
No final de Avaí 1 x 1 Flamengo, Diego Tavares corria atrás da bola dentro da área do Fla e caiu. Everton, que corria ao seu lado, nem encostou no rival. Mas o juiz Paulo Vollkopf assinalou o pênalti. Seria apenas mais um pênalti marcado em uma rodada cheia deles. Mas não foi.
Vollkopf, alertado pelo auxiliar, voltou atrás após muita discussão. O jogo ficou mesmo no empate – ruim para o Fla – e, justamente o pênalti que seria mas não foi, acabou sendo o mais decisivo do fim de semana. “Foi uma lambança”, definiu Paulinho Criciuma, comentarista do canal "Premiere". “Ficou claro que não foi nada”, analisou Everton, no lance.
Os seis pênaltis, sim, cobrados foram bem menos polêmicos. Joel Carli, o beque argentino do Botafogo, por exemplo, até reclamou de Rildo no lance do segundo gol no empate em 2 a 2 entre Bota e Coritiba. Mas quem faz dois pênaltis em um só jogo não tem muito para argumentar.
No clássico paulista, o “God of Clássicos” Jô não marcou, mas sofreu o pênalti do gol de Jadson – para um triunfo de 3 a 2 corintiano sobre o São Paulo. E Kieza, do Vitória, abriu caminho para a (perdoem a repetição) vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-MG. O outro foi da marca da cal foi de consolação: André, do Sport, no final dos 2 a 1 do Vasco. No fim do domingo, o Cruzeiro fez um de pênalti, com Ábila, nos 2 a 0 sobre o Atlético-GO.
Nenhum desses jogos, porém, rivaliza, quando o assunto é pênalti, com a primeira vitória do Internacional. Tudo bem que não foi pelo Brasileirão, mas para a Série B. Mas você se lembra qual foi o último jogo com quatro penalidades marcadas para o mesmo time em um só jogo? Nosso departamento de pesquisa ainda não respondeu. Mas se você ficou curioso, o Inter bateu o Náutico por 4 a 2, mas perdeu duas cobranças: com Cirino e Pottker perderam.
Foi um jogo muito atípico, jamais tinha vivido essa situação de três pênaltis marcados... Quatro? A gente até perde as contas. Mas o importante foi vencer
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Líder do campeonato e único invicto do Brasileirão, o Corinthians, do técnico Fábio Carille venceu o clássico contra o São Paulo e chegou a sua quinta vitória seguida na competição, algo que não acontecia desde a reta final do time de Tite que foi campeão em 2015. Na era dos pontos corridos, aliás, o time só teve sequências de vitórias superiores em 2005 (seis seguidas) e 2011 (sete seguidas).
Segundo melhor ataque do Brasileirão, com 13 gols, e time da terceira melhor defesa (4 gols sofridos, atrás de Cruzeiro e Coritiba), o Corinthians de 2017 tem a segunda melhor campanha do clube na era dos pontos corridos até a 6ª rodada. Em 2011, o time comandado por Tite somou 16 pontos nas seis primeiras partidas – a quinta rodada foi disputada apenas em agosto – e teve 10 gols de saldo. O saldo do Corinthians de 2017 é de oito gols.
Essa é a também a terceira vez em que o Corinthians fecha a 6ª rodada na liderança. Antes disso, o time foi líder em 2010 e 2016, quando teve 13 pontos e uma derrota. Mas nas duas oportunidades, o time não foi campeão.
Dormir líder é muito bom. O Renan fez duas defesas, mas no que eu puder ajudar a equipe batalhando, dando assistência, o importante são os três pontos
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Foi diferente dos primeiros jogos [clássicos do ano], quando não propusemos o jogo. Contra Santos e São Paulo a gente mudou. Era o que a gente vinha buscando
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A gente tem que saber jogar melhor fora de casa. A gente tem tomado gols bobos. São gols infantis. Tem que trabalhar isso, evitar esses erros
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Nós erramos acima do normal pra quem quer vencer o clássico, erros muito básicos. Precisamos de um equilibrio, estamos perdendo em detalhes bobos
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O Corinthians derrota o rival pela quinta vez em sete jogos no seu quintal, sem nunca ter perdido. E marca seu oitavo gol em dois jogos. Além de manter a liderança e mostrar que a coisa está ficando séria do seu lado
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O Corinthians teve o controle de grande parte do clássico e venceu. Foi ajudado pela fragilidade da zaga tricolor. É setor fundamental para equipes equilibradas. E equilíbrio sobra no Corinthias e falta no São Paulo
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No início do ano, o Corinthians era o time do contra-ataque. Não era da velocidade, mas da saída com passes certos, para chegar à cara do goleiro adversário. O Corinthians agora sabe jogar com a bola também. Teve 56% de posse de bola e isto desmontou a estratégia do São Paulo, que esperava
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Quando um clássico paulista começa e o Corinthians é um dos times em campo, a torcida já tem uma certeza: o atacante Jô vai deixar o seu. Em seis clássicos em 2017, tinham sido seis gols e o apelido mais carisma do futebol nacional hoje, God of Clássicos. Desta vez, porém, Jô ficou no quase. Ele não marcou, mas foi ele quem sofreu o pênalti que Jadson converteu.
Imagem: Daniel Vorley/Estadão ConteúdoDorival Júnior foi demitido após a quarta rodada do Brasileirão e Levir Culpi vai assumir o time para a sétima. Nas duas rodadas que separam a queda de um e a estreia de outro havia Elano. O ex-jogador foi o técnico no 1 a 0 contra o Botafogo, no meio de semana, e nos 2 a 0 sobre o Atlético-PR. Nada mal para quem foi usado apenas com um tapa-buraco entre a queda de um e a estreia de outro.
Imagem: Daniel Vorley/AGIFA história de Joel Carli no empate do Botafogo é única. O zagueiro argentino não foi bem em sua função, a defesa, e cometeu dois pênaltis (o segundo, sobre Rildo, foi muito contestado). Mas no ataque, ele marcou o gol do 2 a 2, mostrando oportunismo de atacante.
Imagem: Satiro Sodré/SSPress/BotafogoSe Carli foi do inferno ao céu no mesmo jogo, Fernando Prass precisou esperar algumas rodadas para a sua redenção. Após ter seu desempenho questionado nos últimos tropeços do Palmeiras, ele se recuperou contra o Flu. Principalmente ao salvar o time no fim do jogo.
Imagem: Marcelo Machado de Melo/Fotoarena/Estadão ConteúdoIrregular, o veloz atacante palmeirense teve um jogo à altura de seus melhores momentos, com uma (bela) assistência e um gol
Imagem: JALES VALQUER/ESTADÃO CONTEÚDOAinda está devendo no Corinthians, mas fez uma bela partida, com um passe genial para o primeiro gol do clássico, de Romero
Imagem: Marcello Zambrana/AGIFFez mais uma vez o que dele é esperado: gol. Decidiu a vitória do Vasco com uma bonita cabeçada e ainda segurou a bola na frente
Imagem: WALLACE TEIXEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDOVaiado em sua última partida no Mineirão, respondeu com um belo jogo. Acertou o travessão e começou jogada do 1º gol
Imagem: Marcello Zambrana/Light PressPediu para não jogar em Palmeiras x Fluminense, pois estava negociando saída para o Palmeiras, mas o Flu já disse que não o negociará
Imagem: Luciano Belford/AGIFNão se encontrou no posicionamento defensivo e falhou no segundo gol corintiano. A seu lado, Lucão e Douglas também foram mal
Imagem: Marcello Zambrana/AGIFFoi o pior jogador da derrota para o Vitória. Ainda fora de forma, teve dificuldades na defesa e cometeu pênalti infantil ao agarrar Kieza
Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético MineiroOutro que não entrou em campo. Após virar alvo de protestos da torcida, perdeu a vaga para Thiago - que nunca tinha jogado no Brasileirão
Imagem: Heuler Andrey/AFPQuando Henrique Dourado marcou seu sétimo gol no Campeonato Brasileiro, olhou para a arquibancada e começou sua comemoração tradicional: levou a mão à garganta, mas não completou o gesto do ceifador. Foi o jeito que o atacante encontrou para respeitar a torcida do Palmeiras, clube que defendeu em 2013 e 2014. O problema é que Felipe Melo não gostou e foi reclamar da “provocação”.
Não foi o único: um dia depois, Henrique Almeida, do Coritiba, marcou de pênalti contra seu ex-time, o Botafogo. Ao correr para celebrar, levou as mãos ao rosto e fez o chororô, um dos gestos maios odiados pela torcida botafoguense. Quem não gostou, desta vez, foi Rodrigo Pimpão.
Ficou tudo resolvido. Mas ele agiu de uma forma, no meu ponto de vista, um pouquinho desnecessária
Houve também um caso na rodada de meio de semana. O Sport ganhou do Flamengo e Thomas, ex-Flamengo, comemorou o gol da vitória pernambucana fazendo 87 com as mãos. Para quem não ligou o nome à pessoa, Sport e Flamengo reivindicam o título nacional daquele ano. Após o jogo, o próprio jogador falou da polêmica: “Vocês sabem o que aquilo significa”. Desta vez, porém, nenhum dos rivais foi reclamar.
As duas confusões dessa rodada (e o caso da passada) mostraram que não é assim tão fácil comemorar gols no Brasileirão. Não bastassem os rivais policiando cada gesto dos artilheiros, juízes estão marcando duro. Já não era permitido comemorar tirando a camisa. Agora, tem jogador levando o cartão amarelo por comemorar com a torcida e até reservas advertidos por invadirem o campo para abraçar o autor do gol de sua equipe. Só na terceira rodada, três atletas foram amarelados por esse motivo.
Se as coisas continuarem assim, vai ser preciso reescrever o código de etiqueta da comemoração de gol...
Quem assistiu ao Esporte Interativo na tarde de sábado, enquanto o Palmeiras vencia o Fluminense por 3 a 1, pode ter entrado em uma sessão nostalgia. O canal exibiu seu projeto de “transmissões alternativas” de jogos do Campeonato Brasileiro. Os gamers mais velhos certamente lembraram de simulações de futebol em que o usuário é o técnico, como Elifoot, dos anos 90, ou o Football Manager.
A emissora escalou um narrador e um comentarista, que comandaram a transmissão direto de um estúdio. Uma câmera frontal até filmou a dupla durante todo o tempo do confronto, mas a atração principal era, mesmo, o centro da tela, preenchida com três colunas. Nas pontas, as escalações dos times. Na do centro, os eventos do jogo, como gols e cartões.
O visual lembrava o Elifoot em sua simplicidade. Mas as escalações paralelas traziam lembranças do FM.
Esse modelo de “transmissão alternativa” é comum na Europa, especialmente na Itália, praticada por emissoras que não têm direitos de transmissão de determinados campeonatos – como é o caso do Esporte Interativo com o Brasileirão. No Brasil, a ESPN, na Copa das Confederações de 2013, levou ao telespectador projeto parecido.
O EI não respondeu aos contatos da reportagem para falar sobre o modelo. Dona dos direitos de transmissão do torneio, a TV Globo também foi procurada, mas não se pronunciou. Vale recordar que as emissoras disputaram os direitos de transmissão do Brasileirão para a tv fechada a partir de 2019 – o Esporte Interativo fechou contrato com equipes grandes como Santos, Internacional e o próprio Palmeiras.
O Fantástico aproveitou a liderança do Corinthians para fazer uma homenagem ao ator Adam West, que morreu no fim de semana aos 88 anos. Ele foi intérprete do clássico seriado do Batman dos anos 60 – que passaram na TV brasileira dos anos 70 aos anos 90.
No quadro dos cavalinhos, o representante do Corinthians apareceu com a fantasia do Homem Morcego. E Tadeu Schmidt foi logo chamando de Batimão – lembrando do apelido do clube paulista. Ao mostrar os gols da vitória sobre o São Paulo, mais lembranças: cenas do seriado foram apareceram junto com os lances do jogo. Incluindo os Bum, Pofts e Plats das sequências de brigas.
No final, Schmidt ainda conseguiu fazer uma piada: “Mas como você é o Batman se seu apelido é Coringão? O Coringa é justamente o maior inimigo do Homem Morcego”. A resposta do cavalinho? Ele saiu correndo ao som do “Tananananan Batmam” da trilha sonora do seriado.