Trocar de técnico funciona

Resumo da 31ª rodada: Felipão, Cuca e Dorival dominam o Brasileirão após assumir no meio do campeonato

Bruno Doro Do UOL, em São Paulo
Paulo Whitaker/Reuters

Felipão, Cuca e Dorival e a máxima da troca

Quando o Palmeiras anunciou Luiz Felipe Scolari, no dia 26 de julho, muita gente torceu o nariz. Desde então, porém, ele levou o Palmeiras à liderança do Campeonato Brasileiro e às semifinais da Copa do Brasil e da Copa Libertadores. No torneio nacional, após o 1 a 1 com o Flamengo desta rodada, já são 16 partidas, 12 vitórias e nenhuma derrota. É a maior sequência invicta do torneio.

Depois dele, outros dois times tiveram o mesmo efeito ao trocar técnicos novatos por veteranos – lembrando que Felipão chegou ao Palmeiras para substituir Roger Carvalho, que foi seu jogador nos tempos de Grêmio. Quatro dias depois do Palmeiras, o Santos anunciou a contratação de Cuca para ocupar o lugar que era de Jair Ventura – hoje no Corinthians.

Com o técnico campeão brasileiro de 2016, o Santos cresceu muito no torneio: em 16 partidas, somou 30 pontos – incluindo os 3 a 0 sobre o Fluminense do último sábado. No período, a equipe da Baixada Santista só não somou mais pontos do que o Palmeiras, com 37. Foram apenas duas derrotas, para Atlético-MG (3 a 1) e Cruzeiro (2 a 1), ambas em Minas Gerais.

O último a usar a estratégia foi o Flamengo. Dorival Júnior entrou no lugar de Maurício Barbieri no dia 28 de setembro. Em cinco partidas, está invicto no Brasileirão. Foram três vitórias e dois empates – conquistando 11 pontos. Só somou menos pontos desde que assumiu do que outros dois rivais. Sabe quem? O Palmeiras de Felipão e o Santos de Cuca, ambos com 13 pontos.

Assista aos gols da rodada

Arte UOL

Foram bem

  • Danilo (Corinthians)

    Experiente, mostrou mais uma vez seu poder de decisão e marcou os dois gols do Corinthians na vitória sobre o Bahia, um deles de bicicleta.

    Imagem: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
  • Marlos (Flamengo)

    Entrou no 2º tempo para fazer tudo o que Vitinho não conseguiu: infernizar o lado direito do Palmeiras. Foi dele o gol do empate em 1 a 1.

    Imagem: Gilvan de Souza/Flamengo
  • Rodolfo (Fluminense)

    Apesar do 3 a 0 para o Santos, fez pelo menos três grandes defesas e impediu o Flu de levar uma goleada histórica na Vila Belmiro.

    Imagem: Lucas Merçon/Fluminense
  • Luan (São Paulo)

    No 2º jogo seguido como titular, deu botes precisos, mostrou toque de bola rápido e senso de cobertura preciso no 1 a 0 sobre o Vitória.

    Imagem: MAURICIA DA MATTA / EC VITÓRIA

Foram mal

  • Vitinho (Flamengo)

    O Fla queria explorar as costas de Luan, improvisado na direita. Vitinho não conseguiu - o gol de Marlos mostrou que era possível.

    Imagem: REUTERS/Pilar Olivares
  • Fabrício (Vasco)

    Improvisado no meio, segue sem trazer resultado. No empate com o Inter, foi novamente vaiado e dessa vez deixou o gramado irritado.

    Imagem: Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br
  • Júnior Dutra (Flu)

    Sofreu com o esquema muito defensivo do Flu na derrota para o Santos. Sozinho na frente, não ganhou uma diante da defesa do Santos.

    Imagem: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.
  • Douglas (Grêmio)

    Em jogo acelerado na derrota para o Sport, Douglas sofreu para acompanhar o ritmo. Deu passes curtos, mas não ajudou o time a progredir.

    Imagem: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA
LUIS MOURA/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO LUIS MOURA/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO

O Danilo hoje chamou todas as atenções. Eu ainda brinquei com ele, que ele foi tão protagonista que fez dois gols e ainda deu um para os caras. Feliz por ele, com toda a história, tudo o que já ganhou
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Jair Ventura

Jair Ventura, técnico do Corinthians, elogiando o jogador que marcou duas vezes no 2 a 1 sobre o Bahia

Nunca deixei de lutar, de perseguir meu sonho, mas eu ficaria muito mais contente se fosse um gol que valesse três pontos. É sem sabor, mas enfrentamos uma grande equipe
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Marlos Moreno

Marlos Moreno, atacante do Flamengo, que marcou o gol de empate contra o Palmeiras

O pênalti foi ordem do banco mesmo. Fred já havia feito um gol e Sóbis é um excelente cobrador de pênaltis, talvez o melhor que temos. Era importante colocar a bolinha para dentro
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Mano Menezes

Mano Menezes, técnico do Cruzeiro, ao explicar porque Sóbis, e não Fred, cobrou o pênalti no 3 a 1 sobre o Paraná

Fiz o gol 12 mil, agora 12.500. Deus está me abençoando bastante
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Gabigol

Gabigol, atacante do Santos, sobre o gol que marcou na vitória sobre o Fluminense

Putz, jornalista alemã não...
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Felipão

Felipão, técnico do Palmeiras, brincando na entrevista coletiva depois do empate contra o Flamengo, lembrando dos 7 a 1 da Copa do Mundo

Tivemos muitos erros infantis, (coisa de) time de base. Temos que olhar o vídeo e pensar bem no que aconteceu aqui para evitar que se repita
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Kannemann

Kannemann, zagueiro do Grêmio, na derrota para o Sport por 4 a 3

Buda Mendes/Getty Images Buda Mendes/Getty Images

Temos um jogo?

Marlos Moreno, o colombiano do Flamengo, não marcava um gol desde 2016. Mas como o Campeonato Brasileiro adora um herói improvável, foi dele o lance decisivo da 31ª rodada (que termina só na noite desta segunda-feira, dia 29, com Ceará x Atlético-MG).

Aos 36 minutos, ele recebeu um passe esticado pela direita, cortou o zagueiro palmeirense Antonio Carlos e chutou no canto de Weverton. Esse primeiro gol do colombiano em dois anos definiu o empate em 1 a 1 com o Palmeiras e deixou o Brasileirão ainda competitivo para as próximas rodadas.

É verdade que o resultado para o Palmeiras não foi nada ruim. Afinal, com sete rodadas para o final do torneio, o time de Luiz Felipe Scolari ainda tem quatro pontos de vantagem na liderança. O palmeirense mais fanático, antes do jogo, admitiria que um empate com seu rival direto pelo título, fora de casa, seria uma conquista importante.

O problema foram as circunstâncias do fim de semana. Quando Dudu abriu o placar no Maracanã, dando um belo corte em Pará e acertando o cantinho do goleiro César, o Palmeiras abria sete pontos de frente em relação à concorrência.

O Internacional, ainda na sexta-feira, tinha apenas empatado em 1 a 1 com o Vasco da Gama. Parava nos 58 pontos. Com a derrota, o Flamengo também ficava com 58 pontos, enquanto o time paulista saltaria para 65. Com sete jogos até o final, o Palmeiras poderia perder duas partidas e ainda teria, obrigatoriamente, um empate de frente.

Foi isso que o gol de Marlos Moreno evitou. Com ele, o Palmeiras tem “apenas” 63, quatro a mais que o Flamengo, com 59. Um tropeço do Palmeiras e a pressão pode aumentar. Então, como diria o narrador Everaldo Marques, da ESPN, parece que, sim, temos um jogo!

O time jogou bem, nós fomos bem. É difícil jogar aqui, contra a torcida deles e o time deles, que é muito bom. Foi uma desatenção nossa, porque dava para ter segurado, ter ganhado o jogo. Mas é assim: jogo grande, contra concorrente direto
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Dudu

Dudu, autor do gol do Palmeiras

Futebol é caprichoso. Tentamos de todas as formas, mas enfrentamos uma equipe bem postada e com excelentes jogadores. Não é líder por acaso
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Dorival Júnior

Dorival Júnior, técnico do Flamengo, após o empate em 1 a 1 com o Flamengo

O título [do Brasileirão] provavelmente será definido nas últimas três rodadas. Depende também de como as coisas continuarem na Libertadores
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Luiz Felipe Scolari

Luiz Felipe Scolari, técnico do Palmeiras, após o empate com o Fla

Eu gosto desses meninos como filhos, eles sabem disso. Faço tudo que posso por eles, mas tem dias que você tem que pegar um pouco mais pesado. Hoje foi o dia
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Cuca

Cuca, técnico do Santos, sobre a ?chacoalhada? que deu em seu elenco nos 3 a 0 sobre o Fluminense

REUTERS/Ricardo Moraes REUTERS/Ricardo Moraes

Bate-boca após pênalti polêmico

Gostaria de me desculpar pelo cartão que levei hoje, porém irei dormir com a consciência tranquila por ser um HOMEM DIGNO e por não ser fantoche de ninguém
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Edenilson

Edenilson, jogador do Internacional, que foi expulso por reclamar com o árbitro Igor Benevenuto após 1 a 1 contra o Vasco, em postagem em redes sociais

Após o término da partida, o atleta veio em minha direção e protestou de forma acintosa, me ofendendo com as seguintes palavras "vai se f..., safado, vagabundo, vocês acabaram com o nosso campeonato

Igor Benevenuto

Igor Benevenuto, árbitro de Inter 1 x 1 Vasco, ao explicar o cartão vermelho para Edenilson, na súmula da partida

Vou procurar todos os presidentes dos 20 clubes da Série A para a gente assinar um documento pedindo VAR nas últimas sete rodadas do campeonato. Se for preciso, vamos movimentar todos os clubes que entendem que o brasileiro não pode funcionar sem VAR
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Marcelo Medeiros

Marcelo Medeiros, presidente do Inter, sobre o suposto erro de arbitragem que levou ao empate do Vasco

Arte UOL

Vasco é 2º time que mais cobrou pênaltis no Brasileirão

Buda Mendes/Getty Images Buda Mendes/Getty Images

Quatro jogos, Quatro redenções

Quatro jogadores que há algum tempo não apareciam muito foram os protagonistas da rodada no último sábado. O mais importante dele foi Marlos Moreno, o atacante colombiano que marcou pela primeira vez com a camisa do Flamengo e acabou com uma seca que começou ainda em 2016 – seu último gol foi no dia 11 de junho daquele ano, pela seleção colombiana (em uma derrota por 3 a 2 para a Costa Rica).

Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Depois dele, vale lembrar de outro jogador que passou dois anos sem marcar. Ou melhor: sem jogar muito. O meio-campista Danilo, de 39 anos, marcou os dois gols do 2 a 1 sobre o Bahia na Arena Corinthians. Um deles, de bicicleta. E ainda teve tempo de cometer o pênalti que deu origem ao gol baiano. Tudo isso entrando no intervalo.

“Hoje foram 45 minutos, então tive mais tempo para aproveitar. Fiquei dois anos parado, está definido que vou jogar o ano que vem. Quero terminar com 40 anos jogando. Me sinto muito bem”, acrescentou o meia, que não balançava as redes desde 23 de julho de 2016 – em um empate em 1 a 1 com o Figueirense também em Itaquera.

Renato Padilha/AGIF Renato Padilha/AGIF

O terceiro homem não ficou tanto tempo afastado das glórias. Wellington Paulista foi o autor do gol da vitória da Chapecoense sobre o América-MG por 1 a 0. O atacante ficou quase dois meses afastado do elenco profissional por indisciplina.

Durante esse período, fez parte do time sub-23 da Chape e até participou do Campeonato Brasileiro de Aspirantes. Nele, marcou quatro gols em quatro jogos. O técnico Claudinei Oliveira elogiou o jogador: “Temos que ver o que é melhor para a Chapecoense. A direção entendeu que o Wellington tinha que voltar. Mérito de todos, inclusive dos atletas que nunca desistiram do Wellington”.

Pedro Vale/AGIF Pedro Vale/AGIF

Para completar chega Fred. O centroavante do Cruzeiro marcou pela primeira vez desde janeiro, seu segundo gol pelo clube mineiro. “Qualquer jogador que para dois meses sente que parou um ano. Eu parei sete meses. Fui abençoado com um gol, graças a Deus”.

Foi o segundo gol dos 3 a 1 sobre o Paraná. Ele recebeu um passe de Mancuello e bateu por baixo do goleiro Richard. Na comemoração, derrubou o médico do Cruzeiro, Sérgio Campolina, que coordenou sua recuperação.

O narrador passou mal!

Um momento incomum marcou a transmissão do canal Premiere em Grêmio 3 x 4 Sport no sábado. Aos 11 min do segundo tempo, o narrador Luiz Alano anunciou que deixaria a transmissão do jogo. “Peço perdão aos amigos, mas a partir de agora a narração do jogo na sequência será do meu amigo Bruno Souza. Bom trabalho, Bruno”, avisou Alano.

Bruno entrou na sequência e avisou que Alano “não estava se sentindo muito bem”. Segundo apurou o UOL Esporte, Alano vinha informando a produção desde o primeiro tempo a respeito de seu mal-estar. Bruno Reis transmitiu diretamente do Rio de Janeiro - é praxe do canal deixar um profissional de sobreaviso para eventualidades como essa.

E se você está curioso, o placar dos gols ficou assim: Alano 5 x 2 Bruno.

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Comemoração ou provocação?

O São Paulo voltou a vencer no Brasileirão em Salvador. Contra o Vitória, no Barradão, fez 1 a 0, gol de Bruno Alves. O nome do jogo, porém, foi o goleiro Jean. E não foi pela boa partida que fez.

Quando o juiz Leandro Vuaden apitou o fim do jogo, ele se virou para a torcida e fez alguns gestos. Entre um “eu que mando aqui” e os tradicionais braços cruzados da torcida do São Paulo, ele irritou os torcedores do time da casa. O árbitro não pensou duas vezes e o expulsou.

“Quando acabou o jogo, fui comemorar com nossa torcida. A gente vê adversários provocando torcidas adversárias e levando amarelo. Eu levei vermelho e não entendi”, disse o jogador. Detalhe: era seu aniversário de 23 anos. Presentão, hein...

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Divulgação/Atlético-PR Divulgação/Atlético-PR

Usaram a camisa que não seria usada

No sábado, o Atlético-PR protagonizou uma cena inusitada. O time entrou em campo usando a camisa amarela que sua fornecedora, a Umbro, criou. O uniforme era parte do projeto Nations, que a empresa inglesa fez para homenagear times que disputavam a Copa do Mundo.

O problema é que a torcida do Furacão ODIOU a camisa. Fez campanha contra nas redes sociais e o clube aceitou as reclamações. Ainda em abril, o clube publicou uma nota oficial que avisava que a camisa amarela nunca seria usada. Pois bem: mais de seis depois, a camisa estreou. Foi na vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo, no sábado.

A justificativa? “Vamos todos juntos por amor ao Brasil! O Atlético Paranaense entrará em campo com o seu uniforme amarelo na partida contra o Botafogo, neste sábado (27/10). A mudança de uniforme será realizada para lembrar a consciência cívica dos atleticanos e de todos os brasileiros que amanhã decidirão o futuro do nosso país. Após o jogo, as cores do Brasil vão pulsar no Estádio Atlético Paranaense. Neste momento da história brasileira, a participação consciente dos cidadãos é de extrema importância para o futuro de todos".

O irônico? A camisa que o Atlético-PR usou “por amor ao Brasil” era uma homenagem à Espanha: as cores amarelo e vermelho lembravam a bandeira do país europeu.

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