Vítimas de agosto

Resumo da 21ª rodada: calendário caótico do futebol brasileiro faz vítimas em 4 grandes de SP e até na seleção

Pedro Vale/AGIF

No próximo texto, você vai saber como São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos (usando a ordem da tabela de classificação) podem sofrer com o caos que é o calendário brasileiro do pós-Copa. Mas nenhuma desses perdas é tão grande quanto a de Pedro, o atacante do Fluminense. Para seu clube, para o campeonato nacional e até para a seleção brasileira.

No sábado, na derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro, ele saiu de campo chorando, com dores no joelho. Os examos mostraram um estiramento dos ligamentos do joelho. O jogador terá de ficar pelo menos três semanas de molho. Notícia horrível para o Flu, que perde um atleta com 19 gols na temporada, 10 deles no Brasileiro. E que ainda distribuiu duas assistências.

Para você ter ideia da importância do jogador para o clube, o Flu seria lanterna sem ele. Pedro tem participação em mais da metade dos 21 gols marcados pela equipe na competição. Sem os pontos somados nos sete jogos que tiveram participação decisiva do atacante, seria lanterna. Teria Teria 14 pontos. Hoje, o Paraná Clube é o último colocado com 15.

Mas não é só o torcedor tricolor que está triste com o acidente. Pedro foi uma das novidades do técnico Tite na última convocação da seleção brasileira. E, com a lesão, o jogador vai ser cortado dos amistosos de setembro contra EUA e El Salvador.

Maurício de Souza/Diário do Litoral/Estadão Conteúdo Maurício de Souza/Diário do Litoral/Estadão Conteúdo

Quatro grandes de São Paulo e o preço de um mês desgastante

Quando o calendário do futebol brasileiro para 2018 foi divulgado, todos previam um agosto infernal para os jogadores dos clubes verde-amarelos. O mês está acabando e os problemas só aumentam. Mesmo com todos os clubes poupando atletas em algum nível, o número de lesões dessa semana faz o sinal de alerta subir.

O primeiro a cair foi o goleiro Cássio. O corintiano estava em campo contra o Paraná, mas sentiu uma lesão no quadril e foi substituído por Walter. Vivo na Copa do Brasil e na Libertadores, o Corinthians fez 12 jogos nos últimos 33 dias, com Cássio titular na maioria deles.

Agora, para a decisão contra o Colo-Colo, na quarta-feira, a equipe pode ter de apostar em seu reserva. E Walter tem uma missão e tanto na mão: os chilenos chegam com vantagem de 1 a 0 do primeiro jogo e o Corinthians não vence um mata-mata sem Cássio há sete anos.

O segundo foi o zagueiro Gustavo Henrique, do Santos, na vitória por 2 a 0 sobre o Bahia. Tudo bem que o lance do jogador foi uma trombada que terminou em um grande corte na cabeça – ele precisou levar 15 pontos e agora é dúvida para o duelo contra o Independiente, na terça-feira. Mas, devemos admitir: se é verdade que o atleta está sujeito a isso mesmo se jogar só uma vez ao mês, também é fato que as chances de uma contusão assim só crescem com dois jogos por semana.

Outro exemplo é o goleiro Weverton, do Palmeiras. Ele caiu duas vezes no empate em 0 a 0 com o Internacional, reclamando de dores na virilha. “É uma dor que já vinha nos últimos dias. (...) Hoje, estava sentindo um pouco mais na hora de chutar, mas não pedi substituição caso o Felipão precisasse mexer”, explicou o jogador. Lembrando que o goleiro virou titular do Palmeiras após a Copa do Mundo e deve estar em campo na quinta-feira, contra o Cerro Porteño.

Para completar ainda tem o meia Everton, do São Paulo. Em agosto, mesmo sem Copa do Brasil, o clube já jogou sete vezes – cinco jogos do Brasileirão mais a eliminação para o Colón na Sul-Americana. O resultado? O jogador que mudou o destino são-paulino na temporada sentiu uma lesão na coxa na vitória por 1 a 0 sobre o Ceará. Sorte para o tricolor que, ao contrário de seus rivais paulistas, ele só volta a jogar daqui 2 semanas, pois está suspenso, dando mais tempo para o atleta se recuperar.

Assista aos gols da rodada

UOL

Foram bem

  • Maxi Lopez (Vasco)

    Principal contratação do clube no segundo semestre marcou pela primeira vez. Mais: ainda deu passes para gols de Wagner e Galhardo nos 3 a 1 sobre a Chape.

    Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
  • De Arrascaeta (Cruzeiro)

    Na boa vitória mineira sobre o Fluminense, o uruguaio assumiu o papel de maestro do time, que deveria ser de T. Neves. Foi dele a assistência para Raniel.

    Imagem: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.
  • Jadson (Corinthians)

    1ª vitória corintiana em 4 jogos passou por seus pés, com assistência para Henrique. Ainda colocou Roger na cara do gol (ele acertou a trave).

    Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
  • D. González (Santos)

    Novato, o paraguaio marcou o primeiro do Santos contra o Bahia e ainda deu o passe para o segundo, de Gabigol. Foi muito elogiado por Cuca.

    Imagem: Maurício de Souza/Diário do Litoral/Estadão Conteúdo

Foram mal

  • Ricardo Oliveira (Atlético-MG)

    Em um jogo difícil, perder um gol no primeiro minuto é fatal. Foi justamente isso que o camisa 9 do Galo fez na derrota para o Vitória.

    Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
  • Edigar Junio (Bahia)

    Escalado como referência de ataque na vaga de Gilberto, não se encontrou. O mau desempenho ofensivo contra o Bahia passou por ele.

    Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
  • Marinho (Grêmio)

    Maior aposta do Grêmio no semestre, está irritando Renato Gaúcho. Na derrota para o Atlético-PR, errou dribles e chutes, tentou cavar faltas e criar confusão.

    Imagem: Lucas Uebel/Grêmio
  • Zeca (Inter)

    Errou muitos passes e não chegou ao ataque. Hellmann preferiu improvisar Edenílson na lateral quando resolveu colocar D'Alessandro em campo.

    Imagem: Ricardo Duarte/Inter
Ale Cabral/AGIF Ale Cabral/AGIF

O que eles disseram:

Só pediria para o Nenê não virar a cara. Não precisa virar a cara quando estiver ganhando o jogo. Não é bom isso, Nenê. Você é um grande jogador, é um craque, está muito bem no São Paulo. Mas não precisa virar a cara, não. Você foi bem ajudado pelo trio de arbitragem hoje. Bastante. Acho que todos vocês viram que o juiz só apitou para um lado

Lisca

Lisca, técnico do Ceará, sobre o meia do rival São Paulo, que venceu por 1 a 0

Ninguém pode duvidar de que foi merecido. Se alguém tinha que ganhar hoje, seria o São Paulo. Da arbitragem não costumo falar, de comentários de terceiros também não. Falemos do jogo

Diego Aguirre

Diego Aguirre, técnico do São Paulo, negando dar resposta a Lisca após bater o time cearense

Na terça tem festa do Palmeiras. O pessoal do Palmeiras pediu para liberar alguns jogadores, mas ninguém vai. Temos que nos preocupar com o jogo. Festa é quando terminar o jogo

Felipão

Felipão, técnico do Palmeiras, após o 0 a 0 contra o Inter (e antes de jogo decisivo na Libertadores, na quinta)

Segundo jogo consecutivo que estamos pecando nisso. Não tem o que falar, tem que trabalhar mais

Elias

Elias, volante do Atlético-MG, sobre os gols perdidos na derrota por 1 a 0 para o Vitória

A gente estava vencendo com um a menos e teve uma falta duvidosa. O desgaste pesou, o sabor é amargo

Rever

Rever, zagueiro do Flamengo, após 2 a 2 com o América-MG, em que os cariocas levaram gol no fim do jogo

Alexandre Schneider/Getty Images Alexandre Schneider/Getty Images

A força do Morumbi - e do Beira Rio e do Maracanã também...

Olhe os números do São Paulo no Brasileirão desde a parada da Copa do Mundo:

  • 7 vitórias em 9 jogos;
  • 4 vitórias em casa em 4 jogos;
  • líder do campeonato;
  • média de público de 52 mil pessoas no Morumbi.

Não à toa, foi o grande vencedor de uma rodada em que nenhum time que jogou em casa foi derrotado. No Morumbi lotado por mais de 57 mil são-paulinos, o time de Diego Aguirre venceu o Ceará por 1 a 0. Pode não ter sido o resultado mais vistoso, ainda mais contra um time que luta contra o rebaixamento, mas é uma vitória que mostra como jogar em casa tem sido decisivo para os primeiros colocados do torneio até agora.

O líder soma cinco triunfos seguidos no Morumbi, incluindo um 3 a 0 sobre o Vitória pré-Copa. Em dez jogos, ainda não perdeu jogando em seus domínios – os únicos tropeços foram o 2 a 2 com o Atlético-MG, em maio, e o 0 a 0 com o Internacional, em junho. Mais do que isso: nas últimas quatro partidas do Morumbi, o público só não ultrapassou os 50 mil uma vez (nos 2 a 0 contra a Chapecoense).

Só mais um time está invicto em casa no Brasileirão. E, como você deve imaginar, o feito é justamente do segundo colocado, o Internacional. O time do técnico Odair Hellmann tem sete vitórias em dez jogos, após o empate deste domingo em 0 a 0 contra o Palmeiras. E, como o São Paulo, tem visto o público subir nas últimas rodadas. Nos últimos três jogos, foram mais de 29 mil pessoas no Beira Rio – incluindo 44 mil contra o Paraná, no domingo retrasado.

E, como é óbvio que o sucesso de público acompanha o sucesso em campo, o Flamengo, terceiro colocado que apenas empatou (fora de casa) neste domingo com o América-MG (2 a 2), é dono da melhor média de público do torneio, com 52 mil torcedores. Fruto, claro, de uma excelente campanha rubro-negra desde o início do torneio, sempre entre os primeiros colocados (e, para quem está curioso, é do Flamengo o melhor desempenho como mandante, com 28 pontos somados, dois a mais do que o São Paulo – mas com um jogo a mais).

Bruno Cantini/Atlético-MG Bruno Cantini/Atlético-MG

Opinião dos blogueiros

  • Juca

    Porque nada é fácil no Brasileirão, o São Paulo, no peito e na raça, manteve a liderança, para desencanto de colorados e rubros-negros cariocas.

    Imagem: UOL
  • PVC

    Éverton Ribeiro foi o melhor da partida, com gol e passe para Paquetá marcar, mas a evolução evidente do América-MG com Adílson Batista freou o Flamengo.

    Imagem: Reprodução
  • Mauri Beting

    Claudiomiro morreu na sexta e o Inter jogou de cinza, irreconhecível. Tanto que Palmeiras voltou de branco. O 0 a 0 foi uma homenagem involuntária ao zagueiro.

    Imagem: Reprodução
  • Julio Gomes

    Contra os outros times fortes do campeonato, quase nada. Contra os fracos, quase tudo. Essa é a tônica do Internacional no Campeonato Brasileiro.

    Imagem: Reprodução
  • Menon

    Pode ser muito. Pode ser pouco. O campeonato tem pinta de ser muito disputado até o final. Mas que foi um domingo perfeito para o São Paulo, foi.

    Imagem: reprodução/TV UOL
Arte UOL

Assista: Maxi Lopez (Vasco) faz mais do que rivais na rodada

Arte UOL

#O gol mais perdido de Thiago Neves

Não estou acreditando até agora que perdi o gol. Fiz o domínio certo, tudo certo, o lateral já tinha passado. Acho que na batida eu quis caprichar muito e a bola acabou pegando um pouco na parte de cima do pé

Thiago Neves, meia do Cruzeiro, após perder o gol aí em cima na derrota para o Vitória por 1 a 0

Thiago Ribeiro/AGIF Thiago Ribeiro/AGIF

#A bronca de Renato

Renato Gaúcho pode ser bem-humorado, malandro, provocador. Mas quando o assunto é conversa paralela na sala de entrevistas, ele vira o bicho... No sábado, já bravo com a derrota do Grêmio para o Atlético-PR por 2 a 1, ele deu uma invertida em repórteres que falavam enquanto ele dava sua coletiva pós-jogo:

Ou vocês falam ou eu falo. Senão não vai dar certo”.

A explicação vem da reportagem do UOL Esporte em Porto Alegre: Renato não gosta que qualquer pessoa esteja falando paralelamente à sua entrevista e repetidamente pede silêncio enquanto está concedendo suas coletivas. A alegação é que ele perde a linha de raciocínio com barulhos e manifestações paralelas. 

Jeferson Guareze/AGIF Jeferson Guareze/AGIF

#A cor (do uniforme) da discórdia

O Inter estreou neste domingo sua terceira camisa, em homenagem aos seus torcedores. Mas, enquanto as pessoas que estavam nas arquibancadas vestiam vermelho ou branco, a camisa em questão era cinza, homenageando o concreto em que esses torcedores pisavam. Em campo, a  homenagem também não funcionou.

O cinza do Inter acabou confundindo com o verde do Palmeiras e, pelo menos de longe, dificultou a diferenciação dos atletas. “Achei estranho. A gente olhava e, de onde estávamos, contra o sol, não dava para visualizar. Dentro de campo, o juiz devia ver, mas nós tínhamos dificuldade”, admitiu Felipão. “Não sei porque o juiz aceitou no primeiro tempo”.

Prova da confusão: antes do segundo tempo, a equipe de arbitragem foi ao Palmeiras e pediu para que o time trocasse de uniforme. O time paulista, então, voltou de branco para o segundo tempo.

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