Como é comum em casos de estrangeiros que vêm morar no país, Nick Cave se apaixonou por uma brasileira, chamada Viviane Carneiro, que à época trabalhava como produtora de moda na editora Abril. Por causa dela, o cantor e compositor permaneceu no país por dez dias após as apresentações e veio morar em São Paulo em 1990.
A relação gerou Luke Cave, o segundo filho do músico, nascido em 10 de maio de 1991 (apenas dez dias após o primogênito, o australiano Jethro Cave, hoje modelo internacional) e fez com que o artista morasse em São Paulo, entre idas e vindas para shows e sessões de estúdio, até 1993.
"O Nick Cave e a Vivi se conectaram durante o show, foi uma coisa meio maluca. Ele não parava de olhar para ela e, ao final da apresentação, gesticulou para que ela fosse conhecê-lo no camarim", recorda o jornalista Daniel Benevides, amigo da brasileira.
Contatada pela reportagem, Viviane, atualmente psicoterapeuta residente em Londres, recusou-se a dar entrevista.
Quem também esteve no camarim do Projeto SP foi a jornalista Bia Abramo, então repórter da revista "Bizz", que havia entrevistado o músico e estava cobrindo sua passagem pelo país. Aquela noite continuou no Espaço Retrô, lendária balada paulistana que funcionou no bairro de Santa Cecília entre 1988 e 1992.
"Em São Paulo, naquela época, só tinha uma casa noturna onde ir por vez. Então, depois do show, falamos: 'Bora para o Retrô'. Como a Vivi não falava inglês muito bem, eu fiquei de tradutora entre os dois. Até que percebi que estava rolando um clima e deixei eles se virarem", conta Bia.