Na opinião de José Colagrossi, diretor executivo do Ibope Repucom, Neymar deveria adotar a lei do silêncio por um tempo. “A crise que ele está vivendo é aguda, grande. Essa campanha da Gillette só fez piorar em todos os aspectos. Nesse período, tudo o que ele tentar fazer vai se voltar contra ele. Fica quieto! Fica quieto! Se esconde um pouco, são duas semanas até começar o Francês. Logo estará em campo e marcando gols e, com o tempo, as pessoas vão esquecer”, afirmou.
“Se quisesse mesmo se desculpar, tinha de chamar uma coletiva de imprensa ao vivo, sem censura, olhar nos olhos da câmera, da televisão e do jornalista, abrir o coração e se desculpar. Essa era a única maneira de se desculpar. Ele não fez isso. Fez um anúncio patrocinado, foi pago. Eu, pessoalmente, acho que ele deveria ter ficado quieto. O tempo da desculpa já passou, fica quieto!”, completou.
Lucas de Aragão é diretor de comunicação da Arko Advice, dono de dois Pollie Awards (prêmio dado aos principais estrategistas políticos do mundo), e tem opinião semelhante. “A propaganda da Gillette pareceu oportunista. Guardadas as devidas proporções, é como se hoje, a dois meses da eleição, o Lula viesse a público pedir desculpa pelos escândalos de corrupção em que o PT se envolveu. É oportunismo. Não é hora de se aproveitar da mídia para se expor. Toda mídia tem que ser mídia gratuita, senão vai parecer manipulador”, disse.
“O Neymar é referência no que faz, a Gillette é referência no que faz, a Nike é referência no que faz. Toda marca tem que focar no que é bom, e o Neymar é uma marca. O ator de cinema tem que focar em ser um bom ator de cinema. Os erros não-criminosos ficam em segundo plano. Grande parte da comunicação de crise é não propor nada... As pessoas ficam na ânsia de propor propaganda, soluções, e muitas vezes o melhor é ficar em silêncio e fazer seu trabalho”, avaliou Lucas.