Máquinas mortíferas?

Bahia, Ponte e Palmeiras largam com goleada em uma primeira rodada do Brasileirão cheia de gols

Bruno Doro Do UOL, em São Paulo
Marcello Zambrana/Agif

Dá para confiar nos três líderes?

Admita: antes do Campeonato Brasileiro começar, pouca gente apostaria que o Bahia seria o primeiro líder do torneio. Mas, após uma grande vitória sobre o Atlético-PR, é justamente o time de Guto Ferreira que domina a tabela.

O segredo foram os gols: os seis a favor dos baianos (e dois para a equipe paranaense) deixam a equipe na liderança do Brasileiro, com vantagem sobre os demais rivais que venceram seu primeiro jogo no número de gols marcados. Não foi a única goleada da primeira rodada.

Palmeiras, na estreia do técnico Cuca, e Ponte Preta, no embalo do bom Campeonato Paulista, também deram (muitas) alegrias para seus torcedores, com 4 a 0 em seus jogos. O atual campeão nacional derrotou o Vasco. Os vice-campeões paulistas bateram o Sport.

Mas, antes que você já vá colocar esses três como favoritos ao título, pense um pouco: é só a primeira rodada de um torneio que vai mudar bastante até dezembro, quando o time campeão vai levantar a taça. Mas até vale uma comparação com o ano passado. Em 2016, duas goleadas chamaram atenção na rodada de abertura: Palmeiras 4 x 0 Atlético-PR e Santa Cruz 4 x 1 Vitória. E, para quem não lembra, enquanto um dos goleadores acabou campeão, o outro foi rebaixado.

Bumerangue do Brasileirão

As jogadas que você precisa ver e rever para entender

As frases da rodada

Era Dia das Mães e nós antecipamos o Natal

Paulo Autuori

Paulo Autuori, sobre a goleada de 6 a 2 que seu Atlético-PR levou do Bahia

Não somos o patinho feio do Brasileiro. Vamos chegar. Óbvio que vai oscilar. Os caras não são super-homens

Abel Braga

Abel Braga, técnico do Flu, após vencer o Santos por 3 a 2

Foi uma falta de atenção nossa. A gente sabia que o Cruzeiro só poderia fazer o gol em uma desatenção

Rodrigo Caio

Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo, após derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro

A gente está meio debilitado, um monte de jogador com gripe, tomando injeção. A pegada é forte. Não é desculpa, mas no final bateu um pouco do cansaço

Cássio

Cássio, goleiro do Corinthians, após o empate em 1 a 1 com a Chapecoense

Arquivo UOL

A primeira vez é inesquecível. Para o bem e para o mal

Primeira rodada de Campeonato Brasileiro é tempo de experimentar? Em muitos casos, sim. O fim de semana teve uma série de estreias pelo país e muita gente vivendo sua primeira vez.

Um deles foi um garoto de 16 anos que, dizem, já foi vendido por centenas de milhões de reais para o Real Madrid. Outro foi um técnico campeão nacional que voltou ao time do coração com goleada. Teve ainda um técnico estreante descobrindo que Brasileirão é diferente de Estadual e um veterano mostrando que não comanda patinhos feios.

E também um ídolo fazendo sua primeira partida do banco de reservas e outro, voltando ao gol do clube em que é recordista de jogos...

A primeira vez que valeu a pena

  • Cuca e os 4 a 0 do Palmeiras

    A (re)estreia de Cuca não poderia ter sido melhor. O time atropelou o Vasco e a torcida comemorou quatro gols. Mais importante, porém, foi a mudança que, em menos de uma semana, o técnico proporcionou. A marcação alta reaparecer, Tchê Tchê voltou a jogar bem e até Borja, que estava em má fase, marcou duas vezes. Para os palmeirenses, a alegria não poderia ser maior.

    Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress
  • Fábio e a volta ao time titular do Cruzeiro

    Quando Mano Menezes anunciou a escalação do Cruzeiro, muita gente torceu o nariz. No lugar de Rafael, titular desde o ano passado, apareceu o veterano Fábio, recordista em partidas pelo Cruzeiro. O veterano só tinha jogado uma vez desde agosto de 2016, quando sofreu uma séria lesão no joelho. Mesmo com pressão contrária da torcida, Fábio foi bem no 1 a 0 sobre o São Paulo.

    Imagem: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
  • Vinicius Junior e sua (rápida) estreia

    No Flamengo, todo mundo queria ver Vinicius Junior, o fenômeno de 16 anos que o Real Madrid já teria contratado (rumores dão conta que o Fla vai embolsar cerca de R$ 150 milhões pelo jogador). Como esperado, jogou pouco. A análise é do blogueiro do UOL PVC: "Aos 37 do segundo tempo, Vinicius Junior estreou aplaudido por um Maracanã empolgado. Natural ter sido discreto em seus primeiros oito minutos em campo".

    Imagem: Pedro Martins/MoWA Press
  • Abel Braga e os "patinhos feios" do Flu

    Também no Maracanã, o jovem time do Fluminense brilhou em sua estreia. O time fez 3 a 2 no Santos e venceu com autoridade o atual vice-campeão nacional. Uma surpresa quando se pensa no jovem elenco do Fluminense e, principalmente, na baixa expectativa que muita gente coloca em cima de Abel & Cia. "Nós não somos patinhos feios", disse o treinador, defendendo seus atletas.

    Imagem: LUCAS MERÇON/FLUMINENSE F.C.

A primeira vez que poderia ter sido (bem) melhor

  • Rogério Ceni e as falhas defensivas

    Desde o início do ano, o São Paulo tenta se adaptar às ideias do agora técnico Rogério Ceni. Mas o Mito, que tantas vezes salvou o São Paulo evitando gols as mãos, está tendo muitos problemas para pensar em como melhorar a defesa tricolor. Em sua primeira partida como treinador em um Campeonato Brasileiro, o time perdeu por 1 a 0 para o Cruzeiro com uma falha geral do sistema defensivo.

    Imagem: Ronny Santos/Folhapress
  • Corinthians e seu técnico estreante

    Fábio Carille já comandou o Corinthians em Campeonatos Brasileiros, mas o empate em 1 a 1 contra a Chapecoense foi o primeiro desde que foi efetivado no comando. E ele viu que as coisas são diferentes do Estadual, que venceu de forma surpreendente. O time sofreu contra um rival fechado, levou duas bolas na trave e, mesmo com Jô voltando a marcar, não venceu na Arena Corinthians.

    Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
  • Milton Mendes e as dificuldades de treinar um grande

    Outro que já treinou no Campeonato Brasileiro, mas está estreando em um time grande é Milton Mendes. E sua primeira vez foi ainda pior que a de Carille. No comando do Vasco, sua primeira experiência em um dos grandes times do futebol nacional, ele estreou com uma goleada de 4 a 0 para o Palmeiras. Em campo, ficou nítida a diferença técnica entre as duas equipes. Muito trabalho pela frente para o novato se quiser evitar um quarto rebaixamento vascaíno.

    Imagem: Reprodução/Divulgação
Arte/UOL
Ricardo Nogueira/Folhapress Ricardo Nogueira/Folhapress

#CalçaVinhoDeVolta

Cuca reestreou no Palmeiras com o 4 a 0 sobre o Vasco. Mas sabe quem também voltou a aparecer no Allianz Parque? A calça vinha! O treinador nega que a calça seja um amuleto de sorte, mas o fato é que ele vestiu a peça nesta tarde. E não estava sozinho: muita gente na torcida copiou o comandante e foi de vinho nas pernas para a partida.

ROMILDO DE JESUS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO ROMILDO DE JESUS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

#ViradaEm7Minutos

Se você leu um pouco sobre a rodada do Brasileirão, já sabe que o Bahia conseguiu a maior vitória do fim de semana. O mais incrível, porém, foi como foi construída a goleada. O time começou perdendo, empatou e viu o Atlético-PR fazer 2 a 1. Então, entre os minutos 39 e 46 do primeiro tempo, o time baiano fez quatro gols e virou o jogo, que acabou 6 a 2.

#QuemÉoVilão?

O último homem ou a trave?

Opinião dos blogueiros

A diferença técnica entre os dois times [Palmeiras e Vasco] é tal que deveriam mesmo estar disputando campeonatos diferentes
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Juca Kfouri

Juca Kfouri

O Vasco não merecia perder de 4 a 0 como foi goleado na estreia. Fez ótimo primeiro tempo. Criou sete chances contra apenas três do mandante, campeão brasileiro. Mas futebol é assim. E Cuca entende demais disso
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Mauro Beting

Mauro Beting

O Palmeiras repete os 4 a 0 do ano passado na estreia - em 2016 a vítima foi o Atlético-PR. O elenco está mais rico, mas desta vez há uma Libertadores para dividir atenções. Ainda assim, o status de favorito se reforça
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André Rocha

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Ceni é ambicioso e tem proposta de futebol refinado. Após 5 meses da temporada era plenamente possível a implementação dos requisitos essenciais para alicerçar os mais difíceis de serem aprimorados
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Vitor Birner

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Junior Tavares caiu muito, inclusive no ataque, seu forte. João Schmidt está de saída. Bruno é bom no ataque e Buffarini é bom na defesa. Maicon não é o deus da zaga coisa nenhuma. O São Paulo precisa de reforços
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Menon

Menon

Foi bem

  • Tchê Tchê (Palmeiras)

    Depois de reclamar que estava fora de posição com Eduardo Baptista, Tchê Tchê voltou a fazer uma partida segura. Ele participou de dois dos quatro gols da equipe e ainda mostrou polivalência de sempre,atuando como segundo volante, como meia e até como lateral direito, quando revezou com Jean.

    Imagem: Divulgação/SE Palmeiras
  • Clayson (Ponte Preta)

    O atacante começou o Brasileiro como se ainda estivesse jogando no Paulistão. A revelação do torneio estadual marcou duas vezes e foi o grande destaque dos 4 a 0 da Ponte sobre o Sport. Quem deve ter gostado da atuação foi a torcida corintiana: o jogador está apalavrado com o time do Pq. São Jorge.

    Imagem: Divulgação/AAPP
  • Matheus Sávio (Flamengo)

    A torcida do Fla que foi ao Maracanã queria ver uma revelação rubro-negra brilhando pela primeira vez no Brasileirão. Aconteceu, mas não com Vinicius Júnior. Escalado como titular por Zé Ricardo, o prata da casa Matheus Sávio marcou um golaço no empate em 1 a 1 com o Atlético-MG.

    Imagem: Divulgação/CR Flamengo
  • Régis (Bahia)

    Como não podia faltar um destaque para o time que fez seis gols em uma mesma partida, a vaga fica com o meia Régis. Maestro do meio-campo do time de Guto Ferreira, ele deixou o campo com dois gols.

    Imagem: Divulgação/Bahia

Foi mal

  • Jomar (Vasco)

    O zagueiro deu show de horrores no Allianz Parque. Fez dois pênaltis em Dudu, tentou afastar cruzamento e quase fez gol contra e ainda foi o único jogador do time a tomar cartão amarelo. Que fase, diria Milton Leite, narrador do SporTV.

    Imagem: Marcelo Sadio/vasco.com.br
  • Maicon (São Paulo)

    O zagueiro leva a culpa por uma jogada desastrosa de toda a defesa do São Paulo. Ele chutou a bola para fora. O Cruzeiro cobrou rapidamente o lateral e Maicon demorou a recompor na marcação. Alisson cruzou e Ábila, na área, marcou o gol.

    Imagem: Reprodução/Divulgação
  • Paulo Autuori (Atlético-PR)

    Seu time saiu na frente, mas levou quatro gols em sete minutos no primeiro tempo e terminou sofrendo a maior goleada da abertura do Brasileirão.

    Imagem: Marco Oliveira - site oficial Atlético-PR
  • Santos

    Com a derrota deste domingo, o Santos mantém um jejum: não vence em estreias no Brasileiro desde 2005. Desde então foram oito empates e quatro derrotas.

    Imagem: Reprodução

Disseram na TV

O Vasco assusta o torcedor pela falta de recursos técnicos. Preocupa quando pensa em mudar e tem que fazer alguma coisa. O que o Vasco tem que se preocupar é se o elenco, com esse número grande de jovens, suporta o Brasileiro. O Vasco joga em casa agora e tem que ganhar

Maurício Noriega

Maurício Noriega, do SporTV

Eu referendei o Grêmio como candidato ao título. Muita gente discordou. Mas hoje o Grêmio mostrou que não está a passeio no Campeonato Brasileiro. O Grêmio é candidato a título. Foi o melhor jogo do Gremio do ano. Ramiro foi o melhor do jogo. A defesa esteve muito segura

Lédio Carmona

Lédio Carmona, do SporTV

Parece que ninguém erra, né? Rogério Ceni e Mano são dois treinadores que nunca erraram na vida. As duas coletivas costumam ser um open bar de arrogância. Mesmo sendo dois exemplos de arrogância pura, eu fiquei com a impressão de que hoje eles deram uma recuada

Alê Oliveira

Alê Oliveira, da ESPN Brasil

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Juiz ignora tesoura na área no único 0 a 0

Além das três goleadas, não faltaram gols na primeira rodada do Brasileirão. Foram 28 gols marcados até agora, uma média superior a três por partida. Só um jogo (Avaí 0 x 0 Vitória) até agora, terminou sem gols. E, mesmo assim, deveria ter tido ao menos uma bola na rede.

Aos 35 minutos do segundo tempo, Junior Dutra, do Avaí, invadiu a grande área do Vitória e ia em direção ao gol em velocidade quando foi derrubado com uma "tesoura" nas pernas pelo zagueiro René. O árbitro Felipe da Silva considerou o choque normal e mandou seguir o jogo. A torcida do Avaí foi ao desespero e vaiou o juiz por vários minutos depois do lance.

Olhe o vídeo abaixo e tire suas conclusões:

Foi pênalti?

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