"Geeks de verdade"?
Na outra ponta da cultura pop e do mundo geek estão as fãs. E elas também não estão imunes ao preconceito, apesar de serem uma parcela importante de eventos como a San Diego Comic-Con -- em 2015, a porcentagem de homens e mulheres que compareceram ao evento foi a mesma.
Ainda há os estereótipos de que mulheres vão a esses eventos para acompanhar os namorados ou que não são geeks "de verdade".
Esses julgamentos ficaram mais evidentes na época em que os filmes da saga "Crepúsculo" começaram a marcar presença na Comic-Con, segundo Suzanne Scott, professora da Universidade do Texas: "Era implicado que, se você fosse menina, você estava lá para 'Crepúsculo'. E havia a preocupação de que as fangirls de crepúsculo iam pegar os lugares dos 'fãs de verdade' de 'Avatar'."
A presença cada vez maior de mulheres no meio de fãs foi vista como ameaça ao domínio masculino, avaliou Sam Maggis, autora do livro "Fangirls Guide to The Galaxy".
"Nós passamos a maior parte da nossa vida sendo excluídas, e isso é horrível. Os caras brancos têm dominado esses espaços há muito tempo, e agora que nós temos voz, eles têm essa visão de que viemos para roubar o brinquedo deles. Mas isso nunca vai acontecer. Nós só queremos acrescentar coisas, para que todo mundo possa curtir"
O preconceito direcionado a obras ditas femininas acaba prejudicando até os próprios homens. Segundo a autora da "Trilogia Grisha" Leigh Bardugos, há fãs que sussurram para dizer que gostaram de seu livro. "Quando as pessoas zombam e criam vergonha em torno das coisas direcionadas para as mulheres, nós a tornamos inacessíveis para uma grande parte das pessoas. E isso não ajuda ninguém."