em seu jogo 100 com a camisa do clube, mais uma vez se mostrou desconfortável como camisa 9.

    Imagem: Reinaldo Canato /UOL
  • Fluminense: nove jogos sem vencer

    O Flu completou no domingo nove jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro. Neste período, o time teve seis derrotas e três empates. A última vitória aconteceu no dia 1º de outubro (3 a 1 sobre o Sport). Com isso, o time que já foi favorito a uma vaga na Libertadores não tem mais chance de se classificar para o torneio continental.

    Imagem: Nelson Perez/Fluminense F.C.

Melhores da rodada

  • Diego (Santos)

    Em seu primeiro jogo contra o Santos, ele não decepcionou. O meia chamou o jogo, apareceu bem na maioria dos ataques, foi alvo de várias faltas santistas e, já no fim, marcou um golaço.

    Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo
  • Valdívia (Inter)

    Para poupar quem mais sofria com o momento do Inter, Lisca deixou Valdívia no banco. Mas ele ficou em cmapo tempo suficiente para fazer um golaço, aos 30 minutos da etapa final.

    Imagem: Ricardo Duarte/Internacional
  • Rodriguinho (Corinthians)

    Na volta à equipe, provou que é o melhor do Corinthians no Brasileirão. Com mais liberdade que Camacho, conduziu as ações, organizou todo o jogo e ajudou na criação de oportunidades

    Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress
  • Diego Souza (Sport)

    Principal jogador do Sport, o meia foi decisivo: colocou a bola na cabeça de Ronaldo Alves aos 34min do segundo tempo, em cobrança de falta. O gol deu empate ao time que luta contra a degola.

    Imagem: Williams Aguiar/Sport Recife

Piores da rodada

  • Renan Ribeiro (São Paulo)

    Precisava convencer Rogério Ceni que pode ser importante para o São Paulo. Mas errou uma saída de bola, deu um gol para o Atlético-MG e saiu contundido. Tudo isso em apenas 22 minutos.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do São Paulo
  • Lucas Fernandes (Atlético-PR)

    Arma para os contra-ataques, o atacante correu, correu e não conseguiu produzir nada. Uendel, que escapava por seu setor, teve excessiva liberdade. Foi substituído no início do segundo tempo.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Avaí
  • Vitor Bueno (Santos)

    Desde que se recuperou de uma lesão muscular na coxa, o jogador ainda não conseguiu reencontrar o bom futebol. Discreto, acabou substituído no início do segundo tempo.

    Imagem: Ivan Sorti/Santos FC
  • Zaga do Fluminense

    Gum não jogou e a defesa do Flu seguiu mal. Mesmo contra o já rebaixado Figueirense, Henrique e Ygor Nogueira sofreram contra Rafael Moura e levaram um gol de cabeça de Marquinhos.

    Imagem: Mailson Santana/Fluminense FC

Curtiu? Compartilhe.

Topo