Talvez você ainda não saiba, mas "Rogue One: Uma História Star Wars" não faz parte da saga "Star Wars". Em outras palavras, ele não é um "Episódio Número Tal", não conta a história da família Skywalker e não está focado no coração da luta da Aliança Rebelde contra o Império. E também não terá continuações, porque sua sequência é basicamente o primeiro filme de todos, "Uma Nova Esperança", no qual George Lucas apresentou esse universo intergaláctico onde o lado sombrio e o lado luminoso da Força duelam.
Isso mesmo! Há muito tempo, em 1977, em uma galáxia muito, muito distante, aqueles famosos créditos iniciais já contavam essa história, antes de colocar Leia e Luke em cena:
É um período de guerra civil. Partindo de uma base secreta, naves rebeldes atacam e conquistam sua primeira vitória contra o perverso Império Galáctico. Durante a batalha, espiões rebeldes conseguem roubar os planos secretos da arma decisiva do Império, a Estrela da Morte, uma estação espacial blindada com poder suficiente para destruir um planeta inteiro.
E são esses espiões rebeldes que vamos acompanhar em "Rogue One".
Lucasfilm Jyn não começa exatamente como uma rebelde: filha do criador da Estrela da Morte, ela perdeu a mãe e foi separada do pai, Galen, quando o Império o obrigou a retomar o projeto. Sozinha, ela tenta sobreviver e acumula uma bela ficha criminal quando é resgatada pela Aliança Rebelde, que espera que ela seja a chave para descobrir mais sobre a arma.
Lucasfilm Cassian faz parte da rebelião desde a infância, e é encarregado de levar Jyn até alguém que pode ajudá-los a chegar ao pai da moça e impedi-lo de completar a Estrela da Morte. Fiel capitão da Aliança, ele passa a questionar as ordens que recebe ao se aproximar de Jyn e perceber que, às vezes, é mais importante fazer aquilo que acredita ser o certo.
Lucafilm Introduzido na animação "Star Wars: The Clone Wars", Saw surge aqui como um velho amigo de Galen Erso, encarregado de proteger Jyn quando ela perde a família, mas os dois acabam se afastando quando ela chega à adolescência. Considerado extremista pela Aliança Rebelde, ele se torna essencial para a luta quando recebe uma mensagem de Galen que pode ajudar na destruição da Estrela da Morte.
Lucasfilm Claro que não poderia faltar o personagem com crise de consciência, que muda de lado e se junta à rebelião depois de testemunhar as crueldades do Império. Piloto de carga, Bodhi conhece Galen e recebe dele uma mensagem para levar até Saw Gerrera. Depois de entregar a mensagem, ele se junta aos rebeldes como piloto da nave Rogue One, que parte rumo a uma base imperial.
Lucasfilm Seguidores da Força, Chirrut (Donnie Yen) e Baze (Wen Jiang) protegem o que restou do templo Jedi na lua de Jedha depois do expurgo realizado pelo Império mais ou menos na época de "Epísodio 3: A Vingança dos Sith". Cego, Chirrut certamente tem alguma ligação com a Força, da qual Baze duvida. Pegos no fogo cruzado entre o Império e os rebeldes, eles também se juntam a Jyn e Cassian.
Mesmo girando em torno de tantos personagens novos e sem ser propriamente um filme da saga (ou seja, da família Skywalker), a aventura dirigida por Gareth Edwards (o mesmo de "Godzilla") traz referências suficientes ao universo de "Star Wars" que todos conhecem de cor, para lembrar aos fãs (e também aos não iniciados) que é, afinal, outra história na galáxia muito, muito distante.
Lucasfilm A referência mais gritante está em todos os pôsteres e é o grande motor do filme: a Estrela da Morte, arma de destruição planetária apresentada em "Uma Nova Esperança". Aqui, ela surge como a grande ameaça à nascente Aliança Rebelde, e conseguir seus planos é a espinha dorsal de "Rogue One". Claro que fica difícil ter a Estrela da Morte sem que Darth Vader, o grande vilão da saga, dê as caras --o que acontece de maneira surpreendente.
Lucasfilm Curiosamente, a entrada de Vader no filme "Guerra nas Estrelas" original, de 1977, --com seu traje negro, cercado de stormtroopers brancos -- é espelhada pelo vilão de "Rogue One", com uma pegadinha. Ben Mendelsohn é um oficial do Império, o cruel Orson Krennic, que surge (vestido de branco) cercado de deathtroopers --estes, por sua vez, com armaduras negras. São detalhes assim que entregam o prazer de Edwards em tecer este mundo.
Lucasfilm Por exemplo, não existe "Star Wars" sem droides, uma tradição que vai de C-3PO e R2-D2 (na trilogia original) a BB-8 (em "O Despertar da Força"). A função aqui fica com K-2SO, que foi interpretado via captura de movimento pelo ator Alan Tudyk. Não espere, porém, um robô fofo ou atrapalhado: antigo assassino a serviço do Império, ele agora serve aos rebeldes após ser reprogramado. Aguarde também outras participações especiais.
Lucasfilm Vader não é o único personagem de "Rogue One" que os fãs já viram antes. Entre os velhos conhecidos também estão o senador Bail Organa (Jimmy Smits), que atua nas sombras a favor da Aliança Rebelde e é pai adotivo da Princesa Leia; e Mon Mothma, uma das líderes rebeldes apresentada em "O Retorno de Jedi" (interpretada originalmente por Caroline Blakiston e aqui defendida por Genevieve O'Reilly, que já apareceu no "Episódio 3: A Vingança dos Sith"). Se o sinistro Grand Moff Tarkin (a quem Peter Cushing deu vida no filme "Guerra nas Estrelas" original) é sugerido como responsável pela Estrela da Morte, a maior alegria para os fãs é saber que é o grande James Earl Jones quem dá voz a Darth Vader mais uma vez.
Que esta é mais uma história em uma "galáxia muito, muito distante", você já sabe. Mas, como a ideia de "Rogue One" é justamente expandir esse universo, entram em cena alguns cenários que ainda não haviam aparecido na telona, além de voltarmos a planetas introduzidos na trilogia original. É claro que, como em um bom filme de "Star Wars", muita coisa se passa no espaço, mas a ação em terra firme ocorre principalmente em três planetas.
Lucasfilm Orbitando o planeta de mesmo nome, a lua de Jedha é um dos locais mais espiritualmente importantes do universo "Star Wars". Foi em seus templos que as primeiras civilizações começaram a estudar os mistérios da Força. Mesmo após o expurgo dos Jedi promovido com a ascensão do Império, Jedha continuou como a meca para os devotos da Força. Com a ocupação imperial, porém, a lua se tornou foco de conflitos sangrentos, já que um dos rebeldes mais extremistas, Saw Gerrera, usa o local como base para atacar as forças inimigas.
Lucasfilm A lua batizada de Yavin 4 é o local de maior importância em toda a saga "Star Wars". Em sua atmosfera foi travada a batalha decisiva para a mitologia da série, mostrada em "Episódio 4: Uma Nova Esperança" --quem não se lembra de Luke Skywalker pilotando um caça e tentando acertar o ponto fraco da Estrela da Morte para destruí-la, antes que ela causasse grandes estragos? Em "Rogue One", a lua coberta por uma densa vegetação e pontuada por construções milenares abriga a base da Aliança Rebelde, onde são decididos os rumos da resistência ao Império.
Scarif Em outros tempos, o planeta tropical Scarif seria um paraíso para visitantes em busca de praias intermináveis e clima ameno. Com a chegada do Império, porém, o local se tornou sede de uma base de tremenda importância estratégica, que funciona como um grande arquivo, contendo planos de todas as grandes armas a favor do imperador Palpatine --inclusive os da Estrela da Morte. Por sua relevância, o Império mantém um cerco constante de destróieres estelares em sua atmosfera --que, por sua vez, é reforçada com um campo de energia impenetrável.
A sequência de "Rogue One", como você já sabe a essa altura, é "Uma Nova Esperança", de 1977, mas isso não significa que este será o único longa a explorar histórias paralelas à saga Skywalker. A produção é apenas o primeiro filme a mergulhar no vasto universo criado por George Lucas. Inicialmente chamados de "antologia", estes spin offs agora são "Uma História Star Wars", e pretendem expandir ainda mais o universo, usando elementos familiares de forma original.
Divulgação Se "Rogue One" é o primeiro, o segundo já está nos trilhos. Ainda sem nome, a próxima História Star Wars será centrada em Han Solo, o contrabandista, mercenário e anti-herói imortalizado por Harrison Ford. Mas o astro não estará na aventura, que será dirigida pela dupla Chris Miller e Phil Lord ("Uma Aventura Lego"). Como o filme mostrará Han Solo jovem, a responsabilidade (e que responsabilidade!) de reintroduzir o personagem cai nos ombros de Alden Ehrenreich ("Ave, César!"). O roteiro foi escrito a quatro mãos por Lawrence Kasdan, responsável pelo texto de "O Império Contra-Ataca", "O Retorno de Jedi" e "O Despertar da Força", e por seu filho, Jon. Além de Ehrenreich, Donald Glover assume o papel de Lando Calrissian (defendido por Billy Dee Williams na trilogia original) e Emilia Clarke ("Game of Thrones") está a bordo em um papel ainda não revelado. O filme estreia em 2018.
Divulgação A terceira História Star Wars ainda é um mistério. Em 2013, a Disney sugeriu que o filme poderia girar em torno do caçador de recompensas Boba Fett, visto nos episódios 5 e 6. Embora muito popular entre os fãs, ele nunca teve sua história explorada a fundo, a não ser pela revelação de que é um clone do mercenário Jango Fett, base para o exército da antiga República antes da queda dos Jedi ("Episódio 2: Ataque dos Clones"). Embora uma aventura de Boba Fett possa levar o universo da série para novas direções, recentemente ganhou força a vontade dos fãs de ver o cavaleiro jedi Obi-Wan Kenobi enquanto estava exilado em Tatooine, de olho no jovem Luke Skywalker. A série de HQs de "Star Wars" tem explorado algumas aventuras de Kenobi, e seu intérprete mais recente, Ewan McGregor, não perde uma chance de dizer o quanto está pronto para voltar a empunhar o sabre de luz.
