É herói ou vilão?

Amistosa, torcida do Sport aplaude Diego Souza em rodada de reencontros e recuperação

Do UOL, em São Paulo
Paulo Paiva/AGIF

Paixão no futebol é algo sério. Nem sempre a avaliação sobre um ou outro jogador vai ser a mais racional. Em tempos turbinados por redes sociais, também temos julgamentos instantâneos. 

Quando a torcida do Sport se levantou para aplaudir Diego Souza, seu ex-jogador –duas vezes!–, tivemos então uma das imagens deste Brasileirão. Não teve espaço para "haters" na Ilha do Retiro, mesmo que o ídolo tenha ajudado a deixar o time recifense em situação complicada na classificação. O técnico Claudinei Oliveira, inclusive, pediu demissão. 

Diego Souza, que bateu o pé para se transferir para o Morumbi, abriu caminho para a vitória do líder, em momento importante. O Flamengo batia o Cruzeiro com gol de Henrique Dourado. Aquele que, em 2015, saiu do clube mineiro pela porta dos fundos. O mesmo que, neste ano, vinha de dois meses sem marcar. Virou herói?

A mesma pergunta vale para Deyverson, que definiu a vitória do Palmeiras sobre o Vasco. Até então perseguido, já pode ter em Felipão um grande aliado.

Depois do que fez a torcida recifense, é de se imaginar qual seria a recepção para Ricardo Oliveira caso os dois gols que anotou contra o Santos e deram a vitória ao Atlético-MG tivessem ocorrido na Vila Belmiro. Aplausos ou vaias?

Veja os gols da rodada

Foram bem

  • Deyverson (Palmeiras)

    Criou as melhores chances, com bola no chão e pelo alto, e foi premiado com o primeiro gol em jogos oficiais no ano

    Imagem: Marcello Zambrana/AGIF
  • Reinaldo (São Paulo)

    O lateral vive grande fase. Contra o Sport, marcou bem e dominou no mano a mano. Não é preciso gol para brilhar

    Imagem: Ale Cabral/AGIF
  • Vinícius (Bahia)

    Nem só de Zé Rafael vive o meio-campo do time. Vinícius foi muito lúcido na organização do ataque ante o América-MG

    Imagem: Felipe Oliveira / EC Bahia
  • Elias (Atlético-MG)

    Ricardo Oliveira levou as manchetes, mas o volante também fez grande partida. Fez um gol e foi muito arrojado

    Imagem: Bruno Cantini / Atlético

Foram mal

  • Alison (Santos)

    Nem tão xerife assim. O volante errou muito, inclusive no primeiro gol do Atlético-MG. E ainda deu espaços

    Imagem: Daniel Vorley/AGIF
  • Leo Valencia (Botafogo)

    O chileno não se escondeu do jogo. Mas errou praticamente tudo o que tentou no empate com o Paraná

    Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
  • Andrés Ríos (Vasco)

    Foi pouco participativo no ataque e acabou substituído por Maxi López. Vai perder a vaga para o compatriota?

    Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
  • Gabriel (Sport)

    O meia-atacante cometeu erro grosseiro em saída de bola. No contragolpe, o oportunista São Paulo fez 1 a 0

    Imagem: Foto: Guga Matos/ JC Imagem
MÁRCIO CUNHA/ESTADÃO CONTEÚDO MÁRCIO CUNHA/ESTADÃO CONTEÚDO

Vida de goleiro. E extremos

Nessa gangorra do ame ou odeie, Cássio se tornou neste domingo personagem bastante peculiar. Desde que voltou da Copa, tem feito uma série de partidas memoráveis. Dificilmente o goleiro do Corinthians vai esquecer a defesa que fez com o pé contra o Botafogo. Ainda fechou o gol contra Atlético-PR e Colo-Colo. 

Neste domingo, porém, o camisa 12 cometeu falha incrível contra a Chapecoense ao defender bola fora da área, perdendo a noção de espaço. A despeito da gafe, o goleiro escapou de levar um cartão vermelho. Está suspenso da próxima partida de todo jeito, por ter recebido o terceiro amarelo. Há quem veja falha também no gol da virada da equipe catarinense. E aí os mais críticos podem recuperar seu deslize contra o São Paulo no Morumbi, e o que temos? Um goleiro que já fez milagres nas últimas semanas, mas que também deixou alguns pontos pelo caminho.

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A bola quicou, e acabei traído. Honestamente, achei que tivesse pegado dentro. Não quis atrapalhar a arbitragem

Cássio

Cássio, comentando lance em que falhou e só recebeu o amarelo

Vê TV

Independentemente da intenção e da declaração de Cássio, três ex-árbitros que trabalham como comentaristas na televisão (Carlos Eugênio Simon, da Fox Sports, Leonardo Gaciba, da Rede Globo, e Salvio  Spinola, da ESPN Brasil) acreditam que o arqueiro deveria ter sido expulso no lance.

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Ale Cabral/AGIF Ale Cabral/AGIF

Frases da rodada

Fico até sem palavras. Não estava em bom momento. A torcida critica, e hoje foi dia de desabafar, pedir desculpa
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Deyverson

Deyverson, atacante palmeirense que chorou ao sair do gramado

As coisas não estão acontecendo. Não é por falta de empenho. Mas, quando não acontecem, não posso pensar em mim
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Claudinei Oliveira

Claudinei Oliveira, que não é mais técnico do Sport. Pediu demissão

Sou trabalho puro. Exercito tanto físico como mental para superar dificuldades da idade, e isso não me afeta em nada
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Ricardo Oliveira

Ricardo Oliveira, que soma 18 gols em 37 jogos pelo Atlético-MG, aos 38 anos

Estava concentrado. Sabia o quanto seria difícil voltar como rival. Fico feliz com o resultado, mas triste pelo Sport
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Diego Souza

Diego Souza, que vê o ex-time 18 pontos abaixo na classificação

Nesse tempo fora trabalhei bastante e não abaixei a guarda. Estou feliz por ter sido a opção do Barbieri e ajudado
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Henrique Dourado

Henrique Dourado, que marcou seu quarto gol pelo Flamengo

ROBERTO VINICIUS/ESTADÃO CONTEÚDO ROBERTO VINICIUS/ESTADÃO CONTEÚDO

O dia do fico

Henrique Dourado ficou quase dois meses sem balançar a rede pelo Flamengo, e todos lembramos seu jejum ao falar sobre o gol da vitória sobre o Cruzeiro. O que dizer, então, de um jogador que reencontra o gol depois de 655 dias? Sim, foi o que aconteceu com o meia Douglas, do Grêmio, na goleada sobre o Vitória por 4 a 0, neste domingo.

Repetindo: seiscentos e cinquenta e cinco dias de espera. Durante esse longo período, o armador passou por duas cirurgias no joelho esquerdo, reconstruindo seus ligamentos. De modo que, além do gol, ele pode também celebrar o fato de ter ficado em campo por 90 minutos. "Depois de um ano e meio parado, falei [para o técnico Renato Gaúcho] que não ia sair, não", disse, rindo. 

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Bruno Cantini/Atlético-MG Bruno Cantini/Atlético-MG

Quem é que sobe?

A rodada teria sido perfeita para o Santos respirar. Entre os times que começaram dentro da zona de rebaixamento ou estavam ameaçados de parar lá, apenas Bahia e Chapecoense conseguiram vencer. Quer dizer, havia porta aberta. Mas o time paulista não se ajudou e apanhou do Atlético-MG no Independência (3 a 1). 

A combinação desse revés com o triunfo da Chape sobre o Corinthians deixou a equipe de Cuca na 17ª colocação, a primeira na área de degola. Outros quatro times que estão a perigo na tabela acabaram derrotados: América-MG, Sport, Vasco e Vitória. Já Ceará, Atlético-PR e Paraná, os três últimos colocados, empataram. 

A partida em Belo Horizonte foi a quarta do Santos sob a orientação de Cuca em seu retorno. O treinador pede calma. "Vi coisas boas, principalmente no primeiro tempo. Temos que trabalhar em cima disso para tentarmos vencer o Sport [na próxima rodada]. Tem muita coisa [para consertar]. O principal é ter paciência", disse.

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Time de contra-ataque, São Paulo vence com maior posse de bola

Reprodução Reprodução

Falando muito

Muito antes da falha de Cássio, os ânimos estavam exaltados na Arena Condá. O atacante Clayson, do Corinthians, por exemplo, não gostou do que ouviu ao ser substituído contra a Chapecoense e decidiu jogar água em torcedores que estavam no alambrado atrás do banco. Quase sobrou para uma gandula do estádio. 

"Acabei errando. Ele estava ali com a família, quero mais pedir desculpas pelo ato: estava de cabeça quente. Mas uma coisa não justifica a outra", disse o jogador, que alegou ter sido xingado, aos 26 minutos do segundo tempo. 

Já o árbitro Grazianni Maciel Rocha deve ter escutado algo semelhante para, aos 39 do primeiro tempo, expulsar o volante Barreto, da Chapecoense. Levar um vermelho tão cedo assim seria algo a se notar. Mas tem um detalhe: o jogador de 22 anos estava no banco! Cedido por empréstimo pelo Criciúma, Barreto protestou depois de falta marcada por Amaral na ponta direita. 

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Deixa que eu deixo

O Botafogo lamentou um gol de empate sofrido no final contra o Paraná. A partida ainda viu uma confusão daquelas em campo que resultou na expulsão de dois jogadores, Matheus Fernandes, pelo time carioca, e Cléber Reis, pela equipe da casa. 

Mas não podíamos deixar de destacar aqui essa (des)articulação entre os botafoguenses Marcinho e Leo Valencia. Aliás, entendeu, então, a inclusão do chileno entre os que foram mal na rodada? Era para ser uma simples cobrança de falta pela faixa direita, mas Valencia se enrolou com seu companheiro. Foi uma verdadeira trapalhada. Marcinho ainda o salvou de um segundo toque irregular.

Reparem na reação de Rogério Micale, técnico do Paraná, vendo tudo bem de perto:

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