O pênalti da questão

7ª rodada teve cinco pênaltis marcados*. Mas o mais polêmico foi aquele em que o juizão voltou atrás

Bruno Doro Do UOL, em São Paulo
Cristiano Andujar/AGIF

Quando o pênalti não marcado define o jogo

No final de Avaí 1 x 1 Flamengo, Diego Tavares corria atrás da bola dentro da área do Fla e caiu. Everton, que corria ao seu lado, nem encosta no rival. Mas o juiz Paulo Vollkopf assinalou o pênalti. Seria apenas mais um pênalti marcado em uma rodada cheia deles. Mas não foi.

Vollkopf, alertado pelo auxiliar, voltou atrás após muita discussão. O jogo ficou mesmo no empate – ruim para o Fla – e, justamente o pênalti que seria mas não foi, acabou sendo o mais decisivo do fim de semana. “Foi uma lambança”, definiu Paulinho Criciuma, comentarista do canal Premiere. “Ficou claro que não foi nada”, analisou Everton, no lance.

Os cinco pênaltis, sim, cobrados foram bem menos polêmicos. Joel Carli, o beque argentino do Botafogo, por exemplo, até reclamou de Rildo no lance do segundo gol no empate em 2 a 2 entre Bota e Coritiba. Mas quem faz dois pênaltis em um só jogo não tem muito para argumentar.

No clássico paulista, o “God of Clássicos” Jô não marcou, mas sofreu o pênalti do gol de Jadson – para um triunfo de 3 a 2 corintiano sobre o São Paulo. E Kieza, do Vitória, abriu caminho para a (perdoem a repetição) vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-MG. O outro foi da marca da cal foi de consolação: André, do Sport, no final dos 2 a 1 do Vasco.

*Até o fim dos jogos das 16h de domingo

O pênalti que não foi

Donaldo Hadlich/FramePhoto/Estadão Conteúdo Donaldo Hadlich/FramePhoto/Estadão Conteúdo

Inter e o jogo de quatro pênaltis

Nenhum desses jogos, porém, rivaliza, quando o assunto é pênalti, com a primeira vitória do Internacional. Tudo bem que não foi pelo Brasileirão, mas para a Série B. Mas você se lembra qual foi o último jogo com quatro penalidades marcadas para o mesmo time em um só jogo? Nosso departamento de pesquisa ainda não respondeu. Mas se você ficou curioso, o Inter bateu o Náutico por 4 a 2, mas perdeu duas cobranças: com Cirino e Pottker perderam.

Quantos pênaltis, Pottker?

Foi um jogo muito atípico, jamais tinha vivido essa situação de três pênaltis marcados... Quatro? A gente até perde as contas. Mas o importante foi vencer

William Pottker

William Pottker, do Inter, que converteu um pênalti e perdeu outro

Daniel Vorley/AGIF Daniel Vorley/AGIF

Opinião dos blogueiros

O Corinthians derrota o rival pela quinta vez em sete jogos no seu quintal, sem nunca ter perdido. E marca seu oitavo gol em dois jogos. Além de manter a liderança e mostrar que a coisa está ficando séria do seu lado
ler mais

Juca Kfouri

Juca Kfouri

O Corinthians teve o controle de grande parte do clássico e venceu. Foi ajudado pela fragilidade da zaga tricolor. É setor fundamental para equipes equilibradas. E equilíbrio sobra no Corinthias e falta no São Paulo
ler mais

Menon

Menon

J Ricardo/Agência Free Lancer/Estadão Conteúdo J Ricardo/Agência Free Lancer/Estadão Conteúdo

Comemorar gol no Brasileirão agora exige etiqueta

Quando Henrique Dourado marcou seu sétimo gol no Campeonato Brasileiro, olhou para a arquibancada e começou sua comemoração tradicional: levou a mão à garganta, mas não completou o gesto do ceifador. Foi o jeito que o atacante encontrou para respeitar a torcida do Palmeiras, clube que defendeu em 2013 e 2014. O problema é que Felipe Melo não gostou e foi reclamar da “provocação”.

Não foi o único: um dia depois, Henrique Almeida, do Coritiba, marcou de pênalti contra seu ex-time, o Botafogo. Ao correr para celebrar, levou as mãos ao rosto e fez o chororô, um dos gestos maios odiados pela torcida botafoguense. Quem não gostou, desta vez, foi Rodrigo Pimpão.

Ficou tudo resolvido. Mas ele agiu de uma forma, no meu ponto de vista, um pouquinho desnecessária

Henrique Dourado, do Fluminense

Houve também um caso na rodada de meio de semana. O Sport ganhou do Flamengo e Thomas, ex-Flamengo, comemorou o gol da vitória pernambucana fazendo 87 com as mãos. Para quem não ligou o nome à pessoa, Sport e Flamengo reivindicam o título nacional daquele ano. Após o jogo, o próprio jogador falou da polêmica: “Vocês sabem o que aquilo significa”. Desta vez, porém, nenhum dos rivais foi reclamar.

As duas confusões dessa rodada (e o caso da passada) mostraram que não é assim tão fácil comemorar gols no Brasileirão. Não bastassem os rivais policiando cada gesto dos artilheiros, juízes estão marcando duro. Já não era permitido comemorar tirando a camisa. Agora, tem jogador levando o cartão amarelo por comemorar com a torcida e até reservas advertidos por invadirem o campo para abraçar o autor do gol de sua equipe. Só na terceira rodada, três atletas foram amarelados por esse motivo.

Se as coisas continuarem assim, vai ser preciso reescrever o código de etiqueta da comemoração de gol...

Curtiu? Compartilhe.

Topo